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segunda-feira, fevereiro 01, 2010

CRONISTAS E ARTICULISTAS DO DIÁRIO DO AMAPÁ - 31 JAN 2010

Curiosidades da natureza

Raimundo Lobo



Dois jacarés, algumas vezes, põem os ovos num único ninho, em pequeno espaço de tempo. O ninho, porém, é feito só por um.

O jacaretinga, se ninguém mexer o seu ninho (pessoa ou jacruaru) pode, no outro inverno, pôr no mesmo ninho, arrumando-o com mais folhas, fofoias, garranchos, etc.

O jacaré pega peixe no fundo do rio ou do lago.

O acaratinga, o acará-caititu e o aruanã passam o dia e a noite com os filhinhos na boca, só libertando-os, talvez, com 2 ou 3 semanas.

Peixes que guardam os alevinos na boca: acaratinga, acará-caititu e aruaná. O pirarucu só recolhe os alevinos na boca em momentos de perigo: ataque do homem.

Os animais criados pela natureza, via de regra, têm mais saúde, destreza, força e brigam melhor que os animais domésticos ou domesticados: pato, marreca, onça, leão, caititu, macaco, quati, etc.

Num ovo de sucuri (cobra ovovivípara) foram vistas duas cobrinhas. Um pouco mais de 70 ovos já vimos numa sucuri, na fase do choco.

A pepéua come também ova de tamuatá, arraia muito pequena e sapo vivo.

Peixes que velam a ovas e os filhos após a eclosão: acará-preto, acará-prata, apaiari, jacundá-vermelho, barbela, pirarucu.

Peixes que, após a eclosão dos ovos, não mais vigiam os alevins: piranha, aracu, sardinha-do-lago, tamuatá, traíra, etc.

Acarás que põem os ovos sobre folhas assentadas no fundo de igarapés e lagos: acará-prata, acará-cascudo e acará-mata-mulher. Se o homem deles se aproxima, mordem carinhosamente as folhas onde estão suas ovas e levam-nas para outro lugar mais fundo e seguro.

O camaleão tem dois pênis.

O polvo tem três corações.

A ostra não tem cabeça.

Nos celenterados, a boca serve também de ânus.

Nas lendas amazônicas, o boto macho vira homem, mas o boto fêmea jamais se transmuda em mulher.

Predadores põem menos ovos e criam menos filhos do que suas presas: gaviões, tucanos, corujas, ariranhas, lontras, botos, onças, maracajás, etc.

As garças-brancas-grandes sabem que suas fezes matam as folhas e os galhos das árvores que lhes servem de dormitório. Por isso, com cerca de um mês, elas abandonam o dormitório e vão procurar outra mata para dormir.

Os mergulhões dormem vários meses numa mesma mata, o que concorre para matá-la com suas fezes. Diferentes das garças, que preferem para dormitório árvores altas e copadas, os mergulhões escolhem árvores de folhagem rarefeita, mortas ou secas.

O viado-campeiro é muito arredio e está sempre vigilante. Ora come, ora olha em todas as direções. Uma onça-pintada, uma suçuarana ou um vaqueiro acompanhado de cães podem vir se aproximando perigosamente e abrigá-lo a sair na disparada. Se existe uma baixa atolenta onde cavalo e cães podem ser engolidos pela lama, atravessa para o outro lado e ganha para o campo firme. Na falta do atoleiro, pode haver um rio ou lago por perto, então põem o peito nágua para atravessá-lo, frustrando os seus inimigos. Sabe-se que o cervo é muito veloz em terra e na água.



"Predadores põem menos ovos e criam menos filhos do que suas presas: gaviões, tucanos, corujas, ariranhas, lontras, botos, onças, maracajás, etc.

As garças-brancas-grandes sabem que suas fezes matam as folhas e os galhos das árvores que lhes servem de dormitório. "

*É professor e dicionarista.



Wagner Gomes



"Pau no Nome"

Wagner Gomes*

O Tribunal de Justiça de Brasília recebeu o seguinte requerimento:

Esmeralda, 5 de março de 2002.

Eu, Maria José Pau, gostaria de saber da possibilidade de abolir o sobrenome Pau de meu nome, já que a presença de Pau tem me deixado embaraçada em várias situações. Desde já, antecipo agradecimento e peço deferimento. Maria José Pau.

Como resposta, o Tribunal lhe enviou a seguinte mensagem padrão:

Senhora Pau.

Sobre sua solicitação de remoção do Pau.

