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terça-feira, março 30, 2010

ARTIGO PUBLICADO EM O DIÁRIO DO AMAPÁ - 27 MARÇO 2010

O TROCO NO SETAP.
César Bernardo de Souza - Articulista


Quinta-feira, 25, uma mulher, talvez a Dona Elisa, ligo para o Programa LUIZ MELO ENTREVISTA (102.9) reclamando da falta de troco nos ônibus urbanos de Macapá. Bsicamente circunstanciou sua queixa sobre o 5 centavos de real que nunca recebe como troco dos dois reais que paga por ma passagem fixada a preço de um real e noventa e cinco centavos de real., contudo acrescentou sua desconfiança de que seus dois reais poderiam não entrar no caixa da empresa por conta de um tal cartão magnético de posse e uso dos trocadores nesses ônibus. Dito isso Dona Elisa saiu de cena ficando o assunto distribuído na mesa de apresentação do programa.

Sexta-feira, 26, um assessor de imprensa do Setap, o jornalista Renivaldo Costa, comparece ao programa para conceder entrevista sobre o assunto. De pronto ofereceu-se a justificativa de que a falta de troco em Macapá é cultural ou que a “cultura” do povo explica a falta da moeda divisionária e a passividade do consumidor. Inaceitável, a meu ver, pelo seguinte: 1-não se deve tomar como cultura tudo aquilo cujo paradigma imediato é a mudança, ou seja, por que treinar o povo à espoliação? 2-se é cultura por que a premeditação de estabelecer preços fracionados em centavos de real – o povo não pode viver sem dar dinheiro ao sistema? 3-sobre um universo de cerca de 40.000 passageiros/dia o calote (cultural?) de 5 cinco centavos/passageiro significa um montante de 2.000,00 (dois mil reais) dia.

Não é preciso dizer que isso é muito dinheiro dia, muitíssimo dinheiro mês, uma fabula de dinheiro ano. Além dessa “argumentação”, também provoquei o Assessor do Setap quanto as finalidades precípuas do sindicato que ele representa: 1-por que se envolver com estudantes, com desgastes? 2-o que é feito da quantia recolhida a titulo de fala de troco?

Isso irritou o jornalista lá no estúdio da 102.9 e, pior, enfureceu outros assessores do Setap que mantem e apresentam um programa diário na Radio Forte FM. O quanto me agrediram na tarde de ontem não vem ao caso no momento, mas o por quê da irritação sim. Pela reação violenta passei a suspeitar de que ainda faltam melhores explicações para o caso.

Dito por um deles que “jornalista chegar no Setap querendo dinheiro a gente acerta..” , também pôs-me a imaginar que a irritação deles para com as minha ponderações pode ter mesmo algo mais a esclarecer à opinião pública.

Não me sinto ameaçado peos xingamentos , apenas surpreso com as dclarações do jornalista Renivaldo Costa de que o teria ofendido a quando de sua presença nos estúdios da Radio 102.9, pela manhã no programa LUIZ MELO ENTREVISTA. Não quis fazê-lo. Não posso fazê-lo. Não devo fazê-lo. Não tenho por quê fazê-lo.

Mas, tornei-me muito curioso com a “estória” do Setap. Em tempo esclareço aos seus assessores e a todos, e geral: não sou doublê nem pseudo nem jornalista., até estranho que me tomem como tal.

domingo, março 21, 2010

PUBLICADO NO DIÁRIO DO AMAPÁ - 22 MARÇO 2010

TOMARA QUE SAIA.
César Bernardo de Souza

Antes que volte a essa pagina no próximo sábado, 27, Waldez já terá se decidido pelo fico ou não fico – dia 31 deve ser o dia escolhido para o anúncio. Seria justo que saísse do governo para concorrer ao Senado, trata-se de alguém que lutou muito para conquistar seus mandatos., até sofreu à exaustão por causa disso.

É preciso lembrar que perdeu sua mãe em maio de 2002, poucos dias antes da Convenção que o indicaria candidato ao governo do Amapá. Fosse fraco ou não tivesse a convicção a movê-lo teria desistido. Agora, dever cumprido, bom governo realizado, confiança no vice governador, amizade construída com Pedro Paulo durante sete longos anos de mandatos tocados a quatro mãos, liderança política consolidada, administração avaliada entre 70 e 80% de aprovação, etc., seria injusto não poder deixar o governo para prosseguir numa trajetória bastante favorável a que chegasse ao Senado.

É claro que Waldez tem opositores, mas fazer o quê? É da política! Eça de Queirós, grande escritor português (1845 – 1900), disse: “Politicos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”. Henry Kissinger, diplomata americano, disse: “Noventa por cento dos políticos dão aos 10% restantes uma péssima reputação”. Alexander Pope, poeta britânico (1688 – 1744) disse: “Um partido político é a loucura de muitos em beneficio de uns poucos”.

Portanto, Waldez Góes não é uma reinvenção entre políticos e da política- nem de si mesmo. Deve ir adiante porque abriu o caminho que o levou ao governo do estado, tornando-se um bom governador. Poderia ter feito mais? Claro que sim., no Amapá quase tudo está por ser feito. Preencher certos “vazios” foi mérito que o consagrou perante a opinião publica e eleitorado amapaenses. Ele está inserido entre molduras das mais importantes e bonitas fotografias da historia da construção política do Amapá moderno.

Por exemplo, diríamos do primeiro (maior e melhor) projeto parlamentar do Dep. Dalto Martins –PMDB, anunciado com circunstancias em janeiro de 2003: criar a Faculdade de Medicina do Amapá. Noutra ponta estava o Dep. Edinho Duarte, do PMDB de à época, defendendo com unhas e dentes o seu projeto de criação da Universidade Estadual do Amapá. Entre ambos estava o governador Waldez Góes com a autoridade de virar-lhes as costas – como fez o governador Capiberibe para o projeto de criação da UEAP - ou criar uma em detrimento de outra ou criar as duas.

Visionário, mas também fiel a princípios “darcyniano” e “brizolino” pela educação no Brasil e, alem disso imbuído dos compromissos de fazer o governo com justiça social prometido em campanha, Waldez mandou publicar em Diário Oficial a sanção dos dois espetaculares projetos. Imortalizou-se!

Daqui para diante ainda tem mais pelo menos dois projetos imortalizadores que podem ir para a biografia do governador Waldez Góes: o novo e fantástico projeto do Dep. Dalto Martins criando a Faculdade de Medicina Veterinária do Amapá e, igualmente espetacular o projeto do Executivo orçado em cerca de 900 milhões de reais junto à carteira de empréstimos do BNDES com destinação à construção em pavimentação asfáltica de toda a malha rodoviária interna no Amapá.

Muitas outras credenciais de Waldez estão agora na mesa de tomada de decisão, mas as que citamos, penso, são suficientes para animá-lo a prosseguir com sua carreira sem interrupções. Pois é de se perguntar: que dinheiro valeria mais que projetos assim para um povo que não pode mais se deter em sua rajetoria de  autodeterminação?

Nem Eça nem Alexander nem Kissinger, o julgamento do jovem governador Waldez está mais para Castro Alves (S’tamos em pleno mar... dois infinitos. Ali se estreitam um abraço insano, azuis, dourados, plácidos, sublimes... Qual dos dous é o céu? Qual o oceano?.

quarta-feira, março 17, 2010

HISTÓRIA VIVA - Acontecendo agora...

Dom Pedro II na Terra Santa
por Reuven Faingold


1876: o diário do imperador registra seu encontro com 60 monges nas imediações de Jerusalém e sua decepção com o pouco apreço deles pelos fantásticos documentos que possuíam.
Quando foi à Terra Santa, D. Pedro II redigiu um diário que revela a curiosidade intelectual, a sensibilidade artística e o empenho do monarca em conhecer e compreender a humanidade. Escrito em 1876, retrata um homem despojado de mordomias que, apesar de rei, dormiu em barracas, hospedou-se em hotéis de quinta categoria, cavalgou horas a fio, arriscou-se a enfrentar beduínos, frequentou banhos turcos e colecionou souvenirs.
Guardados no Museu Imperial de Petrópolis (Diários 18-19, maço 37, doc. 1057), os relatos se referem à segunda viagem internacional do monarca, na qual ele visitou, em 18 meses, mais de cem cidades, em quatro continentes. D. Pedro II anotou impressões dos 24 dias no Líbano, Síria e Palestina otomana, percorrendo quase 500 quilômetros.
Trata-se de uma distância significativa para os recursos de transporte da época. Além disso, a comitiva real tinha mais de 200 pessoas. Providenciar água, comida, hospedagem e segurança para tanta gente exigia uma operação de guerra. Na época, D. Pedro já tinha 50 anos, mas não reclamou do cansaço, aproveitando cada minuto de sua peregrinação.
Em 29 de novembro de 1876, a comitiva brasileira passou por uma experiência única: o grupo visitou o imponente monastério de Saint Sabbas (456 d.C.), localizado nas montanhas de Moab, próximo de Jerusalém. O acesso a esse patrimônio era difícil – só possível caminhando ao longo das ribanceiras secas do rio Cedron.

