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segunda-feira, setembro 13, 2010

MAIS PARA AS MENORES

MODELOS CONTRADITÓRIOS




Minas Gerais sempre praticou boa política de ocupação territorial e de distribuição habitacional, de um modo geral é boa a qualidade de vida no estado. O “segredo” mineiro está nos intervalos populacionais que dão a Minas sete (7) classes numéricas de ocupação. Belo Horizonte é a maior cidade com 2.452.617habitantes e Serra da Saudade é a menor com apenas 889 habitantes (2010).

Entre ambas existem outras 851 cidades (municípios), classificados: três com mais de 500.000 habitantes, vinte e uma com mais de 100.000 habitantes, trinta e quatro com mais de 50.000 habitantes, sessenta e oito com mais de 25.000 habitantes, duzentas e treze com mais de 10.000 habitantes, duzentas sessenta e oito com mais de 5.000 habitantes e duzentas e quarenta e cinco com até 4.999 habitantes.

O Amapá, por sua vez, tem apenas dezesseis municípios, dois dos quais com mais de 50.000 habitantes, no caso, Macapá e Santana, respectivamente com cerca de 350 e cem mil habitantes.

E uma coisa a ver com a outra? A resposta está no programa de governo da Sra. Dilma Rousseff, que está prometendo construir pelo menos uma escola técnica em cada município com mais de cinqüenta mil habitantes.

Tomei o exemplo de Minas Gerais e do Amapá para evidenciar dois modelos antagônicos de desenvolvimento regional, e o estimulo do governo central para que a vida urbana sempre piore um pouco mais.

Minas tem mais de setecentos municípios com até quarenta e nove mil novecentos e noventa e nove habitantes., não por acaso. É o modelo: ocupar todo o espaço territorial através de muitos e pequenos municípios. Resulta daí boa distribuição de renda, ótima taxa de poupança interna, boa qualidade de vida, geopolítica competitiva e muito poder político nas “mãos” do governo estadual. Lá são bem pequenos os perímetros municipais.

O Amapá, ao contrário, opta por poucos municípios, com enormes extensões municipais, nenhuma geopolítica contributiva, baixa qualidade de vida e, excessivo poder político concentrado nas “mãos” do governador.

A proposta contida no programa de governo da Sra. Dilma corrói os dois modelos, dando mais chances a quem já tem alguma (perceba que Minas Gerais tem mais de cento e vinte cidades que vão receber mais escolas técnicas) e “esvaziando” sempre mais as pequenas cidades, que seguirão no papel de “exportar” cérebros através da interminável busca de alguma oportunidade educacional (nasci numa cidadezinha -5.742 hab/2010- deixei-a definitivamente após o ginasial., eu e 95% dos que tiveram a chance de sair e nenhuma de voltar para o trabalho remunerado).

Nesse descompasso desaparecerão as pequenas cidades em detrimento do abarrotamento daquelas de médio e grande porte. Macapá também tem sido o endereço principal para os que procuram formação e trabalho.

Na melhor das hipóteses as menores cidades, poucas, só se manterão (por algum tempo) como cidade-dormitório. Insustentáveis, portanto.



Notas: ¹-O Sinsepeap ainda não se dignou a dar uma explicação aceitável para os problemas que enfrenta(?) com a construção do prédio-sede. Lembro que estou me referindo aos Sindicato dos Professores e Trabalhadores da Educação. ²-Eu, minha esposa e filhos fizemos a nossa casa... é só um lembrete ao marketeiro. ³-IV Festival do Açaí realizado em Laranjal do Jari. E o primeiro de Macapá virá quando? 4-Descanse em muita paz a alma da benemérita Professora Vanda Jucá. 5-A Operação “Mãos Limpas”, do STJ/DPF, provocará profundas alterações no resultado eleitoral.

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