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terça-feira, janeiro 19, 2010

QUESTÃO DE ORDEM

QUESTÃO DE ORDEM


Carlos Bezerra (jornalista.cbezerra@gmail.co – www.jornalistacbezerra.blogspo.com)

Sobre Fé e Fanatismo

Fé, como se sabe, consiste em crer, não naquilo que parece verdadeiro, mas naquilo que parece falso a nosso entendimento. Somente pela fé é que asiáticos e africanos podem crer na viagem de Maomé (Muhammad) por todos os planetas nas encarnações do deus Fô, de Vishnu, de Xaca, de Brahma, de Samonocodom, etc... Eles submetem seu entendimento, tremem ao analisar os fatos, não querem ser jogados nas fogueiras e confessam: “Eu creio”. É claro que esse princípio, o da submissão, vale para os seguidores e praticantes de toda e qualquer religião, não esquecendo que política, num certo sentido, também é uma espécie de religião, na medida em que tem seus “deuses”, acólitos e seguidores. Não à toa, Friedrich Nietzche dizia que, “quando uma pessoa chega à conclusão de que precisa ser comandado, torna-se “crente”, caso em que, é possível imaginar que um homem absolutamente livre, possa ser tentado a dançar, até mesmo à beira de precipícios”.

Há fé nas coisas espantosas e há fé nas coisas contraditórias e impossíveis, afirma François-Marie Arouet, conhecido mundialmente pelo nome de Voltaire, filósofo francês do século XVII.

Os hindus acreditam que Vishnu se encarnou quinhentas vezes; isso é realmente algo espantoso. E dirão ele a seu bonzo: “Temos fé”. Eu, de minha parte, prefiro jogar no time de Baruch de Espinoza, que dizia não ser possível ter fé sobre os escombros da razão Se pelo menos Deus atendesse pelo nome de Lógica... Mas não atende. Do alto da Sua onipotência, quer o que os italianos chamavam schiavi, os romanos servis, os eslavos slavs e os portugueses escravos. E esse Deus Todo-Poderoso, segundo os crentes, quer que todos aqueles paridos de um ventre de mulher, se submetam sem razão e sem porquê.

Ao longo da história, o que não faltam são exemplos do fanatismo que oblitera a razão e leva pessoas à prática de males terríveis e tenebrosos, a começar pelo estreitamento da mente e da visão das coisas, que em tese, as religiões deveriam abrir. Talvez o mais detestável exemplo de fanatismo tenha sido aquele dos burgueses de Paris, que assassinaram, degolaram, atiraram pelas janelas de edifícios e despedaçaram seres humanos na chamada “Noite de São Bartolomeu” apenas porque não iam à missa, dita santa.

O pior é que, em pleno século XXI, o fanatismo continua mais ativo que nunca. Fanáticos petistas dizem que D. Lula I é uma espécie de “Sanctu Sanctorum” da política. Seus adversários, por sua vez, afirmam que ele tem na testa, marcado a ferro e fogo, o numero 666, ou seja a besta do Apocalipse brasileiro. Tolice. Nem uma coisa e nem outra. Ele é apenas um oportunista, esperto o suficiente para sair da condição de simples metalúrgico para a Presidência da República.

Se, pelo menos conhecêssemos um pouco de filosofia... Mas não conhecemos nada, absolutamente nada. Sabe-se que a filosofia é o remédio mais eficaz contra o fanatismo e os males provocados por ele, porque seu efeito é tornar a alma tranquila, e o fanatismo é incompatível com a tranquilidade.

"Os hindus acreditam que Vishnu se encarnou quinhentas vezes; isso é realmente algo espantoso. E dirão ele a seu bonzo: "Temos fé". Eu, de minha parte, prefiro jogar no time de Baruch de Espinoza, que dizia não ser possível ter fé sobre os escombros da razão Se pelo menos Deus atendesse pelo nome de Lógica... Mas não atende. Do alto da Sua onipotência, quer o que os italianos chamavam schiavi, os romanos servis, os eslavos slavs e os portugueses escravos."

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