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terça-feira, julho 10, 2012

MORADIA RURAL


Chegou-me um email confirmando um sofisma que desde muitos anos atrás alimento: "O Banco do Brasil começou financiar desde ontem -09/07/202- a construção e a reforma de moradias de agricultores e trabalhadores rurais". Estando aqui e ali no interior do Amapá meti na cabeça que a realidade rural entre nós precisava dessa providência para animar os agricultores, para segurar no campo uma parcela maior dos jovens rurais, para espalhar dignidade no campo, para abrir nossas porteiras para os resultados buscados pelos trabalhadores rurais e pela própria extensão rural.
Lorota., mais uma de minha parte? De jeito nenhum. 

Essa é moradia rural localizada no norte do estado (Carnot-Calçoene), de boa qualidade
Em 2008 ofereci ao Prefeito Roberto uma proposta de política agrícola que se compunha de plano municipal de desenvolvimento rural, conselho municipal de desenvolvimento rural e fundo municipal de desenvolvimento rural. Em 2010 fiz as devidas adaptações, transformei plano, conselho e fundo para o nível estadual e o entreguei à Sra. Dora Nascimento, já eleita vice governadora do estado. Ofereci por oferecer... sem custo algum. Nem nomeação.
O plano de Desenvolvimento Rural compunha-se de vinte e dois programas, dentre eles o que chamei de Programa de Incentivo à Moradia Rural.
Nem o Município nem o Estado viram na sugestão algo que se aproveitasse, mas eu ainda entendendo que nem um nem outro tem ou praticam qualquer tipo de política agrícola, não me contive: fui ao senador Gilvam e passei, líder do governo paralelo a mesma proposta. Acredito num Amapá mais produtivo orientado por uma política agrícola.
Em cada região do Brasil o esvaziamento do campo se dá no âmbito da micro e pequena agricultura, os jovens precisam sair em busca do ensino e do emprego. Mas antes querem sair por causa do desconforto de suas casas.
As casas onde moram os jovens rurais daqui do Amapá são toscas demais, além disso isoladas, desprovidas, às vezes rudimentares. Só agora a energia elétrica quer chegar a essas casas.
As cidades, mesmo as pequenas, atraem esses jovens. Já não se fala em oportunidades de escola e emprego, a parafernália eletrônica fala mais alto. Não é possível ao jovem de hoje viver sem celular e computador, o que está chegando aos poucos ao nosso campo. Mas a casa desse jovem tem que melhorar.
Pode chegar pelo menos a um modelo asssim
Se melhorar fica bom melhor para todo mundo, especialmente para os pais que verão mais gosto nos filhos pela roça. Eles próprios terão mais prazer em ali permanecer porque a casa boa com energia elétrica logo terá máquina de lavar, uma televisão mais moderna, festinha de aniversário, telefonia, computador e a internet. Não demora e todos da casa estarão no twiter, no facebook, trocando email com o mundo: a cidade vai para o campo., os filhos ficarão no campo.
Nasci na roça, volta e meia publico aqui fotografias da casa onde vivi, hoje cercada pela cidade: nunca morei mal. Portanto é lógico para mim que se pode viver na roça e ali mesmo morar bem.
Tomara houvesse grande publicidade sobre esse programa de moradia rural via Banco do Brasil e Caixa Econômica. Só com isso veríamos um novo Amapá. Eu e tantos como deixaríamos de sofismar.        


Um comentário:

Anônimo disse...

O que falta é organização dos agricultores. Aqui no sul já são mais de 20 mil moradias no campo feitas, isso desde 2001. Via Caixa, há moradias sendo construídas desde 2004! Qual o mistério? É ter organização, buscar parcerias e discutir melhorias no programa.