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segunda-feira, abril 29, 2013

PROFESSORES UNIDOS NÃO PODEM SER VENCIDOS.



No fim da semana passada a crise mostrou-se por inteiro: ceifou cacifes político do governador, do presidente da Assembleia Legislativa, de todos os deputados que votaram o estranho projeto e maltratou de vez os professores estaduais.
Que crise? De forma e de conteúdo, estabelecida a partir do que deveria ter sido um debate democrático entre o Governo do Estado e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação. O andamento que já estava ruim piorou com a entrada dos deputados na “conversa de surdos”. Sem necessidade.    
Como assim se foi parar na Assembléia Legislativa o projeto do governo mandando incorporar a Gratificação de Regência de Classe? Erro de forma, que os deputados sabiam inaceitável. Ilógico, no mínimo ilógico um projeto tão significativo e guerreado pelos professores desde o ano atrasado entrar na casa de manha aí mesmo, em minutos ser votado e aprovado.
Ou não é ilógico confrontar o maior sindicato do estado votando ao meio dia um projeto chegado a casa minutos antes? A pressa evidenciou a crise de conteúdo, ainda se questionará quando e como a CCJ da Assembléia Legislativa encaminhou o voto em plenário. Pode ser - não seria anormal - que se encontre no Parecer da Comissão de Constituição e Justiça uma peça jurídica que demonstre o erro dos professores em reagir tão duramente ao resultado da votação.
O tal Parecer pode até botar um grilo pousado nos ombros do professorado: se a incorporação é legal e tão boa assim por que não tê-la feito bem antes?
Olhe-se por que ângulo queira, forma e conteúdo da crise só tendem a agravar porque há um espelho refletindo o desentendimento entre atores principais. Um pouco ali atrás, quando dos grandes embates entre sindicatos e patrões públicos, no comando das manifestações de rua dos trabalhadores sempre estavam lideres em destaque como o vereador Clécio, o pré candidato ao Senado Augusto Oliveira e o deputado estadual Randolf Rodrigues. Mais adiante o deputado Camilo se juntou ao grupo.
Assim, hoje, o modus operandi dos trabalhadores em educação em luta por salário tem origem justamente nesse espelho: Prefeito Clécio, Senador Randolf e Governador Camilo. O SINSEPEAP é o mesmo de aquela época. As reivindicações também. 
Portanto seria necessário perceber que o lado perdedor nessa contenda também tem forma e conteúdo. Momentaneamente parece que se impôs uma pesada derrota aos professores, mas que não se estabelecerá se esses souberem compor com seus alunos – não com seus pais.
Professores unidos (mais alunos) jamais serão vencidos se guardarem agora seus descontentamentos para colocá-los nas ruas um pouco antes das convenções partidárias em 2014. Pode ser que lá os trabalhadores da educação protestem ao lado dos policiais civis, que hoje parecem conformados com a decisão do governo. Sabe-se que só parecem.
O que Camilo, Clécio, Randolf, deputados da base aliada, PT, PSB, PSOL, parte do PMDB precisam perceber é que a radicalização, por negativa de conteúdo, só pode fortalecer o discurso dos trabalhadores estaduais.
Desponta muito emblemático o ano eleitoral 2014, para alguns é melhor que ovos e tomates continuem inacessíveis ao bolso desses trabalhadores.  


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