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quinta-feira, agosto 18, 2016

NAQUELE TEMPO?

Gosto das homilias dominicais sobre o Evangelho de Jesus, sejam como forem são inspiração para a meditação semanal que normalmente faço, para dar contorno aos meus dias. De vezes anteriores disse que Jesus se valia sempre da cultura para construir suas mensagens, resultando daí ser ele até hoje o maior dos psicólogos e sociólogos que a humanidade já conheceu. Quem de voz, diria eu, é capaz de fazer qualquer acréscimo ou decréscimo no que ele disse?
Domingo passado percebi estupefação a redor de mim a quando da proclamação do seu Evangelho, segundo Lucas – 12,49-53. (“...Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!...vim trazer divisão. Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas e duas contra três; ficarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra”). 
Que Jesus é esse, parece ter sido a pergunta de todos naquela igreja. Depois da homilia o espanto foi maior: Caramba! Que Jesus é esse?
Ora, não é preciso conhecer essa ou aquela família para a certeza de que nela se processam essas palavras de Jesus, necessariamente e não literalmente.
Ele disse que trazia fogo sobe a terra e assim foi a quando do seu batismo, da sua crucificação, da sua morte cruenta. Trazia a divisão nas asas do cristianismo que em tese se antepunha às leis religiosas da época e que depois de sua morte fez o mundo medir-se em antes e depois dele – Cristo.
De tudo ele sabia e em tudo fazia a vontade do Pai, fez apóstolos de seus próprios discípulos sem nunca mexer no livre arbítrio de qualquer deles, sequer o de Judas. Foi o Pai quem dispôs a cada um o livre arbítrio.
É disso que falou em Lucas 12, 49-53 sobre nossas famílias, pois em qual delas de cinco ou mais ou menos pessoas todas vão para a mesma fé, a mesma igreja, a mesma moda, a mesma escolha profissional, a mesma opção sexual, o mesmo modo de vida? Naquela época os pais escolhiam o destino dos filhos, casavam as filhas segundo seus compromissos e dotes, davam aos filhos direitos a mais de uma mulher.
Contou parábolas mostrando a divisão entre pai e filho, sogra e nora deixando claro que, séculos à frente as famílias seguiriam dividas por causa de crenças, dinheiro, matrimonio, opções sexuais, heranças as mais diversas.
A proposito, nesses dias atuais no Brasil, andam as pessoas atordoadas ainda com o caso que mundialmente se denominou “Richthofen” - assassinato ordenado pela filha contra os pais Manfred e Marisia Richthofen.
Suzane Richthofen, a filha, é agora pastora e dias atrás deixou a prisão para comemorar em liberdade o dia dos pais. 






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