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terça-feira, setembro 13, 2016

A SURRA NO MINEIRO(*).....

Nunca tive tanta vontade de mandar dar uma surra em alguém, como esta semana. Ocorre que o César Bernardo, conforme faz anualmente, tira suas férias. Afinal, ninguém é de ferro. O César, junto com a mulher dele, Consolação, reúnem uma penca de netos, mais os filhos, Fernando e Danilo e se mandam pra Volta Grande, aprazível e bucólica cidadezinha daquelas serras mineiras, a meio caminho de Itaipava e Petrópolis, no Rio de Janeiro.
Pois bem. Quando ele regressa, sempre traz uns litros de excelente cachaça e um pacote, dos grandes, daquela linguicinha mineira que, aliada ao leitão pururuca, ao torresminho, aos queijos e àquelas garotas bonitas faz de Minas Gerais um Estado abençoado com progresso, trabalho e bem-estar de sua gente.
Quanto à surra, o César – não sei por que – cismou de dar mais uns ajustes na linguiça que trouxe. Colocou folhas verdes e uns gravetos, pendurou tudo no alto da chaminé e acendeu a churrasqueira. A fumaça serve para defumar carnes diversas, como é sabido, desde a fundação de Roma.
O problema foi que o César esqueceu que o calor depura a gordura e esta, naturalmente, cai sobre as brasas e eleva as chamas. Ele também não raciocinou nada, colocando toda a quantidade que trouxera de Minas. A tragédia estava escrita.
Para completar a desgraceira, o César saiu de casa, a fim de atender chamados lá no PMDB. Ao voltar, só encontrou – disse-me  – um pedaço de três centímetros de linguiça que, milagrosamente, deixou de ser carbonizado.
Foi-se na fumaça, como é óbvio, a alegria anual dos amigos dele, como eu, que sempre recebem uns agrados mineiros. Assim, estando o César gripado, acho que vou adiar a tal surra para depois das eleições.

(*)-Um dos últimos artigos escritos e publicados pelo jornalista Bonfim Salgado. 

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