O SECRETÁRIO
ESTEVE FALANDO DE QUE?
O Governador
Camilo está trocando hoje mais um Secretário de Estado, dessa vez o Sr. José Roberto
Pantoja, por razão de desincompatibilização para fins eleitorais. Saiu
pronunciando um bem estudado discurso técnico/ político, mas nenhum resultado
prático. Falou de 1200 ha em preparação para 1200 agricultores, ano agrícola
2012/13- já estamos em abril.
A ultima recomendação da
Embrapa/Ap, em 2003, orientava o plantio em dezembro/janeiro para
cultivo em terra firme. Até maio se plantio destinado ao agronegócio. Que não é
o caso.
Esse é um agricultor da região oeste do estado Pedra Branca/Serra do Navio. Ficou fora do discurso.
A mandioca é a
primeira atividade agrícola do Amapá, seguindo-se a bubalinocultura: Cutias do
Araguari é o município brasileiro com o segundo maior rebanho de búfalos: 53.641
animais.
Em 2010, diz o
Ibge, no Amapá, Laranjal do Jari, Macapá, Mazagão e Oiapoque perfizeram 11.152
hectares em área colhida de mandioca. Digo eu: com pouca ou nenhuma presença do governo.
A Embrapa-AP informa
que estamos plantando a variedade Juruá em terra firme, lidando com um potencial
de até 20t/há, num ano agrícola que varia para essa variedade de 12 a 18meses. Diz
que as variedades Mãe Joana e Amazonas Embrapa é o que temos usado para plantio
na várzea, variedades que nesse ambinte vão à colheita entre 5 e sete meses.
São dados da
Embrapa que 10 mil plantas de mandioca por hectare sob mecanização, correção de
solo e adubação básica produzem 60 sacos de farinha de 50kg ao custo de R$20,87
o saco. Uma variação de espaçamento nessa mesma área, apenas isso, levaria a
12.820 plantas, 60 saco de farinha de 50kg ao custo de R$21,00 o saco. As
mesmas 10 mil plantas não submetidas a mecanização, correção de solo e adubação
básica produzem 30 sacos de farinha de 50kg, ao custo de R$24,38.
Sobre isso o
Secretário José Roberto nada disse, mas informou que ainda não produzimos 25%
do que consumimos. E disse que lida com um orçamento irrisório, que mal dá para
garantir o escoamento de safra. Estava falando de cerca de 9 milhões de reais/ano
para esse pagamento. Enfatizou em sua fala que “conseguiu trazer o RURAP (Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá) para atuação
conjunta com a Secretaria”.
Na "escala Amapá" esse é um ótimo agricultor.
Pobre Amapá! No
Mato Grosso a mandioca é a segunda atividade econômica mais importante da
cadeia produtiva no Estado ficando atrás apenas da pecuária de leite. Lá a
mandioca representa importante atividade socioeconômica gerando emprego e renda,
tanto nas áreas rurais com o processo de produção e industrialização, como nas
áreas urbanas por meio da comercialização.
Lá,
no Mato Grosso, tem a EMPAER (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e
Extensão Rural) avaliando a adubação
química convencional (NPK - Nitrogênio, Fósforo e Potássio), a adubação microbiológica
(Azospirillum) e a consorciada com leguminosas (feijão de porco e
crotalária). Para estimular o produtor.
Os
mandiocultores de lá já usufruem da utilização da bactéria que evita o uso de adubo
nitrogenado e a contaminação do meio ambiente por nitrato, que polui as águas
dos rios. Essa bactéria penetra na raiz da planta, multiplica bem quando a
fonte de Nitrogênio é o carbono, produz fitohormônios que alteram o metabolismo
da planta, aumentando a absorção de água e mineral. Isso ocorre em todos os
tipos de solo e clima e o uso da bactéria Azospirillum (inoculante)
reduz até 50% o uso de fertilizantes.
Alem
disso os agricultores matogrossenses já quase podem contar com mais três
variedades de mandioca. Ali a mandioca é também utilizada nas pequenas propriedades
rurais como fonte alimentar e para criação de animais.
O
nosso secretário José Roberto Pntoja, saiu do governo com outro discurso “vitorioso”.
Missão cumprida!?.
Esse nosso agricultor acredita no progresso. Chegou a energia rural e aí está ele.
Nossa
Embrapa diz: “No Amapá, o extrativismo vegetal tem como os principais produtos
o açaí (palmito e fruto), borracha*, castanha-do-Brasil, ervas medicinais,
sementes oleaginosas, madeira e pesca. Por outro lado, ocorre a prática de
florestamento com espécies exóticas em área de cerrado, feito por uma empresa
privada que através de incentivos fiscais, cultiva Pinus spp. e Eucalyptus
spp., objetivando a produção de celulose para exportação. O cultivo de
espécies florestais nativas regionais tem como principal entrave a existência em
abundância de florestas nativas, o que torna o extrativismo mais atrativo sob o
ponto de vista econômico”.
Em
outro comunicado, diz: “Pelas características do setor agropecuário do Amapá, torna-se
necessário a necessidade de implementação de ações de pesquisa que visem um
incremento em seus resultados, principalmente os relacionados a geração de tecnologia
de proteção ambiental, produção agropecuária, processamento e preservação de
produtos, condicionados a um maior conhecimento sobre os recursos naturais e
dos aspectos sócio-econômico do Estado. Dentro desta ótica a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vêm procurando no Amapá
oferecer alternativas tecnológicas que acompanhem as transformações inerentes
ao processo de modernização da sociedade e contribuir para solucionar problemas
que tem afetado o progresso da agropecuária local. A Embrapa tem buscado
também atingir o equilíbrio entre o desenvolvimento e o meio ambiente, com a
melhoria da qualidade de vida almejada pela população amapaense”.
Esse agricultor do nosso artigo é um homem caprichoso e cheio de esperança... em quem?
Sobre
essa “visão” da Embrapa/AP, também nada disse o secretário José Roberto. Mas disse,
isso sim, que o novo secretário está afinado com o trabalho realizado por ele
nesse ano e meio. Que chega a termos apenas e porque a Lei Eleitoral o impede
de ficar.
*- Onde? Como? Quando?
Nenhum comentário:
Postar um comentário