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sábado, junho 02, 2012

VAI OU NÃO VAI?


 A greve dos professores no Amapá para ou continua? Pode ser que prossiga, o sindicato da categoria tem dinheiro para tocar o movimento por mais alguns dias pagando a multa determinada pela Justiça – mas não vale a pena.
Pode ser que pare, o sindicato é bem dirigido, tem juízo e respeito pela Justiça – mas também não vale a pena.
Lembro um preceptor da Revolução Francesa dizendo em 1788: “...o que é o povo, o que pode o povo, que força há no povo? Pode tornar-se selvagem, incendiar, matar por algum tempo... mas jamais conservará o poder porque para isso precisa qualidades que ele, populaçho, não possui. Quando as apossa deixa de ser povo. Povo? É o trágico e inevitável corolário da civilização”.  
É bom o sindicato dos professores lembrar isso, saber disso por pelo menos três motivos essenciais: ¹-A Justiça estimulou o prosseguimento da greve declarando sua legalidade ontem. A mesma Justiça manda-a parar já e institui multa se a mesma prosseguir, ou seja: será ilegal se prosseguir.
²-Os poderes Executivo e Judiciário se acham agora de um mesmo lado. Ora, a retenção do poder é poder.
³-O povão já foi convencido a não suportar mais a greve.
Nesse caso, o professor grevista, que não é poder e também não povão, quando muito poderá contar com a solidariedade do Poder Legislativo estadual, para não se sentir completamente só.
Então, cesse a greve. Mas ela vai recomeçar quando? Dá para combinar assim por duas ou três razões obvias: ¹-Judicializa-se  causa à conta dos indicativos de que a Justiça mandará o estado cumprir a lei do Piso Nacional do Magistério, e pagar de uma vez os 33% que faltam; ²-Se a Justiça não mandar cumprir a lei ou se o fizer e o governo não obedecer, uma greve maior ainda ocorrerá no ano que vem; ³-O acumulado desse ano sobre índices do ano base 2012 será a pesadíssima reivindicação dos mesmos professores, em 2013.
Sendo assim ou se assim for, qual o acerto do governo e da dupla decisão da Justiça nesse caso da greve dos professores em 2012?
Esperemos para ver no que vai dar. O usual, no entanto, é a propaganda oficial voltar a dizer que “mais uma vez” a escola publica foi campeã de aprovação nos vestibulares.

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