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segunda-feira, setembro 02, 2013

JOIA DA COROA



c-bernardo2012@bol.com.br
A diplomacia brasileira é uma dessas coisas distantes da maioria do povo brasileiro. Mantém-se discreta e prudentemente em distancia conveniente, que a robustece, protege, blinda e elitiza cada vez mais.
Quase nada sabemos dizer de diplomata, embaixador, adido diplomático, encarregado de negocio, mala diplomática, cônsul, consulado. Sobre eles e da rotina que se refere aos seus ofícios aí é que não sabemos nada mesmo.
Quanto o Itamaraty e sua diplomacia custam ao país? É como o caviar da musica do Zeca Pagodinho: “nunca vi, nem comi, eu só ouço falar”.
Contudo o Brasil tem diplomatas e diplomatas. João Guimarães Rosa, embaixatriz Aracy Maebius de Carvalho, Miguel Darcy de Oliveira, Itala Zappa, Eduardo Sabóia foram e são diplomatas brasileiros do tipo: “sonhadores que não praticaram atos políticos irracionais...”.
Outros tantos como eles também os tivemos, porém pouco ou nada conseguimos saber sobre eles. Estão envoltos numa espécie de anonimato “diplomático”, como o que até hoje protege a identidade daqueles que barraram a entrada do Dr. Joaquim Barbosa na carreira por apresentar uma “autoimagem negativa”, característica que “poderia parcialmente ter origem na sua condição de colored”.
Nesse momento a diplomacia brasileira está na boca do povo, nas ruas, outra vez em discussão: temos diplomata e diplomata. O Dr. Eduardo Saboia punido porque há um preço a pagar pelo fazer certo. O Dr. Antonio Patriota, ministro chanceler das Relações Exteriores perdeu o cargo pelo não fazer certo, mas ganhou como punição a chefia da Embaixada do Brasil na ONU - posto dos mais cobiçados no mundo.
Eduardo Saboia está de volta ao Brasil, de “castigo” no prédio do suntuoso Palácio do Itamaraty, porém praticamente janela a janela com o salão de despachos do Dr. Joaquim Barbosa no Palácio da Justiça. Ambos leem regularmente a bíblia, conhecem a passagem em que Abraão argumenta com Deus: “.... se lá tiver dez justos, ainda assim destruirás o lugar? Se tiver não o farei, disse o Senhor....”.
Barbosa e Saboia são nomes para o eleitorado em 2014 ou mais adiante, mas são agora autoridades que podem iniciar o processo de transparência nas entranhas do Ministério das Relações Exteriores... valiosa caixa dourada da coroa.
    

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