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quinta-feira, junho 24, 2010

DIÁRIO DO AMAPÁ - 26 DE JUNHO

APANHAR PARA CRESCER.

cesarbernardosouza@bol.com.br


Época de campanha eleitoral é também tempo de espancar o PMDB. Não faltam jornalistas se divertindo enquanto malham o partido de Ulysses Guimarães. Há os que até se empolgam quando solicitados a “analisar” o “comportamento” peemedebista. Diz, por exemplo, a consagrada Lucia Hippolito, da CBN: “O PMDB está onde sempre esteve: um pé no governo outro na oposição”.

Explicam mas não convencem porque deixam seus argumentos pela metade, coisas do tipo: “O PMDB vai mais uma vez rachado para essas eleições”. Melhor se dissessem que o PMDB não encabresta seus lideres, antes pratica a democracia partidária. Dizem: “O PMDB é adepto do fisiologismo de poder”. Mas poderiam dizer que o partido é muitíssimo bem administrado, razão pela qual elege sempre mais senadores, governadores, deputados federais e estaduais, mais prefeitos e vereadores.

Esses jornalistas até se esforçam para transformar essa (recorrente) realidade do PMDB em “defeito” político mesmo que aqui e ali digam e escrevam loas aos bons resultados até aqui obtidos nas urnas pelo partido. Não gostam, mas poderiam dizer que o PMDB vale pelos seus resultados, ou seja: tem força porque tem votos, tem votos porque tem força.

Nada mais obvio na política brasileira que um partido desse tamanho faça parcerias com os governos e com isso tenha espaços que se traduzam em muitos e importantes cargos na administração pública. O partido acha que é esse um caminho legitimo de conquistar o poder político num país presidencialista e democrático. Ou não é assim que a “banda toca”?Mais e melhor no caso do PMDB: primeiro o partido ganha nas urnas esse direito de negociação, de barganha política e só depois avalia as possibilidades.

De comum pergunta-se: Por que um partidão assim não prioriza a candidatura própria à presidência do país? Mas, por que não perguntar o que aconteceria (ou acontecerá) no país se um partido assim tão grande assumisse para valer uma postura oposicionista?

Não faltariam jornalistas dizendo, ou melhor, mal dizendo o “impatriotismo” do partido num momento tão bom do Brasil. Não faltariam os que dissessem: “o partido poderia votar favoravelmente nos projetos de interesse do país”. Mas, nesse caso qual o problema de o partido se aliar a governos que preponderantemente propõem bons projetos para o país?

A propósito, não teria sido o PMDB (através do presidente Itamar Franco) o formulador do bem-sucedido Plano Real? E não é a FHC que se dá tal crédito?

Ulysses Guimarães disse duas verdades redentoras a respeito do seu partido: “A democracia é o primeiro compromisso do PMDB”. Outra – “O PMDB é como massa de pão, quanto mais apanha mais cresce”.

Daqui uns dias veremos como o partido sairá das urnas no Amapá e no restante do país, maior ou menor conforme o voto do eleitor, que por sua vez pode sim se encaminhar para a cabina de votação com a opinião de algum jornalista na cabeça.

Mas, convenhamos que devidamente calculado não dar a César o que é de César tem lá suas vantagens, afinal quem não parece politicamente mais correto batendo no PMDB?



Notas: ¹-Vindo o Ficha Limpa vão os fichas sujas. ²-O Desembargador Presidente do TRE foi o primeiro Curador do Meio Ambiente no Amapá. Benedito Rabelo, Paulo Celso, Edmar, José de Assis França, Farias e eu estávamos ao lado dele, éramos o “suporte”. Foi daí que surgiu a CEMA, depois a SEMA e todo o sistema estadual de meio ambiente que hoje é destaque no âmbito dos estados brasileiros. ³-Hoje o PMDB convenciona coligar-se com o PSDB que convenciona coligar-se com o PMDB – formam uma força política eleitoral formidável.

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