Translate

domingo, janeiro 10, 2010

PROFESSOR RAIMUNDO LOBO

Ponte de cui de madeira seca




Em apicultor terminou de espremer os últimos favos de mel já ao anoitecer. Para evitar o ataque de formigas-de-fogo, colou-o num balde e este no centro de uma bacia com água. À noite as formigas sentiram o cheiro do mel, mas não existia meio algum para fazerem a travessia. Então, elas foram carregar cuí de madeira seca, com que construíram uma ponte da orla da bacia até o balde de mel. Assim, conseguiram comer o petisco à vontade.

Nos dias de sol, tracajás sobem para se enxugar em galhos inclinados, árvores caídas e boiadas, barrancos, mururezais cerrados, etc. Aí ficam por um largo tempo, a não ser que um predador venha importuná-los. Não havendo perigo, podem ficar um pouco mais de 1h00 sobre o enxugadouro. O calor do sol faz o casco ficar muito enxuto e leve. Isso lhes constitui um risco fatal porque, se forem surpreendidos pelo homem, mesmo que pulem na água, o casco faz o animal flutuar e torná-lo presa muito fácil.

Tracajás adultos ou velhos, muito experientes, depois de já terem se enxugado por algum tempo, pulam na água. Aí ficam até umedecer bem o casco para voltarem novamente, ao enxugadouro.

Existem peixes tão arredios que, ao serem atacados pelo homem, abandonam de vez a "cama", a ova ou os filhos, deixando-os à mercê dos predadores: acará-preto, jandiá, aracupinima, tracajás, etc.

O cauauá (cegonha-brasileira), ave de grande porte, tem um amigo quase insepará-vel, o japacanim (gavião). Quando pousa na margem de um lago, o gavião vem ficar perto dele, esperando o que escapa do bico do seu fiel companheiro: sapos, lagartos, cobras, etc. Basta, porém, que este lance um crocitar forte e meio prolongado, para que o cauauá olhe em todas as direções, dê a sua carreira habitual, levante vôo e vá para longe, pois isso foi um aviso da presença do homem na área.

Aves que comem ovos e filhotes de outras aves põem menos ovos do que aquelas que lhes servem de presa.

Os filhos da cegonha, vendo-a envelhecida e meio desplumada, tiram as próprias penas e põem-nas sobre o corpo de sua velha e amada mãe! Que extraordinário exem-plo de amor!

A anta, ao sentir a aproximação do caçador, corre e pula numa poça de igapó, aí ficando à espera dos cães. Se estiverem afoitos e pularem na água para acuá-la, poderão ter partes de seus corpos arrancadas com mordida auxiliada por potentes patadas.

Grandes bandos de garças-brancas-grandes dormem em matas ralas ou altas e fechadas, só por algum tempo (um pouco mais de um mês). Logo depois, procuram outra mata para dormitório. Desse modo as suas fezes não causam danos irreversíveis às árvores.

Mergulhões, em enormes bandos, dormem no verão, em árvores de folhagem rarefeita. Suas fezes impregnam os poucos galhos ainda vivos de cada árvore. Em seguida, esses galhos morrem por insuficiência respiratória. Eles continuam dormindo nessas árvores secas ou podres.

Os peixes, em geral, têm mais receio do proeiro do que do piloto da montaria. As armas estão sempre ao lado do proeiro.

O manguari muito arredio prefere descansar ou dormir em árvore isolada, mas bem-afastada de touças de árvores, ilhas e matas, de onde possa ver bem toda a área ao seu redor.

A garça-branca-grande, quando está mariscando na margem de um lago e vê um peixi-nho, balança o pescoço de um lado para outro, para ser confundida com juncos e capins que se movem ao vento. Mas isso acontece certas vezes, quando não há vento, nem junco nem capim.



"Nos dias de sol, tracajás sobem para se enxugar em galhos inclinados, árvores caídas e boiadas, barrancos, mururezais cerrados, etc. Aí ficam por um largo tempo, a não ser que um predador venha importuná-los. Não havendo perigo, podem ficar um pouco mais de 1h00 sobre o enxugadouro. O calor do sol faz o casco ficar muito enxuto e leve. "

Nenhum comentário: