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segunda-feira, fevereiro 01, 2010


O animal que você vê nessa foto (Macapá-Amapá) é o matamatá ou pescoçudo, cientificamente denominado: Chelys fimbriata Schn. Trata-se de um quelônio, família dos quelideos, tem por característica a carapaça fortemente sulcada, cabeça com tromba, possui a boca muito larga, com franjas laterais. Dois aspectos concorrem para expor esse animal à caça predatória: a aparência pré-diluviana muito valorizada em jardins zoológicos e aquários e, sabor da carne.

A monumental árvore que você vê ao fundo é o objeto da cobiça nacional e internacional sobre a floresta amazônica, tenha certeza disso. Um exemplar como esse sai da floresta à razão de centenas de reais, mas sai do pátio da madeireira à razão de milhares de reais. Contudo, melhor se perguntar: um homem amazônico descapitalizado conseguiria abater, arrastar e embarcar uma árvore dessa? Logo, a “origem” da devastação da Amazônia não está propriamente na própria Amazônia.




 

Essa fotografia espetacular (1988) mostra-nos pelo menos quatro cenraios naturais e um antropológico:
ao fundo a densa franja de floresta litoranea representada pelo estabelecimento de siriubais (Avicenia germinans) e mangue vermelho (Rhizophora mangle); na frente da franja aparece o espetacular curso d'água do Canal do Carapaporis (Canal do Inferno); no plano principal o que estamos vendo é, espetacular e simplesmente o resultado da "briga" entre o mar e margem florestada, resultando que a energia das marés promove essa impressionante derrubada - por arraste - dessa biomassa. o que pode parecer devastador, na verdade representa a renovação da colonização pioneira desses ambientes litoraneos amazônicos, que no Estado do Amapá se apresentam com maior desenvoltura.  Nisso reside grande parte da riqueza pesqueira desse trech litoraneo.

   

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