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domingo, março 07, 2010

MEU ARTIGOPUBLICADO NO DIÁRIO DO AMAPÁ - 06 DE MARÇO 2010

RETRATO REAL.
Cesar Bernardo de Souza


A fotografia de uma das audiências publicas realizadas para viabilizar a construção de mais uma hidrelétrica no Rio Araraguari (AP) tem grande poder de convencimento. Aparecem muitas pessoas conhecidas realmente qualificadas para discutir os pros e contras sócio-ambientais decorrentes de uma obra do porte dessa hidrelétrica. É bom começo!

Entretanto, melhor seria se muitas autoridades e formadores de opinião nacionais constassem da mesma audiência e fotografia também. De uma forma debateriam realisticamente o assunto de outra se habilitariam para explicar bem ao Brasil as necessidades e potencialidades que estão aqui sobre geração e consumo de energia elétrica.

O Amapá é um território amazônico que quer diferir da Amazônia, que tem sido a casa da mãe Joana todas as vezes que fica diante da possibilidade da execução de uma grande obra estruturante. Casa da mãe Joana ou “território” escuso das Ong’s “nacionalistas”, certo mesmo é que o país precisa conhecer melhor a Amazonia.

O caso da geração de energia elétrica (limpa) na Amazonia é dos mais emblemáticos do desconhecimento geral sobre a realidade amazônica, e também dos mais interessantes a ser discutido em ambientes e níveis de debate que se estabeleça seriamente no Brasil, ou fora dele.

Para inicio de conversa a Amazona gera e exporta energia elétrica, por interligação de sistemas nacionais – Tucurui é um caso.

Os problemas ambientais decorrentes ficam com as populações circunvizinhas aos sistemas de produção, impondo a elas perda de áreas e biodiversidade para a formação de lagos, movimento de comportas com grande descargas de água, estabelecimento de “campos elétricos” a partir da rede de alta tensão etc. Estando o homem no centro da problemática ambiental, os moradores das redondezas são as primeiras vitimas do novo e arrebatador cotidiano social trazido pelo empreendimento. Na maioria das vezes é exclusão pura e simples dos que já estavam na área.

De outra maneira os benefícios ambientais decorrentes serão entregues nas cidades: conforto, segurança, progresso. Há casos em que o nativo vê (até ouve) a energia passando sobre sua cabeça, mas dela não se serve porque não é rebaixada para tensão acessível, ou... não há economicidade.

No contrapé fica a Amazônia dispendiosamente suprida de energia (suja) termoelétrica, quase à razão de 70% do consumo interno, enquanto as Ong’s “ambientalistas” olimpicamente olham para as nuvens. Importa a elas o CO² das queimadas como se poluente não fosse o mesmo gás emitido pelas termo-usinas.

Na contramão, portanto, as Ong’s “ambientalistas” e grande parte da intelectualidade nacional não percebem que a Amazonia está sem a energia elétrica que produz, queimando o diesel que não produz. Uma inversão incrivelmente absurda.

E olha que esse “modelo” não é tão especifico assim para o caso da energia elétrica, como pode parecer. Por falta de gelo na comemos o nosso peixe, que vai abastecer outras praças. Por uma razão qualquer os moveis que estão na maioria das nossas casas é do tipo prensado, da indústria não local.

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