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terça-feira, janeiro 19, 2016

FUI HIPNÓLOGO DO PRESIDENTE


c-bernardo2012@bol.com.br

Quase todos os dias vejo o terço final do Encontro, sou o cozinheiro da casa, enquanto a comida vai se aprontando mantenho um olho nas panelas e outro na Fatima - hoje esteve lá um hipnólogo.
Toda vez que vejo um como aquele a frustração se estampa, muda minhas feições deixando à vista a imagem de um sujeito que quis ser e não conseguiu. Sinceramente, quis ser um hipnólogo, e se o tivesse sido quase tudo no Brasil seria melhor. Acreditem, nem Dilma teríamos.
Assim. Um dia estive por quase uma hora em companhia do Presidente Lula, lá na Fortaleza São José. Ali mesmo o teria hipnotizado com os seguintes comandos: dê um passo atrás e me abrace com intimidade. 
Ao fazê-lo estaria ao meu comando, caso em que lhe ordenaria legalmente: esqueça a Dilma, tire-a de sua mente. Dar-lhe-ia dois tapinhas falsamente gentis nas costas, com isso tirando-o do transe. Pronto!
Em lhe conhecendo a mente e sobre ela o que eu poderia comandar, mais adiante, após o cerimonial que na Fortaleza São José fora cumprir, quem sabe na hora do drinque, daria ao Presidente Lula novos comandos, primeiro estalando os dedos diante dos seus olhos, acima do seu nariz:
-Desmonte o mensalão e o petrolão., esqueça sem tão cedo relembrar os nomes dos operadores desses esquemas.
Só isso. Com o mesmo estalar de dedos devolveria o presidente ao mundo real, dos vivos, dos trabalhadores (sem trocadilho) e tanto ele quanto eu seguiríamos nossos caminhos como se nada tivesse havido.
Quer dizer, quase isso. Eu faria incursões de hipnoses na mente de alguns chefes institucionais aqui na terrinha, tudo em favor do nosso pobre Amapá. Todos eles seriam induzidos a medidas que não os ligassem ao cotidiano policial. Seria minha cota de civismo.
Quanto a mim, hipnólogo agora sim experimentado, passado na casca do alho, teria vida mais fácil. No balcão do banco faria com que endinheirados transferissem à minha conta quantia suficiente. Nas passarelas de beleza plantaria encanto por mim numa e noutra modelo, de sorte que não precisasse suspirar pelos cantos a namorada que deixei de ter.
Mais uma vez decepcionado comigo mesmo ouvi alto e bom som o tal hipnólogo dizer diretamente à Fatima Bernardes, âncora do Encontro: Não é qualquer um que pode ser hipnólogo, exige-se para tanto uma conexão especial de neurônios.
É pena, eu hipnólogo o Brasil inteiro viveria outra realidade....sem Dilma sem mensalão sem petrolão, sem isso sem aquilo aqui mesmo em Macapá. E eu já teria dado a volta ao mundo dos meus sonhos.

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