HISTÓRIA VIVA - Acontecendo agora..

edição 76 - Fevereiro 2010

Gutenberg não inventou a imprensa

O mérito de ter publicado a primeira obra com a ajuda de caracteres móveis é desse famoso artesão europeu, cujo feito deixou o mundo extasiado. Certo? Errado?

por Olivier Tosseri

O alemão Johannes Gutenberg (c. 1400-1468) não inventou, mas sim “reinventou” a imprensa no século XV. A técnica de imprimir com caracteres móveis é, na verdade, asiática, e muito mais antiga. Tudo começou com a criação do papel, obra de chineses no ano 105 da era cristã. O novo material abriu caminho para uma produção, ainda artesanal, de maior número de livros, que se tornaram práticos para manusear e muito mais baratos.
Já existiam a gravura em pedra e a cópia manual. Surgiu, então, a xilografia, praticada principalmente na China e, depois, na Coreia e no Japão do século VII. Os orientais usavam uma prancha de madeira para gravar imagens e textos, que podiam ser reproduzidos por estampagem.
A técnica foi aperfeiçoada no século XI, com ensaios de impressão por meio de caracteres móveis, só que de terracota. Problema: eles não podiam ser reutilizados, o que tornava o sistema caro e trabalhoso. Entre 1041 e 1048, os caracteres foram aprimorados pelo chinês Bi Sheng, ferreiro e alquimista. Mas o custo elevado e a necessidade de mão de obra numerosa continuaram a atrapalhar o desenvolvimento dessa forma de imprimir.
Quase 200 anos depois, a Coreia tomou a dianteira no processo, já com incentivo público. Os caracteres móveis metálicos se disseminaram, e, em 1377, foi publicado o primeiro livro impresso nesse padrão. Diferentemente dos demais países, o governo local seguiu atento ao potencial do invento.

segunda-feira, março 15, 2010

PUBLICADO EM O DIÁRIO DO AMAPÁ - 13 DE MARÇO DE 2010

NÃO SEI DE NADA.
César Bernardo de Souza


Um presidente de um pais democrático, moderno, devidamente inserido no contexto mundial pode muito, mas não tudo. Para inicio de conversa deve pensar antes de falar, especialmente em publico. Não me lembro de bobagens ou grosserias ditas pelo presidente Sarney., difícil, mas pode tê-las dito. Quanto a Fernando Collor, deixa ficar em “duela a quem duela”.

Fernando Henrique por vezes abriu a caixa de maldades, digo, bobagens, em 1998 disse: “aposentado com menos de 50 anos é vagabundo, locupleta-se de um pais de miseráveis”. Mirou num alvo, mas acertou outro.

Chega-se a era Lula presidente, período absolutista das citações presidenciais, digamos, muito especiais. Dois dias atrás Lula mandou recados ao seu colega Barac Obama dos Estados Unidos e outro aos que andam por aí inaugurando maquetes de obras. Mas Lula foi além do que seria razoável.

Pisoteou o tomateiro inteirinho dizendo: “Eu penso que a greve de fome não pode ser usada como pretexto de direitos humanos para libertar pessoas. Imagina se todos os bandidos de São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade!?”. Presidente eleito ele é, mas...

Com essa preciosa declaração Lula acabou abrindo o flanco da sua candidata presidencial Dilma Rousef, sepultando com pás de cal as tantas histórias de luta com grife da greve de fome contra a ultima ditadura militar. Coisa de presos políticos.

Quanto a Rousef fica a duvida sobre seu próprio “credo” sobre greve de fome de presos políticos atuais ou futuros – ela é parte da luta pela redemocratização do país – já que até agora não tugiu nem mugiu contra a fala do presidente Lula sobre a desídia do “companheiro” Zapata.

Quanto a historia da redemocratização do Brasil, com sua declaração Lula soterrou o Movimento Feminino pela Anistia de 1975; o Manifesto por Liberdades Democráticas em 1976, da SBPC; a Carta aos Brasileiros – Largo São Francisco/SP, 1977; o Movimento pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita, em 1978; a greve de fome nacional – que durou um mês (22/07 à 22/08/78), greve de fome essa que acabou apressando a votação do Projeto de Anistia no Congresso Nacional, um ano depois, em 28/09/1979.

Esse “tomateiro” todo (e mais alguns gramados e Brasília) foi agora pisoteado por Lula, justamente ele que em 1982- apenas três anos após a memorável greve de fome do Nelsinho Rodrigues e mais treze companheiros – já era candidato a presidência do novo Brasil.

Realmente, sobre declaração tão infeliz do presidente, sintetiza bem o fato a fala do Dr. Ophir, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB (sempre ela nesses momentos): “A comparação é despropositada, pois tenta banalizar u recurso extremo que é, ao mesmo tempo um símbolo de resistência a um regime autoritário que não admite contestações”.

É isso aí e muito mais, já que tivemos no Brasil nossos muitos e valentes Orlando Zapata. Pena, portanto, que o presidente Lula tenha banalizado suas memórias e defesa de uma Cuba hoje muito mais atrasada que ontem. Em sendo Lula como é, o cara, poderia ajudar mais o povo da ilha dos castros.

Notas: ¹-Metas para a Educação em 2010 no Brasil: analfabetismo 4%, repetência 10,7%, matriculas no ensino superior 30%. Onde estamos: analfabetismo 10%, repetência 13%, matriculas no ensino superior 13,7%. Numeros dos países desenvolvidos, respectivamente: 4%, 3%, 39%. ²-Nessa semana estive lembrando o bravo e austero Dr. Edmundo Moura, advogado, com o qual trabalhei na LBA. Ele no Setor Juridico eu no de Educação para o Trabalho. Grande homem. ³-Promotores, os próprios, deviam ir mais a bancos., especialmente BB e Bradesco. Há leis a serem cumpridas... ou avacalhadas de vez. 4-E a calçada pela FAB em frente à Seinf...pode?

DIÁRIO DO AMAPÁ - 14 DE MARÇO DE 2010

Wagner Gomes*


Shakespeare visita Arruda na prisão

"Na sede da Polícia Federal em Brasília. A porta da cela se abre e o guarda diz:

- Governador, tem uma pessoa chamada Wiliam querendo entrar.

- Wiliam? Wiliam de que?

- Ele diz que é William Shakespeare.

- Ahn? Deixa entrar.

(Alguns segundos depois...)

- A que devo esta honra? Nunca podia imaginar uma visita dessas!

- "Há mais coisas no céu e na terra do que sonha a tua filosofia."

- Que bom que você veio. Estou me sentindo muito só.

- "Se você se sente só é porque ergueu muros em vez de pontes."

- Sinto saudades da minha vida lá fora.

- "Todos amam a vida, mas o homem valente e honrado aprecia mais a honra."

- Eu só estou aqui porque fui traído por aquele cretino. Achei que podia confiar e depois eu dava um jeito nele! Maldito seja!

- "As maldições não vão nunca mais além dos lábios que as proferem" e deve-se tomar "cuidado para com a fogueira que acendes contra teu inimigo; ela poderá chamuscar a ti mesmo."

- Mas eu estava fazendo um bom governo. Será que não se lembram disso?

- "O mal que os homens praticam sobrevive a eles; o bem quase sempre é sepultado com eles" e você vai "descobrir que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida."

- Mas depois do caso do Painel do Senado, o povo já tinha me perdoado e me reanimei com a eleição para governador.

- Governador, "nada encoraja tanto ao pecador como o perdão" e lembre-se de "Não sujar a fonte onde aplacaste tua sede."

- Me cerquei de gente de confiança e que não pensava muito. Eu controlava tudo. Todos gostavam de mim!

- Arruda, "o que gosta de ser adulado é digno do bajulador". Com o tempo, "eu aprendi que para se crescer como pessoa preciso me cercar de gente mais inteligente do que eu."

- Mas até dinheiro na meia! Até eu achei demais.

- "A desconfiança é o farol que guia o prudente", mas "se o dinheiro vai na frente, todos os caminhos se abrem."

- Será que estão gravando nossa conversa?

- "A suspeita sempre persegue a consciência culpada; o ladrão vê em cada sombra um policial."

- Achei que tinha sido bem esperto ao fazer um acordo com o ex-Governador e depois conseguir me livrar dele.

- Governador, você devia saber que "se dois cavalgam num cavalo, um deve ir detrás" e também que "atiramos o passado ao abismo, mas não nos inclinamos para ver se está bem morto."

- Mas que destino infeliz. Essas pessoas traíram minha confiança. Falavam em meu nome, mas eu não sabia de nada!

