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quinta-feira, junho 03, 2010

AMIGO ADEUS - DR. EDUARDO COSTA LAMENTA

O meu amigo Odir Macêdo!

Prof. Dr. Eduardo Augusto da Silva Costa* (eascosta@cardiol.br)



Hoje eu ia comentar “stress” ou em português “estresse”, mas minha vontade inicial foi comentar a respeito da vida de uma das pessoas que muitas vezes considerei como pai, e que já foi morar com Deus. Estou falando do Odir Macedo, meu amigo, que nestes anos de convívio muitas das vezes ocupou o lugar por algum momento do meu pai, nos conselhos, nas orientações, na ajuda do meu retorno para Macapá, me recebendo de braços abertos e dando a mão para meus sonhos e projetos. Não convivíamos diariamente, mas em todos os momentos em que estivemos juntos nesta vida, tive uma palavra amiga e uma proposta de apoio a todos os meus projetos, fossem eles de vida, de saúde ou mais recentemente políticos. Além da constante palavra amiga, o Odir se preocupava sempre com o futuro, tanto da sua família quando da minha, pois em suas últimas conversas comigo um dos assuntos e de suas preocupações foi a respeito do Diogo Henrique Costa, meu filho, Engenheiro Civil, que terminou o curso na Universidade do Porto em Portugal e está terminando o mestrado na USP-UFPA em estruturas da construções de edifícios altos e pontes, pois achava que pela necessidade de profissionais deste porte aqui, o mesmo, apesar dos constantes convites de trabalho, deveria iniciar suas atividades profissionais aqui em Macapá. O Odir amiúde me presenteava, todos os quadros com pinturas que tenho, foram seus presentes, tenho uma escultura no consultório, uma urna de índios, vários relógios e uma pasta para notebook, que é tão bonita que ele falou que ia me esperar no aeroporto para saber se eu estava usando. Quando o governo anterior me convidou para tomar conta da cardiologia, da hemodinâmica, da residência médica e do curso de medicina que seria implantado (projetos que nem iniciaram na época por razões da inércia política local), o Odir foi quem se preocupou em me proteger, no lado legal de tudo, para eu não ser exposto as falcatruas que são freqüentes nestas negociações de contratos. Antes da última eleição estávamos com vários conhecidos no seu aniversário de casamento, dentro do escritório em sua casa, quando alguém, sabendo que eu era candidato perguntou quanto eu tinha de dinheiro para distribuir na boca de urna, fato que dizem ser comum nas eleições; foi quando o Odir comentou que eu era o único candidato naquele momento que não precisava pagar ninguém, pois o meu eleitorado era formado de pessoas esclarecidas e inteligentes e que se ofenderiam com qualquer tipo de proposta desse tipo, e praticamente convenceu todos os seus pares da necessidade de inteligência política no estado. Enfim, este era para mim o meu amigo Odir, amizade que iniciou devido sua esposa, a Milnéia, que por ser assistente social encaminhava, amiúde, pacientes cardíacos daqui de Macapá para mim, que quando morava em São Paulo era médico do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e do Hospital São Paulo da Escola Paulista de Medicina, serviços públicos que recebiam pacientes de todo o Brasil, e o contato e os tratamentos eram comigo.

Um dia estávamos discutindo amizade, e alguém disse: - Pra qual dos teus amigos, quando um dia o teu carro entrar em pane três horas da manhã no meio da estrada você ligaria e saberia que ele iria te ajudar?...depois de pensar muito eu respondi: Alguns, mas o Odir Macedo com certeza.

É isso meu amigo, Deus te recebeu e se ele pudesse ter ou tiver alguma coisa meio desorganizada por certo você o estará ajudando, enquanto a gente aqui vai ficando órfão de gente como você. Você hoje faz parte dos nomes citados nas minhas orações e como cremos na vida eterna em algum tempo vamos continuar nossas conversas...

Semana que vem trato de estresse e do mingau de banana com tapioca da Deise, esposa do Nildo Leite, meu primo. Uma semana abençoada a todos.



* Médico Amapaense com Residência, Mestrado e Doutorado em Cardiologia

Professor Associado, Presidente da Comissão de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) e

Coordenador da Disciplina de Cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará.

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