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segunda-feira, agosto 29, 2016

COMO VOTA VOSSA EXCELÊNCIA?

Tive, dia desses, mais uma recaída hipnótica, tirava-me o sossego ouvir a argumentação de uns cinco ou seis senhores senadores contrários a aplicação do impeachment à senhora presidente do Brasil Dilma Rousseff. Era bastante ouvir no dizer deles que aquilo era um golpe e a inquietação subia-me dos pés à cabeça.
Ante os moderados domínios da hipnose de que tomei posse, lembro ter dito que apenas usaria esse meu muito recente talento em casos extremos – se viesse a precisar de dinheiro, fugir-me de prisões, desviar-me do inferno à caminho do céu, ganhar alguns centavos na loteria ou no jogo do bicho, coisinhas assim.
O caso atual é extremo, hoje mesmo começou no Senado Federal o ultimo ato, com duas ou três cenas, o julgamento final da presidente afastada. Deve ter sido seu ultimo dia de presidenta desse país que turma e ela pensaram ser possível transformar em departamento bolivariano. Todavia, nesse momento as pesquisas de opinião não mostram, nenhuma, a tal folgada maioria entre os que se convenceram afasta-la.
É onde posso entrar, aliás, não eu, o meu dom de hipnotizar sem sair de casa. Não sei se dará certo, eu daqui e os senadores de lá, indecisos, mas na tela da televisão. Já vi um tal Padre Quevedo fazer isso, outro ótimo hipnotizador chamado Fabio Puentes também. Eles puderam, eu posso.
Farei assim aos senadores, um a um, quando flagrado por mim de dedo erguido solicitando a palavra como inscrito ou em questão de ordem: darei o comando hipnótico ultimo grau, sempre em latim; repassarei a ordem de elogiar bastante a presidenta (deles) e flexionar quase ao final da fala acrescentando, porém, e repetir para frisar, porém!; e concluir: Sr. Presidente, voto pelo impeachment.
Claro que do meu comando hipnótico constaria a orientação para que após o voto cada qual voltasse ao seu assento numerado, abaixasse a cabeça como que muito chateado e só acordasse do transe depois do registro irreversível do voto no painel eletrônico, aberto à fiscalização do país e do mundo inteiro.
Eu cá nem importaria com a surpreendente reação deles ao acordar do transe, meu talento teria estado à serviço dos interesses maiores do país.
Preventivamente treinaria novos comandos em latim, acaso me sobreviesse a morte por arrependimento teria minhas chances aumentadas para o entendimento com São Pedro no difícil entra não entra no céu
hipnotizadores trapaceiros. Também já disse em um ou dois desses meus textos breves publicados aqui, que para nós dessa ilha brasil necessidade havia de que ele e Deus fossem  brasileiros.     

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