Gostaríamos de lhe dizer que a nova legislação permite a retirada do seu Pau, mas o processo é complicado. Se o Pau tiver sido adquirido após o casamento, a retirada não é fácil, pois, afinal de contas, ninguém é obrigado a usar o Pau do marido se não quiser. Se o pau for de seu pai, se torna mais difícil, pois o Pau a que nos referimos é de família, e vem sendo usado por várias gerações. Se a senhora tiver irmãos e irmãs, a retirada do Pau a tornaria diferente do resto da família. Cortar o Pau de seu pai pode ser algo que vá chateá-lo. Outro problema, porém, está no fato de seu nome conter apenas nomes próprios e poderá ficar esquisito caso não haja nada para colocar no lugar de Pau. Isso sem falar que, caso tenha sido adquirido com o casamento, às demais pessoas estranharão muito ao saber que a senhora não possui mais o Pau de seu marido. Uma opção viável seria a troca da ordem dos nomes. Se a senhora colocar Pau atrás da Maria e na frente do José, o Pau pode ser escondido, porque a senhora poderia assinar o seu nome como Maria Pau José. Nossa opinião é a de que esse preconceito contra este nome já acabou há muito tempo e que, já que a senhora já usou o Pau do seu marido por tanto tempo não custa nada usá-lo um pouco mais. Eu mesmo possuo Pinto, sempre usei, e muito poucas vezes o Pinto me causou embaraços.

Atenciosamente, Geraldo Pinto Soares. Desembargador Tribunal de Justiça de Brasília/DF.



"Gostaríamos de lhe dizer que a nova legislação permite a retirada do seu Pau, mas o processo é complicado. Se o Pau tiver sido adquirido após o casamento, a retirada não é fácil, pois, afinal de contas, ninguém é obrigado a usar o Pau do marido se não quiser. Se o pau for de seu pai, se torna mais difícil, pois o Pau a que nos referimos é de família, e vem sendo usado por várias gerações. "

*Advogado - wagnergomesadvocacia@uol.com.br wg_ed.wagneradv@hotmail.com







Gilvam Borges

da Equipe de Articulistas



Nos primórdios da humanidade o homem conhecia somente a Guerra como forma de conquistas. Aldeias eram invadidas e povos eram exterminados, seus bens saqueados e exibidos em praça pública, assim como a cabeça do inimigo derrotado.

Mais adiante na história, os senhores feudais firmavam acordos muito antes da Revolução Industrial. Foi no Estado Absolutista que surgiu essa nova forma de relacionamento e a essência do que hoje se denomina diplomacia.

Na Segunda Guerra Mundial ocorreu a união de países, os Aliados, com o objetivo comum de derrotar o nazismo alemão.

Fusões, parcerias, incorporações, conglomerados. União de forças e esforços. Mesmo nos primórdios algumas tribos que guerreavam entre si, já traçavam entendimentos para derrotar tribo ou tribos inimigas.

Nem sempre a força bruta, com todo o aparato, suplanta o adversário. Os Estados Unidos da América que o digam, pois com toda a supremacia bélica foram derrotados no Vietnam.

Na guerra aberta, declarada, é possível medir o poder de fogo, dos pequenos projéteis aos mísseis. Na guerra política a complexidade é bem maior.

Através de ideias e propostas das agremiações partidárias se estabelecem as campanhas em busca do poder.

Aqui no nosso Amapá já se vislumbram coligações e futuras alianças entre partidos políticos. Os diabinhos rolam soltos, circulando, especialmente, pela internet. As espe-culações dão conta de que o PP de Pedro Paulo declina da disputa pelo governo do Estado, aceitando uma aliança com o PSDB de Jorge Amanajás.

Se for um acerto de contas ou uma prevenção diante de uma possível permanência de Waldez no governo para apoiar Alberto Góes, há de se considerar que essa instabi-lidade poderá levar a uma reorganização das forças partidárias no Estado.

Nessa projeção, poderemos então ter três palanques armados: um primeiro, fruto da tríplice aliança GEA, AL e PMM; o segundo, liderado pelo PSB, Psol e PMN, seria co-nhecido como CCC – Cristina, Capiberibe e Camilo. Um desses disputando o governo; e o terceiro, liderado por Lucas Barreto, que está no aguardo do desfecho dessas arrumações e entendimentos políticos.

O grande perigo, com elementos de surpresa, seria um cenário no qual teríamos apenas dois palanques, com uma eleição sem possibilidade de segundo turno. E nesse caso, o CCC – Comando Concentrado dos Capiberibes faria uma aliança com o PTB de Lucas Barreto.

Dentre os instrumentos que podem ser colocados nas mesas de negociações estão os cargos, composições de se-cretarias do futuro governo, além de suplências, vice-go-vernadoria, etc.. E o órgão auxiliar da Assembleia Legislativa, o Tribunal de Contas do Estado (TCE), que disponibiliza um confortável cargo vitalício, poderá ser ocupado por Lucas, Pedro Paulo, Jorge Amanajás e até mesmo um membro do CCC. Esse precioso instrumento está posto à mesa.

Como hoje já temos a ultrassonografia e institutos de pesquisas, podemos saber qual é o sexo da criança. Nesse caso também se pode saber a identidade do pai através do DNA. Só não dá para saber, mesmo, se haverá complicações no parto e a criança tenha que ser retirada a fórceps para salvar a mãe.



*Senador da República pelo PMDB-AP e coordenador da bancada parlamentar amapaense em Brasília

E-mail: senadorgilvam@gmail.com

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