Translate

quarta-feira, abril 11, 2012

CRISE? QUE CRISE?!




Olhe-se para a instituição da sua escolha e nela verá sinais de crise instalada. A não ser que se olhe fora do Amapá.
Nega-se, mas esta é uma síntese da crise: O Tribunal de Justiça parece impávido aos que passam nas ruas próximas, mas a casa está pegando fogo. Ali houve a “eleição” de um desembargador que foi, mas não foi. A juíza Pini também figurou na lista como outros sete concorrentes. Ficou na quinta posição, mas adiante reinvidicou a vaga. O CNJ mandou o Tribunal refazer as contas. Refez. Referendou a escolha do Dr. Bahuna. Estava nisso, mas se acumulou com mais uma vacância a ser preenchida pela Ordem dos Advogados. Briga-se agora por duas cadeiras num colegiado de sete desembargadores. São como se fossem deputados judiciais.
Do outro lado da rua senta-se o governador Camilo sobre pelo menos três bombas relógio: 1)- suas dezenas de contas bancárias – trinta e cinco segundo o Banco Central e a Policia Federal; 2)- a casa paterna até agora sem comprovação pacifica quanto a forma de pagamento – segundo denuncia qualificada; 3)- nenhuma base de apoio parlamentar para governar; 4)- CPI da Saúde sob a janela do quarto de dormir; 5)- CPI da Amprev forçando a porta da cozinha.
Na primeira extensão da Av. FAb está o Ministério Publico Estadual às voltas com pesadíssimas acusações que lhe fez (e ao Ministério Publico Federal) o prestigiado Juiz Federal João Bosco. Como dor de cabeça pouca é bobagem, a existência das CPIs passam a indicar mais duramente que vieram porque o MPE não disse o devido “alto lá” para os “indícios” de mal feito no âmbito da Sesa (Secretaria Estadual de Saúde) e da Amprev (Amapá Previdencia). Se disse, não adiantou.
Alguns metros adiante se localiza a Prefeitura Municipal de Macapá, sem sossego desde quando a operação da Policia Federal avançou sobre seus portões, prendendo prefeito e secretários. A recrudescente Operação Mãos Limpas, que o senador Caiberibe chamou de volta .
Do outro lado da rua vislumbra-se o prédio do Tribunal de Contas do Estado, também às voltas com a tal operação policial, com um de seus conselheiros preso e duramente exposto.
Dali ao palácio legislativo é um pulo. E lá é o endereço de todos os olhares, jutos e nem tanto do povo. O mote é a verba indenizatória, mas o alvo é o total de recursos constitucionalmente repassados ao Poder Legislativo. Quem o espreita é outra vez, o discurso do Senador Capiberibe: transparência.
É crise ou não é? Sim, porque um não vai confiar no outro em caso de necessidade e nem possa qualquer deles oferecer mediação ao conflito estabelecido. Isso é crise pra valer.
Que remédio? Ora, abra-se concorrência para as razões de estado: arte com arte. Ou ética, dinheiro e política.
Com ética ou escravo dela cada qual se governe: cada poder e cada um (gestor) que o represente. Com dinheiro suficiente, se reunidos em comunidades éticas (sabe-se, ética e dinheiro são cotas particulares). E com republicanismo - causa comum, política - que só se materializa pela subordinação das três “artes” entre si.
Eis a solução mediadora para os tempos bicudos que vive o Amapá: ética – dinheiro – política.
Contudo, não é receita tão simples. Não é o Amapá a monarquia ou feudo monárquico, como se infere a partir de cada qual mandando sozinho no “seu pedaço”. Parece ter chegado em fim - muito pela dor – o tempo de o estado amapaense se declarar efetivamente democrático, governando-se pelo povo (boas e novas pessoas) e para o povo (bons e novos projetos).    

Nenhum comentário: