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segunda-feira, abril 18, 2016

TCHAU QUERIDA

c-bernardo2012@bol.com.br 
Enquanto os deputados federais votam o encaminhamento ou não do seu processo de impeachment ao Senado, lembrei da ampla coligação de forças que deu suporte à eleição da presidente Dilma Rousseff em 2014.
Nesse momento a votação é penosa sem clara sinalização de resultado para cá ou para lá. A política é isso em qualquer lugar: disputa de votos seja por que motivo for, justo ou injusto.
Mas já era tempo de melhores dias no cenário político nacional, sem que tanto precisasse; bastante que se compreendesse o velho ditado popular: duas metades de cavalo não fazem um.
As coligações partidárias que dão vida às campanhas eleitorais, nada mais são que um arranjo dos políticos em fazer cavalo juntando metades de zebra, jumento, mula, poney. 
Antes, bem lá atrás, as coligações partidárias se faziam com dois partidos (duas metades de cavalo), mas de uns anos para cá só parecem legitimas se fundadas em pelo menos seis partidos “unidos” por uma ata. Mas não vão além da festa da posse – não foi dias atrás que se formou no Brasil a coligação “COM A FORÇA DO POVO”: PT / PMDB / PSD / PP / PR / PROS / PDT / PC do B / PRB)?
Vivemos a modernidade também na política, tempo de facilidade para juntar partidos, formar mesas, mesclar programas, escrever atas. Partidos, consciências e convicções ideológicas estão disponíveis no mercado eleitoral, a favorece-los ai estão os recursos da computação: Ctrl C e Ctrl V. Qualquer errata harmoniza os programas dos partidos participantes, copiando e colando faz-se o necessário.
O que não se pode ainda imprimir no universo desses programas improvisados para fins de coligação é a questão moral. Essa coisa, esse detalhe, fica como a história da vaca e do boi: uma é sagrada outro é churrasco.
Junta-se partidos ao redor do quociente eleitoral, quase sempre por decisão de apenas um líder político, um vendo no outro a metade de si próprio – não há má fé, deslealdade, traição porque um partido se tornou o outro.
Parece difícil decifrar esse jogo político, que aliás, não se pode negar, é de uma engenhosidade espantosa – convence o eleitor e a Justiça Eleitoral. Mas não demora descobre-se a rasura na ata original, pois faltou sobre e abaixo de suas linhas imprimir a personalidade dos titulares da coligação.
Às vezes tarde outras vezes mais cedo que o esperado desfaz-se o que pensava ser uma coligação para governar, às vezes dói às vezes fere a ferro em brasa a alma do eleito. Acaba e acontecer com a presidente Dilma Rousseff do Brasil, início de 2016, em apenas um ano e três meses de empossada foi recomendada para a deposição quase só em relação aos partidos que sobraram da coligação que a elegeu em 2014.
E pior, encaminha-se a Dilma para o cadafalso, impiedosamente saudada por alguns desses partidos: tchau querida.        

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