Esse é um
peixe pirarucu, chega a 280kg, um dos maiores peixes de ocorrência em rios e lagos da Amazônia. E temos ainda maior o Peixe-boi, maior ainda.,mas é do trairaçu que quero falar.
Não consegui saber quanto pesou este que a foto
(não minha) revela.
Gosto
muito da carne do trairão (abaixo), mas em presença desse gigante sempre lembro um grande amigo
que tivemos em nossa cidade, Volta Grande. Se chamava Custódio, mas o chamávamos
Custodinho ou Custodim. Excelente pessoa
não só pelo seu caráter e responsabilidades de cidadão, chefe de família, pai.
Era divertido, amigo de todos, excelente sapateiro, exímio contador de causos.
Mas do que ele gostava mesmo era de pescar.
(Foto não minha) E este é o trairão – trairaçu – de
larga distribuição na Amazônia. Carne prá lá de saborosa
Essa
pratica, quase cotidiana ou cotidiana o fez notório quanto a causos de
pescadores. Aos seus próprios acrescentava aqueles do folclore nacional. Com
isso o bom Custódio incluía jovens e crianças em sua rotina de vida. Lembro
Jonas, um dos seus filhos. Do mais velho lembro bem a fenótipo completo, talvez
seja Cosme o seu nome. Por ultimo a familia foi vizinha da casa do papai.
Mas não é
sem propósito que mostro essas fotografias (não minhas), especialmente as duas
ultimas: são de traíras. Uma com 14 kg e outra com mais de vinte. Onde quero
chegar? O Custódio não era propriamente um “mentiroso” e sim alguém que por
gostar tanto de pescaria lia tudo que lhe caia às mãos sobre animais
fenomenais como esses, com os quais convivo hoje.
Apenas
não encontrei ainda similar para um caso de traíra pescada pelo Custódio
(confirmado pelo Sr. Bombom): um dia ele pescou durante toda a noite – traíra é
peixe hábitos noturnos – e o resultado foi a captura de apenas uma trairazinha
bem pequena. Estava na hora de voltar para casa, meteu a bichinha no bolso. Em
casa pendurou a calça e, banhado, foi dormir. Porém acordou com barulho e a
calça “pulando”. Lembrou-se do peixe, levantou-se, tirou-o peixinho do bolso,
foi ao jirau e soltou-o na água empoçada em baixo. Um dia, tempos depois
lembrou-se disso. Iscou o anzol, armou em baixo do velho jirau de lavar
vasilhas e esperou: quando viu lá estava um enorme traíra fisgada. Quando a
teve em suas mãos verificou tratar-se daquele peixinho solo por ele., teve essa
certeza quando ao abrir a barriga do
peixe encontrar lá a sua medalhinha de São José, da qual dera falta no dia
daquela pescaria.
Esse trairão é trairão mesmo, pode ser que o
Custodinho se referisse a
um seu similar quando exagerava um pouquinho
mostrando com as mãos
o tamanho da maior traíra pescada por seu anzol.(Foto não
minha)
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