(Shakespeare pensando: "Que formosa aparência tem a falsidade.")

- Arruda, aprenda: "Dê a todas pessoas seus ouvidos, mas a poucas a sua voz" e saiba que "o destino é o que baralha as cartas, mas nós somos os que jogamos."

- Mas eu sou um cara simpático e risonho. O povo me adora. Eu estava a caminho da glória! Eu não pareço uma pessoa honesta?

- "O rosto enganador deve ocultar o que o falso coração sabe." "Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são." "A glória é como o círculo na água; nunca cessa de se dilatar até que, à força de se expandir, se perde no nada."

- Mas os meus advogados vão acabar dando dar um jeito nisso. Eles são muito hábeis com as palavras.

- "As palavras são como os patifes desde o momento em que as promessas os desonraram. Elas tornaram-se de tal maneira impostoras que me repugna servir-me delas para provar que tenho razão."

- Bem, acho que nosso horário está terminando. Deus está vendo tudo e há de me proteger!

- "Não chegarão aos ouvidos do Eterno palavras sem sentimento."

(Autoria de Paulo Barreira Milet, que é empresário, consultor e Sócio-Diretor da Eschola.com)



*Advogado - wagnergomesadvocacia@uol.com.br  wg_ed.wagneradv@hotmail.com

DIÁRIO DO AMAPÁ - 14 DE MARÇO DE 2010

Raimundo Lobo*


Linguagem popular

Catatumba, s.f. catacumba. Cheira-café, m. Diz-se de lugares (pontos de pesca ou de caça) muito próximos de casa; pontos manjados. Cacuruta, s.f. cupim, gebo, cocuruto, corcova. Corgo, s.m. córrego. Campainha (da boca), s.f. úvula. Isca, s.f. pesqueiro, ceveiro. Caipora, s.f. panemeira, paúra, azar, peso, urucubaca. Coscas, coticas, s.f. cócegas. Cômada, s.f. banca com gavetas. cômoda. Cego, adj. sem fio, sem gume. Comer mais que lixa sete. comer muito. Cara de limão-galego, s.f. cara muito pregueada. Carne de cão, s.f. diz-se da planta, muito resistente ao calor do verão. Cervo(ê) s.m. viado, cervo(é). Caibro, s.m. perna-manca. Samba de bleque, s.m. samba de breque, s.m. Cuia de cueira, s.f. cuia ou cabaço de cabaceiro ou cabaceira. Campeste, s.m. certa área de campo. campestre. Coçar cavalo: surrá-lo com muxinga para amansá-lo. Coçado, s. ou adj. bêbado. Cuspalhada, s.f. cusparada. Companha, s.f. companhia. Costurar para fora, s. diz-se da mulher que trai o marido; que pula a cerca. Chover na roça de x. melhorar de vida; dar um chute na miséria. Camungó, s.m. Nos estados do AP e do PA. cabogó ou cambongó. Ciriringa, s.f. Bolhas de ar vindas à superfície oriundas do talvegue e dos lugares rasos em todos os níveis. A terra, por si mesma, produz ciriringa, mormente no período da seca. Podem ser produzidas pela expiração ou flato de animais submersos, pelo contato destes com a terra ou com árvores caídas e poitadas no solo. Árvores putrefatas ancoradas no fundo desprendem constantemente bolhas de ar. Chá-de-bico, s.m. Lavagem retal. Chape-chape, s.m. merenda, um tanto rápida, de carne de gado assada com farinha de mandioca. Cuiamacu, s.f. Tracajá fêmea, nova, que ainda não pôs (ovos). Cobó, s.m. faca velha, enferrujada de ponta atorada e desamolada. Cobrir, v.t. cobrir o boi é o fato deste, quando já laçado, receber uma segunda laçada, para segurá-lo bem. Baco-baco, s.m. Rango, pirão, bóia, comedoria, comida, boiosa. Ele tem um ranço: prosa, fanfarronice, orgulho. Chavasco, s.m. grande, tabiquara, porrudo. Carangola, s.m. caranguejo. Cairé, s.m. Acessório de rede de dormir. Cairel, s.m. Comedia, s.f. comedouro de animais silvestres. Cheiroso que nem ninho de urubu no choco. Rosca de metal cuspida: desgastada, lassa, frouxa. Chutar, v.t. Responder a uma pergunta de maneira insatisfatória. Casca-grossa, adj. bruto, ignorante, escroto. Cascavilhar, v.t. esquadrinhar, dissecar. Cutaca ou raspa-cuia, s.f. sapo que mora em buraco de esteios de casa ou de árvores vizinhas. Camborão, s.m. Tamborão de gasolina ou óleo. Crajiru, s.m. carajuru, cipó-cruz. Cônjugue, s.s.c. cônjuge. Cachorro, s.m. peça de madeira que complementa a perna-manca no beiral da casa. Haste ou hástea de lenha, s.f. Acha de lenha. Covo(ó), s.m. armadinha de cipó ou tala para pegar tracajás. Cipó-ambé, s.m. cipó-imbé. Carneiro ou carnero, s.m. bloco de folhas, descartáveis, carnê, s.m. Coí, s.m. Cuí. Cári, s.f. cárie. Tocandera, s.f. Espécie de formiga. tocandira. Tatucaba, s. cabatatu. Taperebá, s.m. cajá. Cachimbo, s.m. vulva de certos animais. Cernambi, s.m. borracha de leite de seringa de qualidade inferior. Cocal ou coqueiral, s.m. coletivo de coqueiros. Cacoal ou cacaual, s.m. Coletivo de cacaueiros . Chaler, s.m. chalé. Creolim, s.f. creolina.
*Professor - Dicionarista - Escrior...

sexta-feira, março 12, 2010

PROGRAMA DEBATE POSITIVO - RADIO 102.9 - 13 DE MARÇO 2010

13 DE MARÇO – D. POSITIVO. (Apresentação César Bernardo)


COMO AS PESSOAS HONRADAS O AJUDARÃO?

Com a força interior que fez brilhar sua consciência, como um farol que guia a humanidade, Orlando Zapata disse já consumado pela greve de fome, em Cuba: “ Morrer pela liberdade e pela democracia é viver eternamente” Zapata morreu depois de 85 dias de greve de fome.

A vez agora é de Guillermo Fariñas, o “Coco”. Ele clama pela libertação de dezenas de presos políticos com problemas de saúde. Diz ele: “há momentos na historia em que é preciso haver mártires”. Fariñas é uma denuncia ambulante. Já foi leal ao regime cubano. Enviado para treinamento na antiga União Soviética teve u choque de consciência. Desolação, corrupção e incompetência grassavam no país. De volta a Havana denunciou diretores de um hospital que desviavam lençóis e leite em pó das crianças. Foi preso.

Tornou-se dissidente do regime castrista em 1989 por discordar do fuzilamento sumário do General Arnaldo Ochoa., mas caiu em desgraça. Fariñas teve que buscar nova carreira profissional, formou-se em antropologia e psicologia. Fundou uma agencia de noticias independente, a Cubanacán e começou a escrever textos para o exterior. Em 1997 iniciou a primeira das vinte e três greves de fome que transformaram seu corpo em pele e osso. A penúltima dessas greves foi pelo direito de acessar a internet. Em sete meses de protesto contra o regime cubano, na ilha dos castros, Fariñas perdeu 30 quilos, vive nua cadeira de rodas, mas diz: “Irei até o fim”. A pergunta que fica é a seguinte: Como as pessoas honradas o ajudarão?

ANIVERSARIANTES DO DIA:

13-YAN GABRIEL – 2 ANOS (FREDI E YANE – DERECA)

. 06 – EVERTON (CRISTINA E LOPES)

. 06 – vitor (cleiton e Fernanda Pires)

. 09 – PATRICIA (Zeider e Aldo Siqueira)

AYEL

O Anjo AYEL ajuda a ter consolação contra as adversidades ou injustiças. Favorece a longevidade, a preservação e a solidificação de bens materiais adquiridos por trabalho.



Influência:

Quem nasce sob a influência do anjo Ayel será iluminado pelo espírito de Deus, terá solidez nos empreendimentos, destaque nos estudos e pesquisas astrológicas . Influente, confiável, não aprova a duplicidade de opinião ou a desonestidade. Avesso à futilidade, estará sempre de bem consigo mesmo. Não é interesseiro e só gosta de demonstrações de afeição, quando percebe que são absolutamente sinceras. Dedicará grande atenção à família. Nunca deixa para outra pessoa uma tarefa inacabada, atingindo assim todos os objetivos, com merecido sucesso. Poderá seguir em frente com confiança, seu anjo de guarda estará sempre a seu lado.

Profissionalmente estará sempre assumindo novos cargos e recebendo cada vez mais tarefas,fará sucesso, principalmente no comércio.

