A
greve dos professores no Amapá para ou continua? Pode ser que prossiga, o
sindicato da categoria tem dinheiro para tocar o movimento por mais alguns dias
pagando a multa determinada pela Justiça – mas não vale a pena.
Pode
ser que pare, o sindicato é bem dirigido, tem juízo e respeito pela Justiça –
mas também não vale a pena.
Lembro
um preceptor da Revolução Francesa dizendo em 1788: “...o que é o povo, o que
pode o povo, que força há no povo? Pode tornar-se selvagem, incendiar, matar por
algum tempo... mas jamais conservará o poder porque para isso precisa qualidades
que ele, populaçho, não possui. Quando as apossa deixa de ser povo. Povo? É o trágico
e inevitável corolário da civilização”.
É
bom o sindicato dos professores lembrar isso, saber disso por pelo menos três motivos
essenciais: ¹-A Justiça estimulou o prosseguimento da greve declarando sua legalidade
ontem. A mesma Justiça manda-a parar já e institui multa se a mesma prosseguir,
ou seja: será ilegal se prosseguir.
²-Os
poderes Executivo e Judiciário se acham agora de um mesmo lado. Ora, a retenção
do poder é poder.
³-O
povão já foi convencido a não suportar mais a greve.
Nesse
caso, o professor grevista, que não é poder e também não povão, quando muito
poderá contar com a solidariedade do Poder Legislativo estadual, para não se sentir
completamente só.
Então,
cesse a greve. Mas ela vai recomeçar quando? Dá para combinar assim por duas ou
três razões obvias: ¹-Judicializa-se
causa à conta dos indicativos de que a Justiça mandará o estado cumprir
a lei do Piso Nacional do Magistério, e pagar de uma vez os 33% que faltam;
²-Se a Justiça não mandar cumprir a lei ou se o fizer e o governo não obedecer,
uma greve maior ainda ocorrerá no ano que vem; ³-O acumulado desse ano sobre índices
do ano base 2012 será a pesadíssima reivindicação dos mesmos professores, em 2013.
Sendo
assim ou se assim for, qual o acerto do governo e da dupla decisão da Justiça nesse
caso da greve dos professores em 2012?
Esperemos
para ver no que vai dar. O usual, no entanto, é a propaganda oficial voltar a
dizer que “mais uma vez” a escola publica foi campeã de aprovação nos
vestibulares.
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