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terça-feira, abril 30, 2013

PODE PIORAR.



Foto: Erich Macias 
 Foto de A Gazeta (30/04)
  O governador do Amapá Camilo Capiberibe foi dar com os costados na Delegacia de Policia. Sentiu-se agredido a empurrões, ovos e vaias, contra isso fez lavrar Boletim de Ocorrência. Está indignado: “imagina, tudo isso partiu de professores” - disse.
Imagino mais, que o governador esteja e se mantenha preocupado por, agora, saber que seus professores são capazes desses gestos quando se sentem traídos.
O governador deu muitas entrevistas a esse respeito e em quase todas elas teve o cuidado de dizer que os agressores “são a minoria”. O Secretário de Estado da Segurança, o Professor Marcos arredonda o cuidado do governador em não generalizar sobre a categoria: “temos as imagens, vamos identificar todos eles”.
Assim, ao fim, os termos do Boletim de Ocorrência e as conclusões do Secretário e Segurança darão ao governador o tamanho exato dessa dor de cabeça atual. Mas, o governador tem muito mais com que se preocupar.
Quanto a “protestos” de servidores em geral é de supor que o “núcleo” do governo esteja entendendo que a movimentação de agora vai terminar no planejamento de campanha de reeleição do governador Camilo, se a isso ele se determinar. Sabe-se ou não podem deixar de saber que estão levando para 2014 uma insuperável demanda reprimida salarial. Não pode terminar bem!  
 Foto: Erich Macias 
Foto de A Gazeta (30/04)
Mas não é só isso e nem é o pior que já está no colo do governador. Ruim mesmo é que tudo isso consolidou o sentimento de união da “oposição” contra ele. Enquanto ovos, tomates, sapatos e vaias foram diretos ao seu corpo, a eleição ao governo do estado avançou sobre o seu já combalido “balaio” de votos. Leia-se: reduto eleitoral.
A oposição que acaba de se unir tem na sua estrutura os partidos que já se opunham ao seu governo e mais PT, PSOL e seus “satélites”. A margem de manobra, no entanto, é bastante grande porque, por enquanto, os partidos dessa oposição, hoje, não se opõem ao PSB, mas a ele Camilo.
Ainda desfavorável a Camilo é o simples e concreto fato de que partido não fala. É representado por quem fala por ele. Os megafones estão com Gilvam (PMDB), Lucas (PTB), Jorge (MD), Eider (PSD), Davi (DEM), Waldez (PDT), Dalva (PT), Edinho (PP), Vinicius (PRTB). Lá no canal reservado –de recado- falam os representantes do PC do B, PSOL e do PSDB.
Esse é um quadro que se vai consolidando na medida em que a crise avança sobre o governo isolando mais ainda o governador Camilo Capiberibe. O funcionalismo está no centro da crise – regência de classe, plano Collor, regressão funcional, professores nas ruas, falta de professores nas escolas... são realidades.
A inflação é uma fantasmagórica corrente arrastando-se até a boca da urna em 2014, especialmente a inflação real. Compro pão numa pequena panificadora ali no Buritizal, ontem a unidade teve acréscimo de 50% no preço varejo. Não é assunto para Procon. É político.  Portanto, tema da próxima campanha eleitoral.   
Tudo isso pode ser nada disso, pois especialmente aqui política é como nuvem: amorfa.


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