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segunda-feira, maio 03, 2010

OTON ALENCAR ESCEVEU

Elementos da Arqueologia Bíblica - II








Com as pesquisas arqueológicas, nos últimos 100 anos, nos é possível agora reconstruir, uma grande parte da geografia antiga. Conhecemos melhor os limites territoriais das nações nos vários períodos da história revelada no Novo Testamento. Já foram escavadas e identificadas muitas cidades, mencionadas na Bíblia, cuja localidade ficara desconhecida por séculos. Ur dos caldeus ( e dos sumerianos), Erech da Babilônia e muitas outras cidades antigas cedem os seus segredos e vem confirmando as narrativas bíblicas. A própria palestina com as suas muitas cidades e as condições sociais e religiosas do povo nos tempos antigos, bem como as tentações que lhe vieram no contato com os vizinhos, é muito melhor conhecida agora. Diz o dr. W.F. Alberight: " A pesquisa arqueológica na Palestina e nos países vizinhos, desde o século XIX, tem transformado completamente o fundo histórico e literário da Bíblia. Ela não aparece mais como um monumento absolutamente isolado do passado, ou como um fenômeno com relação ao seu ambiente. Toma agora o seu lugar no contexto que se torna melhor conhecido com o passar dos anos. Vista a Bíblia contra o fundo oriental, ficam esclarecidas inumeráveis obscuridades, e começamos a compreender o desenvolvimento orgânico da sociedade e cultura hebraica. A peculiaridade, todavia, da Bíblia, como obra prima da literatura e como documento religioso não se diminuiu porque não foi descoberta coisa alguma que tende a perturbar a fé do judeu ou do cristão.

Há naturalmente, limites quanto à possibilidade de reconstruir a história das civilizações antigas. Muitos problemas ficam para serem resolvidos. Não obstantes, porém, as muitas dificuldades que desafiam os eruditos, podem sincronizar melhor a história de Israel com a das nações contemporâneas e entendermos melhor o lugar que Israel ocupava entre os vizinhos.

Há várias ciências que oferecem o seu auxilio na interpretação da Bíblia, e o melhor intérprete utiliza-se do conhecimento de todas elas, como por exemplo, a geografia, a arqueologia a crítica literária, a antropologia e a filosofia.

A arqueologia e a crítica literária se completam na busca das provas de que a Bíblia fala a verdade.

A Arqueologia Bíblica, portanto, não é inimiga da Crítica Literária e vice-versa. O objetivo das duas ciências é comum; a compreensão da origem e da significação da Bíblia. As duas ciências se completam e serve de complemento uma a outra. Precisam cooperar na solução de muitos problemas bíblicos. Surgem, às vezes entre elas mal entendidos e reclamações injustificáveis.

A ciência da critica literária é mais antiga que a arqueologia e assumiu por algum tempo uma atitude um tanto antipática para com sua irmã mais nova. A Arqueologia, por sua parte, confiava às vezes demasiadamente nos resultados de seu método e da sua pesquisa. Ela tinha que lutar e ainda está lutando pelo privilégio de ser ouvida pelos críticos literários, na base de seu mérito.

Sir Charles Marston mostrou, na introdução de seus dois livros importantes, a relevância dos críticos no reconhecimento do valor da arqueologia: "Aqueles que seguem o método da crítica literária no estudo da Bíblia caíram no hábito de representar como muito prevenidas todas as pessoas que apresentam fatos contrários às teorias críticas...". Há dois séculos os homens começaram a usar o conhecimento utilizável na crítica do Antigo Testamento, e as gerações subsequentes seguiram métodos semelhantes. Podemos, portanto, examinar agora os esforços e as conclusões de várias gerações de críticos, conclusões baseadas inteiramente no conhecimento que possuíam.

"Uma ou duas gerações, depois do princípio do trabalho dos críticos, os arqueólogos começaram as escavações nas ruínas dos outeiros das terras bíblicas a fim de aprender algo sobre a história antiga. Assim a Arqueologia apresentou os seus dados e começou a desafiar a evidência oferecida pelas relíquias da civilização bíblica, sobre os seus respectivos períodos da história. Durante os últimos 200 anos foi-nos revelada uma compreensão mais clara do fundo histórico dos livros primitivos do Antigo Testamento. No entanto o progresso está sendo impedido por um resíduo de erudição já anulada - u'a massa de conclusões incipientes dos críticos, baseados originalmente em premissas incorretas que se tornaram obstáculos sérios para o reconhecimento da verdade.



* Professor, Especialista em Educação, bioquímico,

Advogado, Ouvidor Geral e Pastor Evangélico.

E-mail:otonaracy@uol.com.br





otonaracy@uol.com.br

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