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sexta-feira, setembro 21, 2012

SEM PALAVRAS (MESMO)



 Maria das Graças Ferreira Abreu é das amigas que deixei para trás, mas cuja proximidade faz falta. É inteligente, critica, formuladora, debatedora... contributivamente culta.
De uns tempos para cá a “Magá” e eu nos reencontramos no face book, garantia de ausência total de rsrsrsrs e kkkkkk.
Hoje me mandou a história da Ana Luiza, uma garotinha de 7 anos  
travando indescritível luta contra o câncer. Tão criança e já dona da dolorosa experiência da exposição do corpo a quimio e radioterapia.
Culpa não há, mas a historia da Ana Luiza chegou num dia de sobrecarga para mim.  
Fui ao exames médicos em busca de respostas para 22 tipos de buscas que devo fazer periodicamente. Também o dia de hoje me reservou um reencontro lá mesmo no hospital, aonde vi um amigo com braço na tipoia, olho esquerdo muito machucado, ombro e omoplata recompostos a parafusos.  
Disse-me tratar-se de acidente de carro vinte dias atrás, em que morreram no ato a jovem esposa e a única filha de 9 anos.
Ao final do dia de hoje quero juntar histórias assim segundo a força de Ana Luiza lutando contra o câncer. Estou em mesma luta e não sou capaz de risos como o demonstra ser capaz a Ana Luiza, mas não me dou a lamentações por estar doente.
 Outros doentes que estão próximos são a minha ocupação terapêutica, além do que me ocupam os muitos objetos sacros, receitas, mensagens, orações e textos que me chegam... tudo generosidade que vem para me fortalecer fisica e espiritualmente.
 Chegam textos e textos, uns “piedosos” bem ajustados ao tamanho e peso do câncer que me quer vencer., outros “duros” também em ajustados, porém realistas demais para nós.
Trazem coisas assim: “quando vejo que tem tanta gente que passa por situações muito mais complicadas que as minhas...
Qual tem sido a sua escolha?
Qual tem sido o seu papel na vida das pessoas?
Será que ser para sempre quem você é vai te levar a algum lugar na vida? Porque ignorar que Deus nos deu o dom de vivermos cheios do Seu amor e compaixão, ajudando as pessoas e não só pensando em nós mesmos?
Porque somos tão rígidos quando precisamos mudar?
Saiba que as suas escolhas de hoje vão refletir no seu amanhã.
Será que você está preparado para uma vida satisfatória? Etc.”
É a visão de quem nos quer bem, mas que não tem (felizmente) a definitiva experiência do câncer.
Como da colega que reencontrei lá clinica tratando ao mesmo tempo câncer de mama fígado.
Outra colega luta há 21 anos contra câncer e laringe, mama, pulmão e agora fígado. Lá no Ijoma visitei outro companheiro quase sem forças para ir sozinha ao banheiro dentro do seu apartamento.
Difícil dizer a elas: levanta, anda você não é pior dos casos. Contudo, creio, está no caso da Ana Luiza a necessidade de todos nós, doentes: sorrir, sofrer, comer, distrair-se, conversar diretamente com Deus.
Pensando bem foi bom Magá ter me lembrado no dia de hoje, a Ana Luiza é o anjo que invoquei na oração da manhã.


Infelizmente esta é uma situação que poucos presenciam e assim mesmo não dão a
atenção devida. É uma pena; só entende quem vive a situação. Estas fotos foram
tiradas no H.C. Camargo. Fica no quinto andar do hospital e é de doer e partir
o coração de se ver inúmeras crianças deste jeito e de todos os lugares; (minha
sogra esteve quase um ano direto lá) e agente quando estava lá íamos muito no
quinto andar. Precisa ver, principalmente a força de vontade destas crianças.
Meu compadre é realmente uma barra.

Abraços fraternos.
TIMBO
  

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