Daqui
a pouco não vai existir mais, mas houve sim o caso de um transatlântico que
veio ao Amapá, aqui permaneceu muitas horas e dele não desembarcou nenhum dos
oitocentos turistas alemães. Provavelmente pagaram caro para virem até aqui e
certamente muitos deles tinham a expectativa de pisar esse belo pedaço da
Amazônia e daqui levar um testemunho que fosse de sua passagem. Lamentável!
Aqui
dois mais dois tem sido cinco, a falta de estrutura, de planejamento e de
entrosamento entre autoridades setoriais se confundem com a maior naturalidade
do mundo. Lamentável, mesmo assim, porque o turismo poderia ser uma importante
fonte de divisas para o estado, e não consegue ser.
Dizer
dessa maneira é critica vazia, ou criticar por criticar? Pelo menos por um
motivo não o é.
O
Projeto de Lei do Senado Federal nº 107, de 2004 instituía o Plano de
Desenvolvimento Regional dos Municípios do Entorno do Parque Nacional Montanhas
do Tumucumaque, no Estado do Amapá. Abrangia os Municípios de Calçoene,
Laranjal do Jari, Pedra Branca do Amapari, Serra do Navio e Oiapoque. Mas quem
deu bola para ele?
O
plano tinha duas partes essenciais: o Decreto (O Congresso Nacional decreta:...)
e, as Proposições Estratégicas (De acordo com o diagnostico social e econômico
dos cinco municípios que tiveram destinadas partes de seus territórios para a
criação do Parque, podem ser indicadas as seguintes linhas de ação, com os
correspondentes órgãos do Poder Executivo envolvidos em sua implementação:
-Estimular
a agroindústria, a fim de estabelecer bases solidas para um novo surto de
desenvolvimento do setor primário (Ministério da Agricultura e Ministério do
Desenvolvimento Industria e Comercio Exterior);
-Realizar
o ordenamento das atividades produtivas, de modo a conciliar a exploração das
potencialidades sem comprometer a preservação dos ecossistemas (Ministério do
Meio Ambiente);
-Realizar
pesquisas direcionadas com a pesca, ampliando as estruturas de desembarque,
beneficiamento e armazenamento do produto (Secr. Esp. De Aquicultura e Pesca);
-Ampliar
e recuperar a malha viária (Ministério dos Transportes);
Combinar
diferentes modalidades de transporte, integrando o transito terrestre e fluvial
(Ministério dos Transportes);
-Expandir
o sistema de transmissão e distribuição de energia elétrica, especialmente nas
áreas rurais (Ministério de Minas e Energia);
-Estimular
o turismo, implantando equipamentos e serviços turísticos e promovendo as potencialidades
turísticas da região, de forma a elevar a importância relativa do setor na
economia (Ministério do Turismo);
-Integrar
os municípios ao contexto turístico estadual e federal, fazendo-os
beneficiários dos incentivos fiscais e financeiros disponíveis pata o setor
(Ministério do Turismo);
-Incentivar
o manejo sustentável na extração de madeira (Ministério do Meio Ambiente);
-Estimular
e apoiar formas de organização da produção e de comercialização da
matéria-prima loa, com base no associativismo e no cooperativismo (Ministério
do Desenvolvimento Indústria e Comercio Exterior e Ministério do Trabalho e
Emprego);
-Estimular
os empreendimentos de pequeno e médio porte, mediante medidas capazes de
fortalecer e expandir as atividades de base local (Mins. do Desenvolvimento
Indústria e Comercio Exterior);
-Implantar
sistemas agroflorestais nas pequenas e medias propriedades (Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Ministério do Meio Ambiente);
-Criar
linhas de credito para a reestruturação dos setores produtivos, com ênfase para
a pequena produção (Ministério da Fazenda);
-Viabilizar
o acesso de novas tecnologias aos agricultores da região , com ênfase na
pequena e media produção (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e
Ministério da Ciência e Tecnologia);
-Ofertar
cursos profissionalizantes e implantar núcleos universitários para formação de
nível superior (Ministério do Trabalho e Emprego e Ministério da Educação);
-Promover
treinamentos visando melhorar o padrão de organização empresarial, por meio dos
serviços de aprendizagem (Ministério do Trabalho e Emprego);
-Fortalecer
o ensino médio, visando ao aumento do nível de escolaridade da população
(Ministério da Educação);
-Ampliar
a oferta de serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta
de lixo (Ministério da Integração Nacional e Ministério das Cidades);
-Substituir
as moradias em favelas e em palafitas (Ministério das Cidades);
-Dotar
a rede ambulatorial e hospitalar de infraestrutura básica e d alta complexidade
(Ministério da Saúde).
Os
prefeitos eleitos desses municípios devem retomar esse assunto, ainda que
saibam da autoria do projeto da lavra do Senador José Sarney. É dever de oficio
que não pode se misturar com querelas políticas ou de políticos, que
sistematicamente, vem excluindo o Amapá de suas chances reais de se preparar
para recepcionar bem o seu futuro próximo milionésimo habitante.
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