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quarta-feira, dezembro 16, 2009

CADÊ OS ESTUDANTES?

CADÊ OS ESTUDANTES?
Com jornais noticiando que bandidos estão se atrevendo a atirar contra a policia em Macapá, que presos do Iapen estão sendo impatrioticamente torturados, que alunos estão ameaçando a vida de seus professores, que já lidamos com a proximidade de mais uma grande eleição no Amapá, volto a me perguntar: cadê os estudantes do Amapá? Nada a sugerir? Nada a repudiar? Nada a reivindicar? Não é impressionante o silencio conivente desses estudantes para com os “fatos” mais importantes no Amapá?
Ao tempo da sansão da “Lei do Edinho” criando efetivamente a Universidade Estadual imaginei as ruas de Macapá ocupadas por estudantes consagrando a medida com alegria e confiança no futuro, como lhes seria peculiar. Não apareceram.
Entretanto, o Dep. Edinho e o Governador Waldez ocuparam inteiramente a mídia com manifesta alegria, confiança e compromisso com o futuro imediato da universidade e dos seus alunos no médio prazo. Ambos pareciam candidatos a alunos da grandiosa nova realidade educacional que acabavam de “inventar”. Os estudantes nada.
Adiante o governo estadual reabriu a Escola Graziela, com novo visual, estilo e programa – ao jeito do que esperavam e precisavam os estudantes. Outra vez o que vimos foi um governador orgulhosamente emocionado entregando a escola espetacular a grupos folclóricos, assessores, professores e alguns alunos do próprio educandário, alem de populares convidados. Mas nada se ouviu, leu e ouviu das organizações estudantis. Não foram às ruas, não tugiram nem mugiram.
Também surgiram os cursos superiores nas áreas de engenharia, direito, arquitetura, farmácia, biologia (mística do Amapá)... contudo, silencio total nas ruas, nos diretórios acadêmicos, nos meios representativos estudantis.
Passamos pela aprovação da ZPE e da Zona Franca Verde e finalmente chegamos ao nosso vestibular para Medicina, mas sem a manifestação pública de opiniões dos estudantes. Por que?
Não podemos achar que estamos bem encaminhados sem a criticas dos estudantes porque tudo isso é feito para eles, não podemos prescindir nem dos estudantes nem de suas opiniões em todos esses dias que estamos elegendo representantes da sociedade em que nos inserimos diretamente. A OAB está “bombando” por causa de mais uma eleição que ocorrerá em novembro. O Presidente da Câmara de Vereadores de Macapá mal iniciou o primeiro mandato e já está eleito para exercer o segundo a partir de 2012. Já está deflagrado o processo eleitoral que vai escolher novos senadores, deputados, governador e vice. Tudo isso, aparentemente, olimpicamente ignorado pelas organizações estudantis do Amapá. E por que?
Salvo engano há campus universitário instalados em Oiapoque, Amapá, Laranjal do Jarí, Santana, Porto Grande e está em discussão – mais uma vez – tornar Serra do Navio num pólo tecnológico de ponta ligado a uma das maiores universidades latinas e, mesmo assim não se ouve a voz dos estudantes zoando em nossos ouvidos um pouco mais alto que a apatia, que parece ser a marca escolhida por uma classe que decidiu receber todo o esforço da sociedade com desprezo.
É claro que não estamos tratando de insuflar massas contra instituições ou quaisquer autoridades da gestão de estado, apenas estranhamos a apatia dos estudantes enquanto o Amapá efervece, vive dias com salões lotados de governadores e ministros discutindo o destino da Amazônia, que a cultura se manifeste em palcos vazios e que se deixe aos estudantes do sul-sudeste a luta pela soberania amazônica.
É preciso mais engajamento dos estudantes no planejamento do Amapá, especialmente devem participar do pensamento estratégico que logo lhes servirá de “gabinete de trabalho”. Porém, se o vazio quiser insistir, podem e devem nossos estudantes montar guarda ao Rio Amazonas para que ninguém o suje alem do inevitável ou se aventure declará-lo não nosso.

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