Categoria: Anjos Príncipe: Gabriel Protege os dias: 25/05 - 06/08 - 18/10 - 30/12 - 13/03 Número de sorte: 4 Mês de mudança: abril Carta do tarô: O imperador Está presente na Terra: de 22:00 às 22:20



Salmo 36

A transgressão fala ao ímpio no íntimo do seu coração; não há temor de Deus perante os seus olhos. Porque em seus próprios olhos se lisonjeia, cuidando que a sua iniqüidade não será descoberta e detestada. As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de ser prudente e de fazer o bem. Maquina o mal na sua cama; põe-se em caminho que não é bom; não odeia o mal. A tua benignidade, Senhor, chega até os céus, e a tua fidelidade até as nuvens. A tua justiça é como os montes de Deus, os teus juízos são como o abismo profundo. Tu, Senhor, preservas os homens e os animais. Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade! Os filhos dos homens se refugiam à sombra das tuas asas. Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da corrente das tuas delícias; pois em ti está o manancial da vida; na tua luz vemos a luz. Continua a tua benignidade aos que te conhecem, e a tua justiça aos retos de coração. Não venha sobre mim o pé da soberba, e não me mova a mão dos ímpios. Ali caídos estão os que praticavam a iniqüidade; estão derrubados, e não se podem levantar. Amém!





ABRAÇOS:

- PROFESSOR MOTA E EQUIPE DOS PEIXINHOS VOADORES.

- AO DEPUTADO DALTO MARTINS E DONA MARICÓ

- AO DR. CLAUDIO LEÃO (É POSSIVEL COMPRAR VACINA GRIPE SUINA 1?)

- DONIZETE E REGINALDO (OLIVEIRA-MG) DOCES E CACHAÇA.

-ÀS TANTAS PESSOAS QUE ESTÃO NOS CUMPRIMENTANDO PELO NOSSO TRABALHO NO LM-ENTREVISTA.

-

. COMENTÁRIOS:

.PETRÓLEO E SUB-SOLO

.CASO OIAPOQUE

.CLAUDIO JUNIOR – PROGMA DA FAMILIA – 3 NOS.

.BANCADA DO AMAPÁ – HARMONIZAR DISCUSOS AMBIENTAIS.

.CEL ALAN – GAL. TITO E FILHO.

. NOTAS PMM



A Secretaria Municipal de Finanças prorrogou o prazo de validade dos

Alvarás de localização e Funcionamento do exercício devidamente

quitados e emitidos em 2009.

Estes alvarás terão validade até o dia 10 de Abril de 2010.

. Informação do Gabiv

O gabinete da vice-prefeitura de Macapá, através da prefeita em

exercício Helena Guerra e o Serviço de Imunização do Município por

meio de sua coordenadora Lílian Vergara, comunicam que por

determinação do Ministério da Saúde a partir desta segunda-feira (15)

todas as gestantes podem ser imunizadas com a dose da vacina contra a

gripe e não mais no dia 22 de março.

domingo, março 07, 2010

PROFESSOR RAIMUNDO LOBO - DIARIO DO AMAPÁ - 07 DE MARÇO

Miniaturas Ecológicas




Os vegetais não podem se defender da ação devastadora do homem por serem geralmente fixos.

Os animais, por não saberem recuar, são dizimados pelo homem.

Eles sabem retroceder (para um dos lados), o que não é, em rigor, recuar, dar marcha à ré, andar para trás, desandar.

Só alguns animais dão uma pequena ré, tais como: o poraquê, o ituí, o sarapó, o barbela, o acará-roxo, o acará-preto, o muçu-grande, o beija-flor, a mamangava (abelha), os besouros e as cabas com exceções.

Mesmo os peixes que dão ré caem na maIhadeira. Os animais confundem a linha da maIhadeira com pé de lodo ou perna de cipó ultrafinos.

Como a vida é luta, porfia, emulação, competição, disputa, ou seja, uma guerra sem trégua, os animais foram criados para avançar, atacar, pular para a frente, para cima e para os lados, e não para recuar.

A leoa dá salto de até 11 metros de distância sobre a presa. O tucunaré-açu à noite, sob o foco da lanterna, pula cerca de sete metros de distância. A uéua, perseguida pelo predador, salta uns três metros de distância.

Por não saberem recuar, caem na malhadeira ou no tramalho: o peixe, o tracajá, o jacaré, a cabeçuda, a sucuri, a capivara, o carará, o mergulhão, o boto, etc.

O tramalho, colocado em terra firme, em matas altas, prende o jabuti, o tatu, a cutia, a paca, o caitetu, o queixada, o quati, a raposa, o tamanduá, a capivara, o veado, o maracajá, etc.

Ao darem com o focinho no tramalho, como não sabem dar ré, avançam e ficam presos de vez.

Nos animais, as armas de defesa ou de ataque estão quase sempre na parte dianteira do corpo: dentes, bicos, chifres, ferrões, esporões, (téu-téu), catana (espadarte), unhas, etc.

São exceções: o jacaré (boca e cauda), o camaleão (boa e cauda), a arraia, o escorpião, o porco-espinho, o galo (bico e esporões) e a abelha.

O que a genética poderá fazer para modificar e melhorar a defesa dos animais, "ensinando-os" a recuar rápido?

DR. WAGNER GOMES - DIARIO DO AMAPÁ - 07 D MARÇO

Último discurso de Martin Luther King




Freqüentemente imagino que todos nós pensamos no dia em que seremos vitimados por aquilo que é o denominador comum e derradeiro da vida, essa alguma coisa a que chamamos morte.

Frequentemente penso em minha própria morte e em meu funeral, mas não num sentido angustiante.

Freqüentemente pergunto a mim mesmo o que é que eu gostaria que fosse dito então, e deixo aqui com vocês a resposta.

Se vocês estiverem ao meu lado quando eu encontrar o meu dia, lembrem-se de que não quero um longo funeral.

Se vocês conseguirem alguém para fazer a oração fúnebre, digam-lhe:

* para não falar muito;

* para não mencionar que eu tenho trezentos prêmios, isto não é importante;

* para não dizer o lugar onde estudei.

Eu gostaria que alguém mencionasse aquele dia em que

* eu tentei dar minha vida a serviço dos outros;

* eu tentei amar alguém;

* eu tentei ser honesto e caminhar com o próximo;

* eu tentei visitar os que estavam na prisão;

* eu tentei vestir um mendigo;

* eu tentei amar e servir a humanidade.

Sim, se quiserem dizer algo, digam que



EU FUI ARAUTO:

* arauto da justiça;

* arauto da paz;

* arauto do direito.

Todas as outras coisas triviais não têm importância.

Não quero deixar atrás

* nenhum dinheiro;

* coisas finas e luxuosas.

Só quero deixar atrás

* uma vida de dedicação.

E isto é tudo o que eu tenho a dizer:



SE EU PUDER

* ajudar alguém a seguir adiante;

* animar a alguém com uma canção;

* mostra a alguém o caminho certo;

* cumprir meu dever de cristão;

* levar a solução para alguém;

* divulgar a mensagem que o Senhor deixou

Então,



MINHA VIDA NÃO TERÁ SIDO EM VÃO.

(Pronunciado, no dia 3 de abril de 1968, em Memphis, EUA).

