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domingo, maio 06, 2012

AMAZÔNIA: TRAIRAÇU




Esse é um peixe pirarucu, chega a 280kg, um dos maiores peixes de ocorrência em rios e lagos da Amazônia. E temos ainda maior o Peixe-boi, maior ainda.,mas é do trairaçu que quero falar.
 
 Não consegui saber quanto pesou este que a foto (não minha) revela.
Gosto muito da carne do trairão (abaixo), mas em presença desse gigante sempre lembro um grande amigo que tivemos em nossa cidade, Volta Grande. Se chamava Custódio, mas o chamávamos Custodinho  ou Custodim. Excelente pessoa não só pelo seu caráter e responsabilidades de cidadão, chefe de família, pai. Era divertido, amigo de todos, excelente sapateiro, exímio contador de causos. Mas do que ele gostava mesmo era de pescar.
(Foto não minha) E este é o trairão – trairaçu – de larga distribuição na Amazônia. Carne prá lá de saborosa
Essa pratica, quase cotidiana ou cotidiana o fez notório quanto a causos de pescadores. Aos seus próprios acrescentava aqueles do folclore nacional. Com isso o bom Custódio incluía jovens e crianças em sua rotina de vida. Lembro Jonas, um dos seus filhos. Do mais velho lembro bem a fenótipo completo, talvez seja Cosme o seu nome. Por ultimo a familia foi vizinha da casa do papai.  
Mas não é sem propósito que mostro essas fotografias (não minhas), especialmente as duas ultimas: são de traíras. Uma com 14 kg e outra com mais de vinte. Onde quero chegar? O Custódio não era propriamente um “mentiroso” e sim alguém que por gostar tanto de pescaria lia tudo que lhe caia às mãos sobre animais fenomenais como esses, com os quais convivo hoje.
Apenas não encontrei ainda similar para um caso de traíra pescada pelo Custódio (confirmado pelo Sr. Bombom): um dia ele pescou durante toda a noite – traíra é peixe hábitos noturnos – e o resultado foi a captura de apenas uma trairazinha bem pequena. Estava na hora de voltar para casa, meteu a bichinha no bolso. Em casa pendurou a calça e, banhado, foi dormir. Porém acordou com barulho e a calça “pulando”. Lembrou-se do peixe, levantou-se, tirou-o peixinho do bolso, foi ao jirau e soltou-o na água empoçada em baixo. Um dia, tempos depois lembrou-se disso. Iscou o anzol, armou em baixo do velho jirau de lavar vasilhas e esperou: quando viu lá estava um enorme traíra fisgada. Quando a teve em suas mãos verificou tratar-se daquele peixinho solo por ele., teve essa certeza  quando ao abrir a barriga do peixe encontrar lá a sua medalhinha de São José, da qual dera falta no dia daquela pescaria.
 Esse trairão é trairão mesmo, pode ser que o Custodinho se referisse a 
um seu similar quando exagerava um pouquinho mostrando com as mãos 
o tamanho da maior traíra pescada por seu anzol.(Foto não minha)

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