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quinta-feira, junho 03, 2010

OLHO NELE: O DR. EDUARDO QUER SER DEPUTADO.

Amapá, o fantástico e eu político.

Prof. Dr. Eduardo Augusto da Silva Costa. (ecosta@ufpa.br)

Eu ia começar este artigo na noite do domingo passado cobrando o desaparecimento do farol da fortaleza, isso em função do excesso de pedidos em e-mails para eu cobrar (estou começando a gostar deste sentimento de amapalidade!); mas quando o programa fantástico da rede globo acabou, comecei a receber uma grande quantidade de telefonemas a respeito da saúde no Amapá, visto que, como sempre falo em todos os lugares em que faço palestras e conferências que sou amapaense e moro em Macapá, sou conhecido fora daqui como o médico da região. Os questionamentos foram em cima do fato de eu morar aqui e aquela notícia ser daqui. Tive que ouvir comentários que sempre iniciavam com um elogio para depois, de imediato vir a cobrança, do tipo: “Eduardo você mora em Macapá!”, “Você é uma das maiores autoridades em saúde neste planeta!”, “Você é um professor de medicina”; “Você tem um dos maiores currículos universitário do país!”, seguida da cobrança “Como isso pode estar acontecendo na cidade onde você vive? E por que você não interfere nisso?”. Tive que ouvir estes comentários de diversos lugares do país e ficar calado ou simplesmente dizer que, no momento, não tenho como interferir, pois não faço parte da estrutura governamental e nem tenho poderes para tal, pois sou apenas um cientista da área de saúde, que moro em Macapá. Mas, outra vez devido a intensa cobrança, vou, de novo, me candidatar a político, pois existe um provérbio de que basta o “bem” não fazer nada para o “mal” prevalecer . E pela terceira vez, vou me expor a uma candidatura. Na primeira vez foi para ajudar o partido, na segunda, não estava programado, até eu ir assistir uma senhora com acidente vascular cerebral no hospital geral de Macapá, no dia que o estado financiou a escola de samba Beija-Flor, e naquela mesma noite não tinha o remédio “aspirina” no hospital, o que desencadeou a segunda candidatura, pois você não pode ficar assistindo a esses fatos, tendo saber e conhecimento para interferir, e não fazer nada. E este é o raciocínio lógico desta terceira candidatura, pois como nunca distribuí dinheiro em boca de urna, prática proibida pela lei e pelos meus princípios éticos, mas fato que dizem ser relativamente comum nas eleições daqui, só posso ir buscar meus votos nas pessoas inteligentes, esclarecidas e com boas intenções, e que não sejam analfabetos funcionais, pois este é aquela que sabe ler, escrever, fazer contas, mas não sabe pensar em prol de sua comunidade, e como estamos na Amazônia, em prol da humanidade. Um exemplo daquele que não pensa, é o que agradece ao deputado que colaborou para pagar o enterro do seu filho ou da sua mãe, mas esquece que o mesmo político não interferiu para que os seus filhos ou a sua mãe não morressem. Infelizmente uma parte do nosso povo foi aculturada corruptamente, e esperam a eleição como se fosse o dia de natal, para ganhar um presente, e a seguir passar mal por quatro anos, continuando a morar num acampamento, pois morar numa cidade que não tem esgoto, que metade não tem água encanada e que não tem internet, é morar num acampamento. Portanto, vou me candidatar de novo, e espero que todos aqueles que desejem transformar este nosso querido acampamento em cidade e que queiram um político com saber, conhecimento e autoridade para colaborar ou “bater de frente” se necessário, com o próximo governo, para estruturar principalmente a saúde e a educação do estado, avaliem em quem vão votar, pois somente políticos com autoridade naquilo que fazem podem mudar a história, pois vide a nossa e os nossos oito últimos anos aqui no Amapá, o que mudou pra melhor na sua vida? Pense!

Eu comentei no artigo passado que só o que me deixava triste sobre Macapá é que trinta e sete anos depois, quando voltei, a cidade não mudou muito, pois o hospital onde nasci ainda é o único estadual na cidade. Uma semana abençoada à todos. Semana que vem volto a falar de Macapá e de saúde. Mas no final das contas, onde estará o farol da fortaleza?



* Médico Amapaense com Residência, Mestrado e Doutorado em Cardiologia

Professor Associado, Presidente da Comissão de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) e

Coordenador da Disciplina de Cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará.

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