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segunda-feira, março 15, 2010

PUBLICADO EM O DIÁRIO DO AMAPÁ - 13 DE MARÇO DE 2010

NÃO SEI DE NADA.
César Bernardo de Souza


Um presidente de um pais democrático, moderno, devidamente inserido no contexto mundial pode muito, mas não tudo. Para inicio de conversa deve pensar antes de falar, especialmente em publico. Não me lembro de bobagens ou grosserias ditas pelo presidente Sarney., difícil, mas pode tê-las dito. Quanto a Fernando Collor, deixa ficar em “duela a quem duela”.

Fernando Henrique por vezes abriu a caixa de maldades, digo, bobagens, em 1998 disse: “aposentado com menos de 50 anos é vagabundo, locupleta-se de um pais de miseráveis”. Mirou num alvo, mas acertou outro.

Chega-se a era Lula presidente, período absolutista das citações presidenciais, digamos, muito especiais. Dois dias atrás Lula mandou recados ao seu colega Barac Obama dos Estados Unidos e outro aos que andam por aí inaugurando maquetes de obras. Mas Lula foi além do que seria razoável.

Pisoteou o tomateiro inteirinho dizendo: “Eu penso que a greve de fome não pode ser usada como pretexto de direitos humanos para libertar pessoas. Imagina se todos os bandidos de São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade!?”. Presidente eleito ele é, mas...

Com essa preciosa declaração Lula acabou abrindo o flanco da sua candidata presidencial Dilma Rousef, sepultando com pás de cal as tantas histórias de luta com grife da greve de fome contra a ultima ditadura militar. Coisa de presos políticos.

Quanto a Rousef fica a duvida sobre seu próprio “credo” sobre greve de fome de presos políticos atuais ou futuros – ela é parte da luta pela redemocratização do país – já que até agora não tugiu nem mugiu contra a fala do presidente Lula sobre a desídia do “companheiro” Zapata.

Quanto a historia da redemocratização do Brasil, com sua declaração Lula soterrou o Movimento Feminino pela Anistia de 1975; o Manifesto por Liberdades Democráticas em 1976, da SBPC; a Carta aos Brasileiros – Largo São Francisco/SP, 1977; o Movimento pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita, em 1978; a greve de fome nacional – que durou um mês (22/07 à 22/08/78), greve de fome essa que acabou apressando a votação do Projeto de Anistia no Congresso Nacional, um ano depois, em 28/09/1979.

Esse “tomateiro” todo (e mais alguns gramados e Brasília) foi agora pisoteado por Lula, justamente ele que em 1982- apenas três anos após a memorável greve de fome do Nelsinho Rodrigues e mais treze companheiros – já era candidato a presidência do novo Brasil.

Realmente, sobre declaração tão infeliz do presidente, sintetiza bem o fato a fala do Dr. Ophir, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB (sempre ela nesses momentos): “A comparação é despropositada, pois tenta banalizar u recurso extremo que é, ao mesmo tempo um símbolo de resistência a um regime autoritário que não admite contestações”.

É isso aí e muito mais, já que tivemos no Brasil nossos muitos e valentes Orlando Zapata. Pena, portanto, que o presidente Lula tenha banalizado suas memórias e defesa de uma Cuba hoje muito mais atrasada que ontem. Em sendo Lula como é, o cara, poderia ajudar mais o povo da ilha dos castros.

Notas: ¹-Metas para a Educação em 2010 no Brasil: analfabetismo 4%, repetência 10,7%, matriculas no ensino superior 30%. Onde estamos: analfabetismo 10%, repetência 13%, matriculas no ensino superior 13,7%. Numeros dos países desenvolvidos, respectivamente: 4%, 3%, 39%. ²-Nessa semana estive lembrando o bravo e austero Dr. Edmundo Moura, advogado, com o qual trabalhei na LBA. Ele no Setor Juridico eu no de Educação para o Trabalho. Grande homem. ³-Promotores, os próprios, deviam ir mais a bancos., especialmente BB e Bradesco. Há leis a serem cumpridas... ou avacalhadas de vez. 4-E a calçada pela FAB em frente à Seinf...pode?

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