Maria das
Graças Ferreira Abreu é das amigas que deixei para trás, mas cuja proximidade
faz falta. É inteligente, critica, formuladora, debatedora... contributivamente
culta.
De uns
tempos para cá a “Magá” e eu nos reencontramos no face book, garantia de ausência
total de rsrsrsrs e kkkkkk.
Hoje me
mandou a história da Ana Luiza, uma garotinha de 7 anos
travando
indescritível luta contra o câncer. Tão criança e já dona da dolorosa
experiência da exposição do corpo a quimio e radioterapia.
Culpa não
há, mas a historia da Ana Luiza chegou num dia de sobrecarga para mim.
Fui ao
exames médicos em busca de respostas para 22 tipos de buscas que devo fazer
periodicamente. Também o dia de hoje me reservou um reencontro lá mesmo no
hospital, aonde vi um amigo com braço na tipoia, olho esquerdo muito machucado,
ombro e omoplata recompostos a parafusos.
Disse-me
tratar-se de acidente de carro vinte dias atrás, em que morreram no ato a jovem
esposa e a única filha de 9 anos.
Ao final
do dia de hoje quero juntar histórias assim segundo a força de Ana Luiza
lutando contra o câncer. Estou em mesma luta e não sou capaz de risos como o
demonstra ser capaz a Ana Luiza, mas não me dou a lamentações por estar doente.
Outros
doentes que estão próximos são a minha ocupação terapêutica, além do que me
ocupam os muitos objetos sacros, receitas, mensagens, orações e textos que me
chegam... tudo generosidade que vem para me fortalecer fisica e
espiritualmente.
Chegam
textos e textos, uns “piedosos” bem ajustados ao tamanho e peso do câncer que
me quer vencer., outros “duros” também em ajustados, porém realistas demais
para nós.
Trazem
coisas assim: “quando vejo que tem tanta gente que passa por situações muito
mais complicadas que as minhas...
Qual tem
sido a sua escolha?
Qual tem
sido o seu papel na vida das pessoas?
Será que
ser para sempre quem você é vai te levar a algum lugar na vida? Porque ignorar
que Deus nos deu o dom de vivermos cheios do Seu amor e compaixão, ajudando as
pessoas e não só pensando em nós mesmos?
Porque
somos tão rígidos quando precisamos mudar?
Saiba que
as suas escolhas de hoje vão refletir no seu amanhã.
Será que
você está preparado para uma vida satisfatória? Etc.”
É a visão
de quem nos quer bem, mas que não tem (felizmente) a definitiva experiência do
câncer.
Como da
colega que reencontrei lá clinica tratando ao mesmo tempo câncer de mama
fígado.
Outra
colega luta há 21 anos contra câncer e laringe, mama, pulmão e agora fígado. Lá
no Ijoma visitei outro companheiro quase sem forças para ir sozinha ao banheiro
dentro do seu apartamento.
Difícil
dizer a elas: levanta, anda você não é pior dos casos. Contudo, creio, está no
caso da Ana Luiza a necessidade de todos nós, doentes: sorrir, sofrer, comer,
distrair-se, conversar diretamente com Deus.
Pensando
bem foi bom Magá ter me lembrado no dia de hoje, a Ana Luiza é o anjo que
invoquei na oração da manhã.
Infelizmente esta é uma situação que poucos presenciam e assim mesmo não dão a
atenção devida. É uma pena; só entende quem vive a situação. Estas fotos foram
tiradas no H.C. Camargo. Fica no quinto andar do hospital e é de doer e partir
o coração de se ver inúmeras crianças deste jeito e de todos os lugares; (minha
sogra esteve quase um ano direto lá) e agente quando estava lá íamos muito no
quinto andar. Precisa ver, principalmente a força de vontade destas crianças.
Meu compadre é realmente uma barra.
Abraços fraternos.
TIMBO
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