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quarta-feira, novembro 16, 2011

POLITICA: UMA BOA HISTÓRIA!

VEM AÍ O PARTIDO MIRIM DA RECONSTRUÇÃO.

Um dos meus filhos discutiu fortemente cm docente do Colégio Alexandre Vaz Tavares, onde estudava. Não aceitava que cobrissem de azul as cores em tons marrom característico a escola, desde os muros até a camiseta.
A propósito do pequeno entrevero pus-me entusiasticamente a favor do meu filho, vez que demonstrava conhecimento de causa, capacidade de defender a sua escola, respeito pelas cores que usava em seu uniforme e amor ao Amapá, se berço.
Outra vez vi os meus filhos em luta por uma causa, misturados aos milhares de jovens que aqui no Amapá também pintaram a cara, cantaram o Hino Nacional e detonaram um presidente de mentira. Com essas atitudes até hoje meus filhos são “carapintadas”, alertas às intenções de desmandos dos governantes do plantão. Inegável que a emoção de vê-los rua à fora, de punhos erguidos contra Fernando Collor e ladravazes adjacentes foi uma compensação à angustia que me consome face a impunidade que o Brasil resolveu admitir para com os seus saqueadores, consequentemente seus opressores.
Um dia desse meu filho caçula, Danilo, 14 anos, pediu-me ajuda. Queria uma mãozinha para “arrumar” no papel a concepção que seus companheiros e ele já tinham sobre o Partido Mirim da Reconstrução – PMR. O rascunho que me veio sugeria um inicio de partido político a partir de um Manifesto, fundamento estatutário, programa mínimo, objetivos e metas para 1996/97.
Reuniões já tinha havido, Reno, Acácio, Luara, Luiz e Danilo emergiram delas como os primeiros “dirigentes” partidários, do PMR. Puxa vida – disse-me, a garotada aqui do bairro quer lutar, quer interagir com a vida pratica desde já: são então crianças atentas à realidade delas próprias e com o bem estar das outras crianças.
Estão se organizando para atuar em favor de si mesmas e em favor de outras. Não demora essas crianças ganharão a mídia para anunciar ao Amapá os seus intentos, pouco mais adiante esse mesmo Amapá se orgulhará dessas crianças que hoje lançam a todas as crianças do estado a seguinte Manifesto:
“Os meninos e meninas, moradores e moradoras do bairro Marco Zero do Equador, em Macapá, no Estado do Amapá, desejam, pela ação política, somarem-se aos esforços dos seus pais, das autoridades em geral e aos de todas as pessoas de boa vontade, na defesa dos interesses maiores e gerais do bairro.
Nós, apesar de crianças, ou porque somos crianças, não estamos satisfeitos com a realidade sócio-ambiental do nosso bairro. Muitas crianças estão amargando a dor e as agruras decorrentes do desemprego dos seus pais, logo, queremos e devemos lutar por eles e pelas crianças que dependem deles.
Todas as crianças do bairro estão preocupadas com a ocupação espacial do bairro, que mostra a triste tendência da ausência de preocupação com as crianças, principalmente. Não temos praças, não temos um único campo de futebol, nenhuma área para a pratica de esportes, nossas ruas são escuras, esburacadas, poeirentas, perigosas quanto a nossa segurança mais elementar: nosso direito de ir e vir está ameaçado, principalmente à noite.
Por falta de espaço próprio para as crianças do bairro, e entendendo que a união política da criançada aumenta a força, lançamos esse manifesto para a criação do Partido Mirim da Reconstrução – PMR”.
Macapá, junho de1996
Danilo Bernardo de Souza
Presidente.

O Partido apenas foi “registrado” no jornal Diário do Amapá através da publicação desse artigo, mas funcionou por alguns dias em sua “sede” aqui mesmo em minha casa. Produziu bons frutos: Danilo é Administrador, Acácio é Vereador de Macapá, Reno é Engenheiro Florestal, Luiz é Analista de Sistema. Produziu também uma grande saudade: Luara é falecida. Quanto ao bairro... melhorou muito.

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