Wagner Gomes

wagnergomes

advocacia@uol.com.br

wg_ed.wagneradv@hotmail.com

PROFESSOR NILSON MONTORIL - DIARIO DO AMAPA - 07 DE MARÇO

Remo, o clube de periçá




As trajetórias existenciais dos dois mais importantes clubes do Estado do Pará, Remo e Paysandu são repletas de fatos curiosos. O Clube do Remo não surgiu com essa denominação e sim com o título de Grupo de Remo, no dia 5 de fevereiro de 1905. Foi fundado por alguns esportistas discidentes do Sport Club of Pará para participar das competições náuticas realizadas nas águas da Baia de Guarajá. Aliás, vários dos grandes clubes do Brasil tiveram no inicio de suas atividades o escopo exclusivo de disputar regatas. O primeiro campeão paraense de remo foi o Pará Clube, em 1905,que fez uso de apenas um barco, o "Ceará". Os barcos utilizados nas regatas eram conhecidos como "iole". Os mais leves vinham da Itália e os mais pesados eram fabricados no Rio Grande do Sul e em Niterói. A segunda regata no Pará só aconteceu em 1909 e a Recreativa sagrou-se campeã utilizando o barco "Ruivinha". A sede náutica do Grupo do Remo foi erguida na Rua Siqueira Campos, ex-Rua Norte, a primeira a ser aberta em Belém. A Garagem Náutica, ainda em atividade tem fundos para o Rio Guamá. Em 1907, o Grupo do Remo possuía nove embarcações compreendendo canoas de 2 e 4 remos, baleeiras de 2, 4 6 e 12 remos, iole a 4, iole a 8 e double-shiff. Devido a uma crise interna os remistas decidiram decretar a extinção da agremiação, mas fizeram-na ressurgir no dia 15 de agosto de 1911. Participaram dessa iniciativa, abnegados desportistas entre eles o macapaense Cândido Ramiro Jucá, filho do Coronel Coriolano Finéas Jucá, primeiro Intendente do Município paraense de Macapá. Cândido Jucá residia em Belém e morria de amores pelas cores do Remo. Em sua nova fase a instituição passou a ostentar a denominação de Clube do Remo, devotando-se ao esporte náutico, ao tênis, a natação e ao futebol. O jogo de batismo do Clube do Remo, no futebol, data de 14 de julho de 1913, contra o time da União Esportiva. Os azulinos suplantaram seus adversários por 4x1. A União Esportiva havia conquistado o titulo do primeiro campeonato paraense de futebol em 1908. Em 1909, não houve disputas, mas em 1910, a União Esportiva sagrou-se bi-campeão. Na cidade de Belém não existia estádio de futebol. As partidas eram disputadas num arremedo de campo delineado em uma ampla área urbana no Largo de São Braz. Nos anos de 1911 e 1912 também não ocorreu certames. Em 1913, ainda jogando no campo do Largo de São Braz, o Clube do Remo conquistou o campeonato. Em 1914, atuando no campo do Paysandu, o Remo obteve mais um título, repetindo a façanha até 1919. É ainda hoje o único hepta-campeão paraense de futebol. Nos esportes náuticos o Clube do Remo continuava amealhando glórias. Entretanto, em 1921, uma fatalidade deixou o desporto do Pará de luto. Na manhã do dia 16 de maio do ano acima referido, o jovem atleta Carlos Ferreira Lopes, conhecido como Periçá, que integrava a segunda equipe de futebol do Clube do Remo foi defender as cores de sua agremiação numa prova de "mergulho de tempo". Vencia essa prova o competidor que passasse mais tempo submerso. Periçá havia nadado 600 metros em outra competição e ainda não estava completamente refeito do esforço dispendido. Ele era tido como um mergulhador de muito fôlego e tinha provado isso em outras disputas. Desta feita Periçá mergulhou, mas demorou demais. Seus seis irmãos que o acompanhavam e outros atletas do Remo o retiraram das águas da Baia do Guajará ainda com vida e o levaram para o Hospital D. Luiz I. Naquela casa de saúde Periçá permaneceu internado por sete dias, falecendo no dia 23 de maio de 1921. O enterro do abnegado atleta provocou profunda comoção nos moradores de Belém e foi acompanhado pela multidão até o cemitério Santa Izabel. Nascido na capital do Pará a 18 de outubro de 1898, Periçá faleceu com apenas 21 anos incompletos. Entre as homenagens prestadas a Carlos Ferreira Lopes, os próceres azulinos rotularam o Remo como o "Clube de Periçá". No inicio da década de 1920, o Clube do Remo possuía entre seus atletas o jovem Evandro Almeida. Na defesa, ele só não atuava como goleiro. Em 1924, quando o Clube do Remo sagrou-se campeão a formação azulina era: Francelisio; Romeu e Ovídio; Brito, Vivi e Evandro Almeida; Formiga, Pequenino, Formigão, Rato e Porto. Evandro Almeida permaneceu como titular do Remo durante dez anos, sagrando-se campeão em 1925, 1926, 1930 e 1933. Em uma partida realizada em seu próprio estádio, o clube de Periçá perdia o jogo quando Evandro Almeida disputou de cabeça uma bola com um adversário e sofreu acentuado corte no couro cabeludo. Foi retirado de campo e assistido pelo médico, mas não aceitou ser substituído. Mesmo estando com a cabeça enfaixada ele retornou ao campo e a usou para marcar o gol de empate. Com essa prova de raça, coragem e amor ao time, Evandro Almeida foi considerado um autêntico leão. Isso levou os dirigentes do Clube do Remo a nomear o estádio da agremiação como Evandro Almeida. Além de ser rotulado como Clube de Periçá, o Clube do Remo também é conhecido como "Leão Azul". Coube ao jornalista Edgar Proença utilizar o termo pela primeira vez. Os torcedores normalmente simplificam o termo para Leão. Por amor ao Clube do Remo, meu tio Hermano Jucá de Araújo mandou esculpir, em Macapá um Leão igual aos que existem na frente do Fórum, atual sede da OAB/AP. Por exigência de Hermano Jucá, fanático torcedor do Remo, a escultura foi pintada de azul marinho e doada ao time da sua devoção. Duro foi convencer o Comandante Francisco Jucá do Nascimento, seu primo e cunhado, a levar o leão para Belém. O Comandante Jucá, que era torcedor do Paysandu, disse que só transportaria a escultura se ela fosse encaixotada e colocada no fundo do porão do navio da ENASA que navegava sob sua responsabilidade. Se algum torcedor do Remo não sabia disso,

MEU ARTIGOPUBLICADO NO DIÁRIO DO AMAPÁ - 06 DE MARÇO 2010

RETRATO REAL.
Cesar Bernardo de Souza


A fotografia de uma das audiências publicas realizadas para viabilizar a construção de mais uma hidrelétrica no Rio Araraguari (AP) tem grande poder de convencimento. Aparecem muitas pessoas conhecidas realmente qualificadas para discutir os pros e contras sócio-ambientais decorrentes de uma obra do porte dessa hidrelétrica. É bom começo!

Entretanto, melhor seria se muitas autoridades e formadores de opinião nacionais constassem da mesma audiência e fotografia também. De uma forma debateriam realisticamente o assunto de outra se habilitariam para explicar bem ao Brasil as necessidades e potencialidades que estão aqui sobre geração e consumo de energia elétrica.

O Amapá é um território amazônico que quer diferir da Amazônia, que tem sido a casa da mãe Joana todas as vezes que fica diante da possibilidade da execução de uma grande obra estruturante. Casa da mãe Joana ou “território” escuso das Ong’s “nacionalistas”, certo mesmo é que o país precisa conhecer melhor a Amazonia.

O caso da geração de energia elétrica (limpa) na Amazonia é dos mais emblemáticos do desconhecimento geral sobre a realidade amazônica, e também dos mais interessantes a ser discutido em ambientes e níveis de debate que se estabeleça seriamente no Brasil, ou fora dele.

Para inicio de conversa a Amazona gera e exporta energia elétrica, por interligação de sistemas nacionais – Tucurui é um caso.

Os problemas ambientais decorrentes ficam com as populações circunvizinhas aos sistemas de produção, impondo a elas perda de áreas e biodiversidade para a formação de lagos, movimento de comportas com grande descargas de água, estabelecimento de “campos elétricos” a partir da rede de alta tensão etc. Estando o homem no centro da problemática ambiental, os moradores das redondezas são as primeiras vitimas do novo e arrebatador cotidiano social trazido pelo empreendimento. Na maioria das vezes é exclusão pura e simples dos que já estavam na área.

De outra maneira os benefícios ambientais decorrentes serão entregues nas cidades: conforto, segurança, progresso. Há casos em que o nativo vê (até ouve) a energia passando sobre sua cabeça, mas dela não se serve porque não é rebaixada para tensão acessível, ou... não há economicidade.

No contrapé fica a Amazônia dispendiosamente suprida de energia (suja) termoelétrica, quase à razão de 70% do consumo interno, enquanto as Ong’s “ambientalistas” olimpicamente olham para as nuvens. Importa a elas o CO² das queimadas como se poluente não fosse o mesmo gás emitido pelas termo-usinas.

Na contramão, portanto, as Ong’s “ambientalistas” e grande parte da intelectualidade nacional não percebem que a Amazonia está sem a energia elétrica que produz, queimando o diesel que não produz. Uma inversão incrivelmente absurda.

E olha que esse “modelo” não é tão especifico assim para o caso da energia elétrica, como pode parecer. Por falta de gelo na comemos o nosso peixe, que vai abastecer outras praças. Por uma razão qualquer os moveis que estão na maioria das nossas casas é do tipo prensado, da indústria não local.

sexta-feira, março 05, 2010

DEBATE POSITIVO - 06 DE MARÇO

06 DE MARÇO – D. POSIIVO


EDITORIAL:

Morte de Orlando Zapata emociona dissidência cubana

AFP

Um prisioneiro político cubano, Orlando Zapata, de 42 anos, faleceu nesta terça-feira num hospital de Havana, sucumbindo a uma greve de fome de mais de dois meses para protestar contra suas condições de detenção; sua morte suscita viva emoção no seio da dissidência cubana.

Preso desde março de 2003, realizou uma prolongada greve de fome, em protesto pelas condições carcerárias, que deterioram sua saúde, afirmava.

Segundo a Comissão de Direitos Humanos ele é o primeiro preso político cubano a morrer na prisão desde a década de 70.

Zapata, um dos 65 cubanos considerados presos de consciência pela Anistia Internacional, havia sido inicialmente setenciado a três anos de prisão, mas sucessivas condenações, por outros motivos, elevaram a pena a mais de 25 anos, disseram fontes da dissidência.

