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quinta-feira, maio 03, 2012

A GREVE CONTINUA??????


AURORA DAS NOSSAS TERRAS

Duas imagens de auroras, uma boreal ou austral outra apenas aurora registrada bem ao amanhecer de um dia qualquer, numa viagem qualquer  rumo as férias que teríamos em Volta Grande.
 Boreal no polo norte - austral no polo sul
Ia de uma a outra terra de professores – Macapá à Volta Grande. Avião e poesia poderiam me pousar em ambas: ... Oh! que saudades que tenho, da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais!.... que aurora, que sol, que vida, que noites de melodia, naquela doce alegria, naquele ingênuo folgar!...
Mas, foi antes, ainda num tempo em que os professores tinham sua importância, ganhavam relativamente bem, tinham o respeito da sociedade e dos alunos. Agora o nivelamento é por baixo, tanto cá quanto lá.
 Acima das nuvens, abaixo do sol entre Belém e Brasilia.
Conheço a história dos professores de lá, quando os tive a me educar em sala de aula e na cidade até o fim do ano da década de 1960, dos de cá por convivência desde a metade da década seguinte. Os professores tinham lugar de destaque na sociedade, especialmente nos momentos de gala. Agora não têm mais, penam em suas salas de aulas desgastam-se em greves nas ruas. Podem ser vistos em aniversários infantis e são frequentes em baladas. E são chamados de tios.
Não ganham hoje salários suficientes para ter em casa uma empregada domestica com todos os seus direitos trabalhistas garantidos. Trabalham para luz, água, telefone, aluguel e, cartão de crédito. Excepcionalmente uns ganham um pouco melhor por questões judiciais, por relacionamentos políticos, por doutorado e pós. Mas, desapareceu o respeito pelo professorado. Em períodos de greves, pelo menos aqui, uns põem-se contra outros. Prestam-se até para fazer audiência de mídia.
Antes, olimpicamente os governantes olhavam a classe, agora genericamente examinam seus pleitos salariais. Mediante um reajustezinho entendem que também lhe deram condição de trabalho. A classe em movimento não lhes indica que atrás estão os professores que fizeram a honra da terra. Veem apenas a juventude ainda disposta a dar aulas e marchar nas ruas pedindo o salário minimo devido a classe.   
Lá em Volta Grande a história recente está cheia de Yolanda, Clélia, Piquitita, Yeda, Alda, Luiz, Pontes, Teresinha, Ângela, Marisa, Nilza, Dirce, Cornélia, Antonieta, Dilce, Ivone, Nena, Geisa, Ercilia... Aqui são centenas (Risalva, Araci, Munhoz, Zagalo, Paulo Guerra, Graça, Deuza, Orivaldo, Batista, Montoril...). Mas seus nomes já estão misturados ao pavimento das ruas por onde marcham seus sucessores.
Pobre Minas Gerais. Pobre Amapá. Pobre Brasil. Sabem que estão extinguindo a classe, mas mesmo assim o fazem. De trás das vidraças os que governam estão olhando os professores nas ruas pedindo o salário mínimo. É a aurora de uma nação dando lugar a crepúsculo.


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