Olhe-se
para a instituição da sua escolha e nela verá sinais de crise instalada. A não ser
que se olhe fora do Amapá.
Nega-se,
mas esta é uma síntese da crise: O Tribunal de Justiça parece impávido aos que
passam nas ruas próximas, mas a casa está pegando fogo. Ali houve a “eleição”
de um desembargador que foi, mas não foi. A juíza Pini também figurou na lista como
outros sete concorrentes. Ficou na quinta posição, mas adiante reinvidicou a vaga.
O CNJ mandou o Tribunal refazer as contas. Refez. Referendou a escolha do Dr.
Bahuna. Estava nisso, mas se acumulou com mais uma vacância a ser preenchida
pela Ordem dos Advogados. Briga-se agora por duas cadeiras num colegiado de
sete desembargadores. São como se fossem deputados judiciais.
Do
outro lado da rua senta-se o governador Camilo sobre pelo menos três bombas relógio:
1)- suas dezenas de contas bancárias – trinta e cinco segundo o Banco Central e
a Policia Federal; 2)- a casa paterna até agora sem comprovação pacifica quanto
a forma de pagamento – segundo denuncia qualificada; 3)- nenhuma base de apoio
parlamentar para governar; 4)- CPI da Saúde sob a janela do quarto de dormir;
5)- CPI da Amprev forçando a porta da cozinha.
Na
primeira extensão da Av. FAb está o Ministério Publico Estadual às voltas com pesadíssimas
acusações que lhe fez (e ao Ministério Publico Federal) o prestigiado Juiz
Federal João Bosco. Como dor de cabeça pouca é bobagem, a existência das CPIs
passam a indicar mais duramente que vieram porque o MPE não disse o devido “alto
lá” para os “indícios” de mal feito no âmbito da Sesa (Secretaria Estadual de
Saúde) e da Amprev (Amapá Previdencia). Se disse, não adiantou.
Alguns
metros adiante se localiza a Prefeitura Municipal de Macapá, sem sossego desde
quando a operação da Policia Federal avançou sobre seus portões, prendendo
prefeito e secretários. A recrudescente Operação Mãos Limpas, que o senador
Caiberibe chamou de volta .
Do
outro lado da rua vislumbra-se o prédio do Tribunal de Contas do Estado, também
às voltas com a tal operação policial, com um de seus conselheiros preso e
duramente exposto.
Dali
ao palácio legislativo é um pulo. E lá é o endereço de todos os olhares, jutos
e nem tanto do povo. O mote é a verba indenizatória, mas o alvo é o total de
recursos constitucionalmente repassados ao Poder Legislativo. Quem o espreita é
outra vez, o discurso do Senador Capiberibe: transparência.
É
crise ou não é? Sim, porque um não vai confiar no outro em caso de necessidade
e nem possa qualquer deles oferecer mediação ao conflito estabelecido. Isso é
crise pra valer.
Que
remédio? Ora, abra-se concorrência para as razões de estado: arte com
arte. Ou ética, dinheiro e política.
Com
ética ou escravo dela cada qual se governe: cada poder e cada um (gestor) que o
represente. Com dinheiro suficiente, se reunidos em comunidades éticas (sabe-se,
ética e dinheiro são cotas particulares). E com republicanismo - causa
comum, política - que só se materializa pela subordinação das três “artes” entre
si.
Eis
a solução mediadora para os tempos bicudos que vive o Amapá: ética – dinheiro –
política.
Contudo,
não é receita tão simples. Não é o Amapá a monarquia ou feudo monárquico, como
se infere a partir de cada qual mandando sozinho no “seu pedaço”. Parece ter
chegado em fim - muito pela dor – o tempo de o estado amapaense se declarar
efetivamente democrático, governando-se pelo povo (boas e novas pessoas) e para
o povo (bons e novos projetos).
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