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quinta-feira, junho 03, 2010

MINHA TERRA TEM AÇAIZEIRO ONDE CANTA O PAPIIM - DR. EDUARDO COSTA AFIRMA.

Macapá, o sapo, o farol e a gripe suína.

Prof. Dr. Eduardo Augusto da Silva Costa* (ecosta@ufpa.br)



Confesso que não sabia o quanto eu era lido até o artigo da semana passada sobre minha infância em Macapá. Recebi vários e-mails e telefonemas a respeito, e até o Zezinho meu irmão, um dos grandes incentivadores em todos os meus projetos, e que sempre acha que cada texto que escrevo poderia ser um pouco melhor, gostou demais e até acrescentou a palavra “amapalidade” ao primeiro parágrafo. Muitas das correspondências eram de amigos de quarenta e poucos anos atrás que não foram citados e outros por terem sido lembrados, e um especial do Juarez Cabral sobre o comentário a respeito do seu irmão João, um dos meus melhores amigos daquela época, telefonema com elevado espírito de sentimento, respeito e saudade. Outros perguntando e levantando um questionamento antigo que eu desconhecia; “onde estão o sapo da Praça Barão do Rio Branco e o farol da fortaleza?”. Questionamento que acho que temos que aprofundar, a não ser que alguém nos informe a respeito do paradeiro dos mesmos. O Sr. Leitão, em frente da banca do Dorimar questionou eu não ter citado meus avós Adjuto, o materno e o Cazuza, o paterno; cujas presenças na minha vida ainda comentarei. De minhas professoras, minha memória lembrou da Edith, da Raquel, da Emília, da Terezinha, da Lucy e da Oneizinha, esta eu encontrei e dei um abraço numa dessas madrugadas de espera no aeroporto. De minhas Diretoras, a Olívia, a Quitéria e a Carmelita, esta no curso do exame de admissão. Mas prometi a todos que em cada artigo usarei um parágrafo para contar um pedacinho dos nossos bons tempos.

Mas vamos ao assunto de hoje, as informações a seguir são do Ministério da Saúde e da OMS (Organização Mundial de Saúde). A gripe suína, que é a influenza A (H1N1), doença respiratória aguda, causada pelo vírus pandêmico (H1N1) 2009. Este novo subtipo do vírus da influenza, vírus da gripe, do mesmo modo que os demais, é transmitido de pessoa a pessoa, principalmente por meio da tosse ou espirro e do contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. As letras correspondem às duas proteínas da superficie do vírus: H: Hemaglobulina e N: Neuraminidase . O numero 1 corresponde a ordem em que cada uma das proteínas foi registrada, significando que ambas as proteínas tem semelhanças com os componentes do vírus que já circulou anteriormente, quando da pandemia de 1918-1919 na Europa. E qual a diferença entre a gripe comum e a influenza pandêmica (H1N1) 2009? Elas são causadas por diferentes subtipos do vírus influenza. Os sintomas são muito parecidos e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Por isso, ao apresentar estes sintomas, seja pela gripe comum ou pela nova gripe, deve-se procurar um médico ou um posto de saúde. Até o momento, o comportamento da nova gripe se assemelha ao da gripe comum. Ou seja, o vírus pandêmico (H1N1) 2009 não se apresentou mais violento ou mortal, na população geral. A maioria absoluta das pessoas que adoece, seja pela gripe comum, seja pela gripe pandêmica, desenvolvem formas leves da doença e se recuperam, mesmo sem uso de medicamentos. Para ambas as gripes pessoas com doenças crônica, gestantes e crianças menores de dois anos são mais vulneráveis. Mas quando consideramos a população jovem previamente saudável, este vírus tem um maior potencial de causar doença grave, quando comparado com o da gripe comum. Por outro lado, o vírus pandêmico tem acometido menos as pessoas maiores de 60 anos. Mas ainda são necessários estudos mais aprofundados que estão sendo realizados, em todo o mundo, para esclarecer o comportamento desse novo vírus. A vacina que estamos utilizando é segura e já está em uso em outros países. Não tem sido observada nesses paises uma relação entre o uso da vacina e a ocorrência de eventos adversos graves. A resposta máxima de anticorpos se observa entre o 14º e o 21º dia após a vacinação. O Ministério da Saúde adquiriu cerca de 113 milhões de doses, para administração da população em etapas distintas e tem por objetivos a proteção de alguns grupos de maior risco de desenvolver doença grave ou evoluir para morte durante a segunda onda da pandemia influenza H1N1 e também garantir o funcionamento dos serviços para atendimento ininterrupto dos casos suspeitos ou confirmados da Influenza H1N1, por meio da vacinação dos trabalhadores de saúde e nos grupos de maior risco, que são a população indígena; as gestantes; as pessoas portadoras de doenças crônicas; as crianças maiores de seis meses até os dois anos de idade e a população de 20 a 39 anos. Mas o Brasil decidiu ir mais além do que o recomendado pela OMS que era vacinar apenas os quatro grupos que apresentaram maior risco (trabalhadores de saúde, gestantes, população indígena e pessoas com doenças crônicas preexistentes) e ampliou o público alvo, incluindo grupos de pessoas saudáveis. Nas Américas, além do Brasil, apenas Estados Unidos e Canadá adotaram essa iniciativa, demonstrando assim, o esforço brasileiro em vacinar a maior quantidade de indivíduos com risco de desenvolver formas graves ou morrer por esta doença. Por conseguinte, vacine-se. O cronograma de vacinação nos grupos prioritários está na mídia diária e no site do Ministério da Saúde. Uma semana abençoada a todos. Semana que vem volto a falar de Macapá e de saúde.



* Médico Amapaense com Residência, Mestrado e Doutorado em Cardiologia

Professor Associado, Presidente da Comissão de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) e

Coordenador da Disciplina de Cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará.

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