Orlando Zapata Tamayo, um maçom membro de uma organização de defesa cívica ilegal, havia sido condenado em 2003 a 18 anos de prisão, oficialmente por "desordem pública", segundo a Comissão.

O Governo cubano não reconhece a existência de presos políticos no país - uns 200, segundo a dissidência - pois os considera "mercenários" a serviço dos Estados Unidos.

Isso tudo aconteceu em meio a visita do Presidente Lula à ilha dos Castros. Lula é democrata e preside democraticamente o Brasil sem o menor gesto de advesidade aos que dele discordam. Mas talvez seja o momento de rever de rever sua simpatia por donos de poder, chefes de ditaduras, porque logo será momento de dizermos sim ou não à sua candidata ao governo do país.



ANIVERSARIANTES DO DIA:

. 06 – EVERTON (CRISTINA E LOPES)

. 06 – vitor (cleiton e Fernanda Pires)

. 09 – PATRICIA (Zeider e Aldo Siqueira)

MITZRAEL

O Anjo MITZRAEL ajuda a curar os males do espírito e a libertar das perseguições. Influi sobre a fidelidade e a obediência.

"Quem nasce sob a influência do anjo MITZRAEL se distinguirá na sociedade por seus talentos e virtudes. Saberá retificar seus erros, porque entende que é através das experiências que construímos nossa personalidade, o invólucro da alma e do caráter. Estará sempre em busca de si mesmo, procurando atingir um ideal de equilíbrio e sabedoria. Ser um incansável trabalhador será sua principal qualidade. Saberá viver o presente na medida certa, para lançar aos poucos sementes para o futuro. Poderá ser considerado um símbolo do ser humano na sua totalidade, tanto física como espiritual. "

Profissionalmente Ficará conhecido por suas aptidões literárias e por sua grande inteligência. Por seu grande respeito e admiração pela natureza, poderá trabalhar em qualquer área da botânica, jardinagem, bioquímica, farmácia, floricultura, ecologia etc.

O anjo MITZRAEL é da Categoria: Arcanjos Príncipe: Mikael Protege os dias: 18/05 - 30/07 - 11/10 - 23/12 - 06/03 Número de sorte: 10 Mês de mudança: outubro Carta do tarô: A roda da fortuna Está presente na Terra: de 19:40 às 20:00

Salmo: 144

Salmo 144

Bendito seja o Senhor, minha rocha, que adestra as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra; meu refúgio e minha fortaleza, meu alto retiro e meu libertador, escudo meu, em quem me refugio; ele é quem me sujeita o meu povo. Ó Senhor, que é o homem, para que tomes conhecimento dele, e o filho do homem, para que o consideres? O homem é semelhante a um sopro; os seus dias são como a sombra que passa. Abaixa, ó Senhor, o teu céu, e desce! Toca os montes, para que fumeguem! Arremessa os teus raios, e dissipa-os; envia as tuas flechas, e desbarata-os! Estende as tuas mãos desde o alto; livra-me, e arrebata-me das poderosas águas e da mão do estrangeiro, cuja boca fala vaidade, e cuja mão direita é a destra da falsidade. A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com a harpa de dez cordas te cantarei louvores, sim, a ti que dás a vitória aos reis, e que livras da espada maligna a teu servo Davi. Livra-me, e tira-me da mão do estrangeiro, cuja boca fala mentiras, e cuja mão direita é a destra da falsidade. Sejam os nossos filhos, na sua mocidade, como plantas bem desenvolvidas, e as nossas filhas como pedras angulares lavradas, como as de um palácio. Estejam repletos os nossos celeiros, fornecendo toda sorte de provisões; as nossas ovelhas produzam a milhares e a dezenas de milhares em nossos campos; os nossos bois levem ricas cargas; e não haja assaltos, nem sortidas, nem clamores em nossas ruas! Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Bem-aventurado o povo cujo Deus é o Senhor. Amem!



ABRAÇOS:

- AOS AMIGOS DO LACEM

- AOS OUVINTES DO NOSSO PROGRAMA

- AO JOSÉ ALCOLUMBRE – TADEU PELAES – BONFIM SALGADO

- CÉLIA E CUMARU, AMIGOS DA CRECHE ...

- PROMTORES DE JUSTIÇA



COMENTÁRIOS:

- FESTA DA MULHER COMNDADA PELA PREFEITA HELENA GUERRA

- PREFEITURA NO PACUÍ

- CALÇADA EM FRENTE A SEINF.

- CASO DOS BANCOS X MPE

- TRANSITO CAOTICO NA JK, DE MANHÃ E NO ENTARDECER  ESCOLAS

- LULA DESCARTA DEFINITIVAMENTE O AFASTAMENTO DO CARGO

(FARÁ CAMPANHA COMO PUDER)

quinta-feira, março 04, 2010

DO BLOG DO BONFIM SALGADO - 05 Mrço 2010

PARECE QUE FOI ONTEM – Bonfa- 27/02/2010


No dia 19 de novembro de 1995, um domingo ensolarado, o jornal “Diário do Amapá”, publicou a entrevista que hoje trazemos ao Blog (bonfa.wordpress.com), com absoluta exclusividade. Foi há 15 anos. Porém, os temas, parecem atuais no tempo e no espaço. O nome da coluna era “Gente Daqui”.

“É fácil vê-lo andando, solene e compenetrado, pelas ruas de Macapá. Às vezes, no braço, pende um clássico garda-chuva e um tradicional monte de livros e cadernos. Antonio Munhoz Lopes, ex-seminarista, pesquisador, professor de Literatura, Português, Latim e História da Arte. Advogado por formação, globe-trotter, descende de espanhóis e elegeu o Pará e o Amapá, como terras de sua predileção. Quem não conhece o professor Munhoz? Este refinadíssimo intelectual, escritor de quilate quase inigualável, ostenta o currículo e as glórias de ter contribuído, ao longo de décadas, à formação humanística de várias gerações de amapaenses. Um orgulho da cidade. Um ser humano que vale a pena conhecer de perto.”

(Entrevista e Texto: Bonfim Salgado)

ANTONIO MUNHOZ LOPES

Filiação: José Ayres Lopes e Izabel Munhoz Lopes (falecidos)

Comida: Pato no tucupi e maniçoba.

Perfume: Não tem um favorito.

Música: Erudita.

Profissão: Professor Secundário e Universitário.

Amigos: Uma porção, no mundo inteiro.

Amizade: A melhor coisa do mundo.

Flor: Todas elas, dependendo de quem olha, são bonitas.

Melhor hora: Ao nascer do sol. As coisas parecem mais sagradas.

Religião: Católica Apostólica Romana.

Bonfim Salgado – Munhoz, é difícil, terrivelmente difícil, entrevistar amigos. Comecemos por Macapá. Há quanto tempo você está aqui?

Antonio Munhoz – Em outubro passado, fez exatamente trinta e seis anos que por aqui cheguei. Vim com meus 27 anos. Portanto, sou hoje mais amapaense que paraense. Estou com 63 anos bem vividos, no ápice de todas as minhas potencialidades.

BS – Consta que você nasceu numa quarta-feira de Cinzas, é verdade?

AM – Sim, é verdade. E como já disse à Lana, jornalista paraense, não sou triste, por isso. Ao contrário, sou bem alegre, comunicativo, e adoro a vida com tudo o que ela tem de bom. A vida para mim, até hoje, tem sido uma constante novidade.

BS – Voce nasceu mesmo em Belém?

AM – Sim, sou paraense legítimo, paraense da gema. Gosto de farinha e de pato no tucupi, assim como de maniçoba, casquinha de muçuã, de bacuri, açaí e cupuaçu. Aliás, quanto mais eu viajo, mais eu gosto de Macapá e de Belém. Sinto-me, por assim dizer, preso às raízes.

BS – Como foi essa história do seminário?

AM – Vivi muitos anos – a minha adolescência toda – em dois seminários, em Belém (Pará), e São Luís (Maranhão). De ambos, guardo inesquecíveis recordações. Foram alguns dos melhores anos de minha vida. O seminário me marcou profundamente. No meu lado bom, ainda sou seminarista.

BS – E no lado mau?

AM – Também! (risada).

BS – Pois bem. Então, por que você não chegou a ser padre?

AM – Porque não fui escolhido. “Muitos são chamados, mas poucos os escolhidos”, não é assim? Deus, também tem os seus prediletos. Ele sabe a quem escolher, a quem deve marcar com o seu sinete. Deus sabe o que quer e a quem quer.

BS – Qual é a sua definição de um padre?

AM – Um homem que deve viver no mundo, entrosado no mundo, sentindo e tentando resolver os problemas do mundo, sem ser, todavia, do mundo.

