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sexta-feira, junho 14, 2013

SERÁ QUE É ISSO MESMO?


Critério de premiação é caso serio quando se trata de prêmios para governantes, digamos de governador a presidente no caso do Brasil. Quem está distante da construção dos critérios de seleção desses premiados estranha pompas e circunstancias de se premiar e de se receber prêmios.
Quando as autoridades ganham prêmios internacionais (quase sempre lastreados por dinheiro em espécie), cá de fora a gente pensa: “ótimo, já não era sem tempo”. Até tecnicamente a gente sonha: “esse premio trará ganhos importantes para o estado”. Mas será que é isso mesmo? Por que, via de regra, não acontece nada?
Ainda estamos comemorando a premiação simultânea que a Itália concedeu a deputada federal Janete pela autoria da Lei Estadual da Biodiversidade do Amapá, das Leis Federais de prevenção ao escalpelamento, da materialização do voto eletrônico e por incentivadora dos arranjos produtivos da floresta, e ao senador João Alberto por algo importante que também tenha feito ao governador Camilo Capiberibe pela conservação e defesa da floresta. É o que informa sites diretamente ligados aos três premiados. 
 
O governador fez um bom discurso no recebimento, destacou a capacidade da Organização Verde Ambiente e Sociedade em reconhecer os “esforços do povo da Amazônia de defender a floresta”, justificou a premiação dizendo: “o Amapá é um Estado amazônico no extremo Norte do Brasil que tem 143 mil km² e nele moram 700 mil pessoas. Temos 97,8% da nossa cobertura vegetal preservada e 73% da área total do Estado é protegida legalmente, desde parques de proteção integral até florestas de produção voltadas ao desenvolvimento sustentável”.
Fez uma critica ao “sistema”:Depende também, de compreendermos que a preservação das florestas significa abrir mão de um modelo que se mostrou eficiente do ponto de vista de criar riqueza, mas desastroso do ponto de vista ambiental”.
E voltou a destacar seu estado: “Até aqui no Amapá conseguimos realizar um grande feito. Somos o Estado mais preservado do Brasil e seguramente um dos mais, se não o mais preservado do mundo”.
Finalizou o discurso deixando à plateia ambientalista palavras realmente excitantes: “Somos também um dos Estados da federação com a maior taxa de urbanização do país  -  94% da nossa população mora em cidades. Isso torna o nosso desafio ainda maior -  como desenvolver a floresta e prover nosso povo com empregos se apenas 6% da população mora no campo e nas florestas? Queremos a floresta em pé, mas queremos o reconhecimento de que o esforço do povo do Amapá de buscar o desenvolvimento econômico com a preservação da floresta é um serviço prestado para a humanidade”.
Aos números: 97,8% de cobertura vegetal preservada e 73% da área total do Estado protegida, podem ser coisas e cenários diferentes de florestas; de 700 mil diz o governador que são 658 mil os que moram em cidades. Apenas 42 mil pessoas, inclusive crianças e idosos, estariam diretamente cuidando dos campos e florestas.
Números! Vá confiar. Dizem eles que 68% da área territorial do estado (97.240km²) estão entregues ao Incra; 12.3% (17.589 km²) ao Ibama; e 8% ou 11.440 km² à Funai. Quer dizer, 88,3% do território amapaense são jurisdicionados pela União, grosso modo em 126 mil quilômetros quadrados dos 143 mil citados pelo governador o estado não apita.
Nesse caso, o premio não caberia à Presidenta Rousseff?
É tudo muito confuso: o Município de Laranjal do Jari tem 31.170,30 km², mas à disposição do Prefeito apenas 32 quilômetros quadrados. Lá, qualquer premio por conservação ambiental também deve ser da presidenta. 

 
O Prefeito só tem jurisdiçao numa parte dessa manchinha amarela, na qual se insere, ainda,
 o Asentamento/Incra Maria de Nazré 


      


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