Foto de A Gazeta (30/04)
O
governador do Amapá Camilo Capiberibe foi dar com os costados na Delegacia de
Policia. Sentiu-se agredido a empurrões, ovos e vaias, contra isso fez lavrar
Boletim de Ocorrência. Está indignado: “imagina, tudo isso partiu de
professores” - disse.
Imagino
mais, que o governador esteja e se mantenha preocupado por, agora, saber que
seus professores são capazes desses gestos quando se sentem traídos.
O
governador deu muitas entrevistas a esse respeito e em quase todas elas teve o
cuidado de dizer que os agressores “são a minoria”. O Secretário de Estado da
Segurança, o Professor Marcos arredonda o cuidado do governador em não
generalizar sobre a categoria: “temos as imagens, vamos identificar todos eles”.
Assim,
ao fim, os termos do Boletim de Ocorrência e as conclusões do Secretário e
Segurança darão ao governador o tamanho exato dessa dor de cabeça atual. Mas, o
governador tem muito mais com que se preocupar.
Quanto
a “protestos” de servidores em geral é de supor que o “núcleo” do governo
esteja entendendo que a movimentação de agora vai terminar no planejamento de
campanha de reeleição do governador Camilo, se a isso ele se determinar. Sabe-se
ou não podem deixar de saber que estão levando para 2014 uma insuperável
demanda reprimida salarial. Não pode terminar bem!
Foto de A Gazeta (30/04)
Mas
não é só isso e nem é o pior que já está no colo do governador. Ruim mesmo é
que tudo isso consolidou o sentimento de união da “oposição” contra ele. Enquanto
ovos, tomates, sapatos e vaias foram diretos ao seu corpo, a eleição ao governo
do estado avançou sobre o seu já combalido “balaio” de votos. Leia-se: reduto
eleitoral.
A
oposição que acaba de se unir tem na sua estrutura os partidos que já se
opunham ao seu governo e mais PT, PSOL e seus “satélites”. A margem de manobra,
no entanto, é bastante grande porque, por enquanto, os partidos dessa oposição,
hoje, não se opõem ao PSB, mas a ele Camilo.
Ainda
desfavorável a Camilo é o simples e concreto fato de que partido não fala. É representado
por quem fala por ele. Os megafones estão com Gilvam (PMDB), Lucas (PTB), Jorge
(MD), Eider (PSD), Davi (DEM), Waldez (PDT), Dalva (PT), Edinho (PP), Vinicius
(PRTB). Lá no canal reservado –de recado- falam os representantes do PC do B, PSOL
e do PSDB.
Esse
é um quadro que se vai consolidando na medida em que a crise avança sobre o
governo isolando mais ainda o governador Camilo Capiberibe. O funcionalismo
está no centro da crise – regência de classe, plano Collor, regressão funcional,
professores nas ruas, falta de professores nas escolas... são realidades.
A
inflação é uma fantasmagórica corrente arrastando-se até a boca da urna em
2014, especialmente a inflação real. Compro pão numa pequena panificadora ali
no Buritizal, ontem a unidade teve acréscimo de 50% no preço varejo. Não é
assunto para Procon. É político. Portanto,
tema da próxima campanha eleitoral.
Tudo
isso pode ser nada disso, pois especialmente aqui política é como nuvem:
amorfa.
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