BS – O cônego Ápio Campos, respeitado escritor e intelectual paraense, uma vez, descreveu o Munhoz delegado de polícia. Como é essa história?

AM – Ele fez lirismo, poesia à meu respeito. Disse ele que eu andava prendendo muita gente e dava à polícia local “um clima de cenáculo literário”. Dizia, ainda, que meu escrivão era quase um poeta, meus auxiliares aproveitavam as folgas para ler contos e romances e que “os próprios encarcerados eram obrigados a ler, em obediência à portaria baixada, várias páginas de antologia por semana.”

BS – Cadeia literária, heim?

AM – Cadeia, não, biblioteca. (risos).

BS – Há quanto tempo você é membro do Conselho Estadual de Cultura?

AM – Há onde anos. Sou decano. Pena é que o Conselho, no momento, esteja perdendo as suas características de Conselho de Cultura, tornando-se uma espécie de associação de amigos da arte e da literatura. Um clube de amigos. O Conselho está enveredando por um caminho errado.

BS – Diga-nos dois grandes prazeres de sua vida?

AM – Há outros, muitos outros, mas dois dos mais importantes são , sem dúvida alguma, ler. Nunca passei um dia sem ler. E viajar. Viajar, não como mero passatempo. Mas como um enriquecimento cultural.

BS – Quais as cidades do mundo, no seu ponto de vista, mais bonitas?

AM – Em primeiro, não posso deixar de citar Paris, que é sempre uma surpresa. Depois, Praga, simplesmente deslumbrante. Veneza, Florença, São Petersburgo, Buenos Aires, Toledo. O nosso Rio de Janeiro, é uma cidade que só há pouco conheci. Há outra cidade que me fascinou muito, Bruges, na Bélgica. Há outras que, no momento, eu não lembro.

BS – Você escreveu coisas belíssimas sobre a Mazagão da África?

AM – Sim, até mesmo para chamar a atenção dos amapaenses, para essas raízes históricas. Estive três vezes na Mazagão africana. Tenho um fascínio pelo Marrocos, onde já estive quatro vezes. Destaco, nesse país, as cidades imperiais, principalmente, Fez, a mais antiga, berço de milenária monarquia e centro cultural e religioso do Marrocos.

BS – O que é viver em Macapá?

AM – É viver ainda com uma certa tranqüilidade, apesar da violência que domina a cidade. Veja: no último assalto à minha casa, levaram todas as garrafas de uísque escocês, os vinhos do Porto, os CDs. De música erudita e uma sacola cheia de perfume francês, presentes de amigos.

BS – Ladrãozinho refinado e de bom-gosto, não é mesmo?

AM – Concordo. Eu trabalho de manhã, de tarde, de noite. A minha vida se resume apenas no trabalho. Por isso, em julho, ninguém me agarra. Minhas férias são sagradas. Como não sou de ferro, aproveito para conhecer o mundo.

BS – E o nível intelectual da juventude amapaense, como está?

AM – Parece incrível, mas intelectualmente falando, está involuindo. De início, a juventude não gosta de ler. Não tem o mínimo interesse pelas coisas do espírito. Em sala de aula, a dissipação é completa. Disciplina, para os jovens, é coisa do passado. É uma lástima. E na balbúrdia, ninguém evolui. Há dias, numa sala do terceiro ano Colegial, quase fui agredido, quando disse que as letras das composições dos “Mamonas Assassinas” eram puro lixo. Como disse Celso Manson, da revista Veja, “Mescla de grosseria e cretinice.” Infelizmente, o mau-gosto domina o mundo.

BS – E na política? Você já foi candidato alguma vez?

AM – Por que, para quê? Como os valores já não são os mesmos do passado, os políticos de hoje, na sua maioria, não pensam mais em trabalhar pelo povo, mas apenas em beneficiar-se, olhando para o seu bolso, para a sua conta bancária. Político, na sua verdadeira acepção, hoje, é como agulha em palheiro. Encontrar um de verdade é dificílimo.

BS – E o Brasil, tem jeito?

AM – Tem jeito, sim. É só os homens públicos criarem vergonha na cara e se conscientizarem da importância do papel que devem desempenhar, para o progresso da Nação. Na verdade, eles não pensam na gente, isto é, no povo. Só pensam em si, naquilo que é bom para eles. A Nação que se lixe.

BS – E o famoso livro – não escrito – que você nos deve?

AM – De fato, você tem razão. Ainda há pouco, em Belém, o amigo Acyr Castro, jornalista, me cobrava ao menos um livro sobre minhas viagens. Mas, tempo que é bom e necessário, para escrever, eu não tenho, francamente. Vamos esperar um pouco. Vou criar coragem de deixar as aulas. Aí, sim, o tempo vai ser todo meu. Escrever, exige tempo e, com o tempo, conquista-se o mundo.

BS – O que você ainda deseja da vida?

AM – Saúde, paz de espírito, dinheiro, disposição para viajar e lucidez, para viver ainda muitos anos. Tenho a sensação de que só agora é que estou começando a viver. Viver é um dom de Deus.

“ Eis o homem. Aquele que cita os museus, catedrais históricas, pintores renascentistas e autores clássicos, numa simples conversa de meia hora. O professor Munhoz, homem do mundo, cabeça arejadíssima e atenta, olha no relógio. Levanta-se, agradece educadamente, fala com todo mundo à sua volta e sai. Está ligeiramente atrasado para uma aula de Literatura, no Colégio Amapaense.”

Aqui, eu faria uma simples pergunta: Esse texto, publicado há 15 anos, serve ou não para os dias e acontecimentos atuais do Amapá e do Brasil











SERRA, DILMA, CIRO, VIVOS E MORTOS

AGENDA GERAL

ESTÃO EMBOLADOS

Ora, após aqueles obas-obas e ufanismo do tal congresso do PT, isso já era esperado. A última pesquisa do Datafolha, indica que a diferença percentual – entre a ministra Dilma Rousseff (PT) e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB) – caiu de 14 para apenas 4%. Os economistas sabem melhor que nós o seguinte: quatro pontos, não significam vantagem, nem maioria e devem ser computados como “empate técnico.” Dilma e Serra encontram-se literalmente embolados na preferência popular

TASSO NO HORIZONTE

Como a tucanada não costuma dormir de touca, há um plano B, para escolher o vice de Serra: o chapão pode ter o nome do senador cearense Tasso Jereissati. As conversas foram fechadas na semana passada, logo após Serra ir a Minas, entender-se com o governador Aécio Neves. Os mineiros querem-no para o Senado e Aécio está disposto a montar o cavalo encilhado, para cavalgar a preferência de quase 80%, que o eleitorado mineiro lhe dá, hoje. Por que arriscar o certo, pelo duvidoso? Uma eleição presidencial é sempre um jogo extremamente pesado e difícil.

ENTERRO PREMATURO

Não tinha lhes avisado que esse ensaio de candidatura presidencial de Ciro Gomes (PSB), era pura balela? Pois aí estão os números das pesquisas. O problema foi que a vaidade do rapaz subiu-lhe à cabeça, quando determinada pesquisa, em outubro/novembro de 2009, deu-lhe uns 12% positivos. Foi o bastante para ele sair Brasil a fora, boquejando liderança, mudança disso e daquilo, “novas alternativas sustentáveis”, e esse discurso blá-blá-blá do PSB, que não leva a lugar nenhum. Resultado da ópera: ele admite rever seus planos e candidatar-se mesmo ao governo de São Paulo. Onde, cá pra nós, acho que ele vai dar com os burros, a carroça e as melancias n`água.

SAPÁTOS ALTOS

Altos, não, altíssimos, anda calçando a ministra da Casa Civil. Dilma Rousseff. Ela pensa que já é a presidente do Brasil. Sua discursalha, carrega aquelas cores altamente demagógicas e água com açúcar do PT nacional. Partido que também pensa que somos todos idiotas e cavalgaduras. Lula/Dilma, insistem nas comparações entre o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Os marketeiros oficiais dizem que deve ser assim e pronto. O que não se entende é dona Dilma fugir, apavorada, de uma convocação, para comparecer à comissão do Senado (para explicar a política de direitos humanos do governo federal), quando deseja, simplesmente, governar a nação. Que diabos de candidata é essa, que tem medo de meia dúzia de senadores? Devia ter ido lá, dado seu recado, tomado cafezinho e água gelada e descido pela rampa de cabeça erguida.

ASSEMBLÉIAS CARÍSSIMAS

Apesar de protagonizar um dos escândalos mais cabeludos de 2009, a Câmara do Distrito Federal, deve gastar este ano a bagatela de R$ 14 milhões, per capita, com seus deputados. É a mais cara do país. Depois deles, os parlamentares mais caros são os de Minas (R$ 10,3 milhões) e os de Santa Catarina (R$ 8,2 milhões). Vejam só a farra: estamos em pleno ano eleitoral, mas as 27 casas legislativas do país, receberão juntas R$ 6,7 bilhões, incluso aí um aumento de 13% em relação a 2009. Tudo bem. Mas, digam-me, onde vocês viram os trabalhadores em geral terem aumento de salários de 13% no Brasil?

