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quarta-feira, abril 04, 2012

BELO DISCURSO



O SECRETÁRIO ESTEVE FALANDO DE QUE?

O Governador Camilo está trocando hoje mais um Secretário de Estado, dessa vez o Sr. José Roberto Pantoja, por razão de desincompatibilização para fins eleitorais. Saiu pronunciando um bem estudado discurso técnico/ político, mas nenhum resultado prático. Falou de 1200 ha em preparação para 1200 agricultores, ano agrícola 2012/13- já estamos em abril. 
A ultima recomendação da  Embrapa/Ap, em 2003, orientava o plantio em dezembro/janeiro para cultivo em terra firme. Até maio se plantio destinado ao agronegócio. Que não é o caso.
 Esse é um agricultor da região oeste do estado Pedra Branca/Serra do Navio. Ficou fora do discurso.
A mandioca é a primeira atividade agrícola do Amapá, seguindo-se a bubalinocultura: Cutias do Araguari é o município brasileiro com o segundo maior rebanho de búfalos: 53.641 animais.
Em 2010, diz o Ibge, no Amapá, Laranjal do Jari, Macapá, Mazagão e Oiapoque perfizeram 11.152 hectares em área colhida de mandioca. Digo eu: com pouca ou nenhuma presença do governo.
A Embrapa-AP informa que estamos plantando a variedade Juruá em terra firme, lidando com um potencial de até 20t/há, num ano agrícola que varia para essa variedade de 12 a 18meses. Diz que as variedades Mãe Joana e Amazonas Embrapa é o que temos usado para plantio na várzea, variedades que nesse ambinte vão à colheita entre 5 e sete meses.
São dados da Embrapa que 10 mil plantas de mandioca por hectare sob mecanização, correção de solo e adubação básica produzem 60 sacos de farinha de 50kg ao custo de R$20,87 o saco. Uma variação de espaçamento nessa mesma área, apenas isso, levaria a 12.820 plantas, 60 saco de farinha de 50kg ao custo de R$21,00 o saco. As mesmas 10 mil plantas não submetidas a mecanização, correção de solo e adubação básica produzem 30 sacos de farinha de 50kg, ao custo de R$24,38.
Sobre isso o Secretário José Roberto nada disse, mas informou que ainda não produzimos 25% do que consumimos. E disse que lida com um orçamento irrisório, que mal dá para garantir o escoamento de safra. Estava falando de cerca de 9 milhões de reais/ano para esse pagamento. Enfatizou em sua fala que “conseguiu trazer o RURAP (Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá) para atuação conjunta com a Secretaria”. 
 Na "escala Amapá" esse é um ótimo agricultor.
Pobre Amapá! No Mato Grosso a mandioca é a segunda atividade econômica mais importante da cadeia produtiva no Estado ficando atrás apenas da pecuária de leite. Lá a mandioca representa importante atividade socioeconômica gerando emprego e renda, tanto nas áreas rurais com o processo de produção e industrialização, como nas áreas urbanas por meio da comercialização.
Lá, no Mato Grosso, tem a EMPAER (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural) avaliando a adubação química convencional (NPK - Nitrogênio, Fósforo e Potássio), a adubação microbiológica (Azospirillum) e a consorciada com leguminosas (feijão de porco e crotalária). Para estimular o produtor.
Os mandiocultores de lá já usufruem da utilização da bactéria que evita o uso de adubo nitrogenado e a contaminação do meio ambiente por nitrato, que polui as águas dos rios. Essa bactéria penetra na raiz da planta, multiplica bem quando a fonte de Nitrogênio é o carbono, produz fitohormônios que alteram o metabolismo da planta, aumentando a absorção de água e mineral. Isso ocorre em todos os tipos de solo e clima e o uso da bactéria Azospirillum (inoculante) reduz até 50% o uso de fertilizantes.
Alem disso os agricultores matogrossenses já quase podem contar com mais três variedades de mandioca. Ali a mandioca é também utilizada nas pequenas propriedades rurais como fonte alimentar e para criação de animais.
O nosso secretário José Roberto Pntoja, saiu do governo com outro discurso “vitorioso”. Missão cumprida!?. 
 Esse nosso agricultor acredita no progresso. Chegou a energia rural e aí está ele.
Nossa Embrapa diz: “No Amapá, o extrativismo vegetal tem como os principais produtos o açaí (palmito e fruto), borracha*, castanha-do-Brasil, ervas medicinais, sementes oleaginosas, madeira e pesca. Por outro lado, ocorre a prática de florestamento com espécies exóticas em área de cerrado, feito por uma empresa privada que através de incentivos fiscais, cultiva Pinus spp. e Eucalyptus spp., objetivando a produção de celulose para exportação. O cultivo de espécies florestais nativas regionais tem como principal entrave a existência em abundância de florestas nativas, o que torna o extrativismo mais atrativo sob o ponto de vista econômico”.
Em outro comunicado, diz: “Pelas características do setor agropecuário do Amapá, torna-se necessário a necessidade de implementação de ações de pesquisa que visem um incremento em seus resultados, principalmente os relacionados a geração de tecnologia de proteção ambiental, produção agropecuária, processamento e preservação de produtos, condicionados a um maior conhecimento sobre os recursos naturais e dos aspectos sócio-econômico do Estado. Dentro desta ótica a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vêm procurando no Amapá oferecer alternativas tecnológicas que acompanhem as transformações inerentes ao processo de modernização da sociedade e contribuir para solucionar problemas que tem afetado o progresso da agropecuária local. A Embrapa tem buscado também atingir o equilíbrio entre o desenvolvimento e o meio ambiente, com a melhoria da qualidade de vida almejada pela população amapaense”.
 Esse agricultor do nosso artigo é um homem caprichoso e cheio de esperança... em quem? 
Sobre essa “visão” da Embrapa/AP, também nada disse o secretário José Roberto. Mas disse, isso sim, que o novo secretário está afinado com o trabalho realizado por ele nesse ano e meio. Que chega a termos apenas e porque a Lei Eleitoral o impede de ficar.
*- Onde? Como? Quando?   

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