BENESSES E MORDOMIAS

No Amapá, não se tem notícia de que a Assembléia Legislativa do Estado, quando menos, mantenha um serviço social, um centro de informática para a juventude, por exemplo. Todavia, nossos 24 deputados devem custar nada menos que R$ 6,1 milhões cada. O que, divididos pela população atual, significa uma tunga em nossos bolsos (bolsos de todos!), de R$ 235,09. Comparando, Roraima, cujo orçamento caiu em 2010 – igual ocorreu aqui – tem o maior custo (per capita/habitante) entre os 27 estados: R$ 258,00. Deu pra entender como se fabricam as mordomias e benesses nesse país de mentiras?

BOM PROJETO

O economista Chelala tem razão. Esse projeto da futura hidrelétrica em Ferreira Gomes, pode viabilizar, a curto e médio prazos, o desenvolvimento sócio-econômico pleno daquela região e do Estado. A previsão de gerar quase 300 megawatts de energia, sem dúvida, coloca a obra como melhor alternativa que o tal linhão de Tucuruí – que exigirá investimentos altíssimos, sem oferecer-nos nem metade das vantagens de ter uma nova usina hidrelétrica no Amapá. Que dará um basta nessa acachapante condição de – em pleno século 21 – ainda gastarmos 800 mil litros/dia de diesel, para rodar motores de onerosas termelétricas.

E O DISCURSO?

Ontem, num desses programas radiofônicos matinais – aliás, todos insistem em começar às 7h – ouvi, atentamente, as perorações da deputada federal Dalva Figueiredo (PT). Ela só faltou falar da fórmula da bomba atômica. Disse quase tudo. Deixando claro que os petistas, por várias razões, não querem assunto com os tucanos (PSDB), principalmente ouvir falar de aliança com o deputado Jorge Amanajás. Pela enésima vez, indago: por que essa intransigência? A nobre deputada não poderia ter aproveitado melhor o horário e divulgado um programa viável, moderno e democrático do PT, para o Amapá? Tem que ter discurso. No grito, não dá.

CORDIAIS & FAGUEIROS

Pelo menos agora, nesse início dos embates eleitorais, o relacionamento entre os próceres, caciques e sobas do PT do Amapá – quem diria! – anda às mil maravilhas. Ontem e hoje, no rádio, a deputada federal Dalva Figueiredo e o pré-candidato ao Senado, advogado Wagner Gomes, trocavam elogios e juras de amor político eterno. Menos mal. A distinta deputada Dalva, eleita porta-voz, quase oficial, da direção nacional do partido no Amapá, parece ter engolido um gravador. Está falando pelos cotovelos. Sinal de que, lá adiante, quando o caldeirão da campanha estiver fervendo e triturando uns e outros, menos avisados, pelo menos ela pode dizer: “Bem feito. Não lhes falei que política, no Amapá, é um troço complicado?”

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segunda-feira, março 01, 2010

ASTEROIDE 21- WAGNER GOMES

ASTEROIDE 21
Wagner gomes*




No último sábado estive participando do aniversário do meu amigo Helder Ferreira, que é Defensor Público Geral do Estado. Na ocasião, sentados a uma mesa, encontrei o professor Antonio Munhoz Lopes, o jornalista Bonfim Salgado e o comentarista César Bernardo. Também lá estavam os advogados Ronaldo Serra, Emmanuel Dante e Carlos Souza, entre outras cabeças "coroadas", como diz o Marquês de Bonfá (Bonfim Salgado). Na oportunidade, um grupo de amigos assu-miu o compromisso de registrar em livro, a vida, obra e traba-lho do professor Munhoz no Amapá. E logo surgiu uma indagação: o porquê do antigo endereço do Mestre ser conhecido como "Asteróide", o apartamento de n° 21 que mantinha no inesquecível Hotel Santo Antônio.
Para responder é necessário se recorrer ao escritor, aviador e jornalista Antoine Marie Jean-Baptiste Roger de Saint-Exupéry, autor do O Pequeno Príncipe.
O livro conta a história de um piloto de avião que sofre um acidente e cai no deserto do Saara. O aviador fazia a viagem so-zinho e precisava consertar a sua máquina em poucos dias, antes que seu estoque de água acabasse. Perdido na imensidão do deserto, o piloto se surpreende ao encontrar um garoto - o Pequeno Príncipe. Aos poucos, descobre a fabulosa história do menino.
Ele morava em um asteróide chamado B-612. Lá, a maior preocupação do Pequeno Príncipe eram os baobás - grandes árvores que poderiam destruir o asteróide.
O garoto precisava arrancar as mudas dos baobás antes que crescessem. Ele decide então vir para a Terra à procura de um carneiro, que poderia comer as mudas dos baobás, poupando-o desse trabalho. Durante a viagem, encontra várias pessoas e animais.
O Pequeno Príncipe representa a criança que todo adulto já foi um dia. Narrando o encontro do piloto com o garoto no deserto, Saint-Exupéry nos conta a história de alguém que redescobre a sensibilidade artística de quando era criança e que foi reprimida pelos adultos.
Saint-Exupéry morreu num acidente de avião sobre a Córsega, a 31 de julho de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, provavelmente abatido pelos alemães.
Mas, voltando ao assunto principal deste artigo, durante uma pausa às badalações do "niver", o advogado Ronaldo Serra falou da importância da sua geração ter tido como professor de Literatura um mestre da envergadura do Munhoz Lopes, que incentivava seus alunos ao gosto pela leitura e a escrita.
E para homenagear o Munhoz, trago à colação o "credo" do professor gaúcho Gilberto Scarton, denominado CREIO, que não me foi possível revelar naquele instante:
CREIO que a função principal da escola é a de desenvolver ao máximo a competência da leitura e da escrita em seus alunos.
CREIO na leitura, porque ler é conhecer - o que aumenta consideravelmente o leque de entendimento, de opção e de decisão das pessoas em geral.
CREIO na leitura como uma reação ao texto, levando o leitor a concordar e a discordar, a decidir sobre a veracidade ou a distorção dos fatos, desmantelando estratégias verbais e fazendo a crítica dos discursos - atitudes essenciais ao estado de vigilância e lucidez de qualquer cidadão.
CREIO na escrita como instrumento de luta pessoal e social, com que o cidadão adquire um novo conceito de ação na sociedade.
CREIO que, quando as pessoas não sabem ler e escrever adequadamente, surgem homens decididos a LER e ESCREVER por elas e para elas.
CREIO que nossas possibilidades de progresso são determinadas e limitadas por nossa competência em leitura e escrita.
CREIO, por isso, que a linguagem constitui a ponte ou o arame farpado mais poderoso para dar passagem ou bloquear o acesso ao poder.
CREIO que o homem é um ser de linguagem, um animal semiológico, com capacidade inata para aprender e dominar sistemas de comunicação.
CREIO, assim, que a linguagem é um DOM, mas um DOM de TODOS, pois o poder de linguagem é apanágio da espécie humana.
CREIO que o educando pode crescer, desenvolver-se e firmar-se lingüisticamente, liberando seus poderes de linguagem, através da simples exposição a bons textos.
CREIO, por isso, em M. Quintana, que afirmou: "Aprendi a escrever lendo, da mesma forma que se aprende a falar ouvindo, naturalmente."
CREIO, pois, no aluno que se ensina, no aluno como um auto/mestre, num processo de auto-ensino.
CREIO que o ato de escrever é, primeiro e antes de tudo, fruto do desejo de nos multiplicarmos, de nos transcendermos, e mesmo de nos imortalizarmos através de nossas palavras.
CREIO, juntamente com quem escreveu aos coríntios, que a um o Espírito dá a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; a outro, o mesmo Espírito dá a fé; a outro, ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; a outro o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, ainda, o dom de as interpretar.
CREIO que a ti te foi dado o poder da PALAVRA.
CREIO, por isso, na tua paixão pela palavra. Para anunciar esperanças. Para denunciar injustiças. Para in(en)formar o mundo com a-vida-toda-linguagem.
PORTANTO, vem! Levanta tua voz em meio às desfigurações da existência, da sociedade: tu tens a palavra. A tua palavra. Tua voz. E tua vez.
Parabéns ao Dr. Helder Ferreira pelo significativo encontro de gerações em que se transformou o seu aniversario. E que o compromisso firmado acerca do livro do professor Antonio Munhoz, seja cumprido.
P.S. Helder, Bonfim, César, Dante, Paulo Guerra, Nestlerino Valente e Antônio Chucre, não deixem que os baobás destruam a história do "Asteróide 21".

Wagner Gomes*
wagnergomesadvocacia@uol.com.br
wg_ed.wagneradv@hotmail.com